12/05/16 |   Agricultura familiar

Tecnofam 2016: Moringa, mandioca e bocaiúva são opções para dieta de galinhas

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Raquel Soares

Raquel Soares - Experimento mostra coloração diferenciada das gemas

Experimento mostra coloração diferenciada das gemas

Quatro pesquisadores da Embrapa Pantanal estarão participando da Tecnofam 2016 – Tecnologias e Conhecimento para Agricultura Familiar, em Dourados (MS), de 11 a 13 de maio na Embrapa Agropecuária Oeste. Eles vão apresentar tecnologias como alimentos alternativos para galinhas poedeiras, alimentação alternativa para a bovinocultura no período de seca e opções de adubos verdes. Raquel Soares Juliano, Frederico Lisita, Alberto Feiden e José Aníbal Comastri Filho, chefe adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Pantanal, estarão à disposição dos agricultores familiares durante o evento.
 
Raquel explicou que a equipe vai expor quatro tecnologias para galinhas poedeiras, uma delas desenvolvida pela própria Embrapa Pantanal e outras pela Embrapa Suínos Aves (Concórdia-SC). Em 2013 Raquel e Frederico começaram a pesquisar alternativas de alimentação para as aves levando em conta as necessidades nutricionais e os recursos regionais.
 
Frederico explica que as raças industriais se desenvolveram ao longo do tempo, assim como as rações oferecidas a elas, baseadas em milho e soja. "Os nutrientes são combinados especificamente para aquela genética", afirmou. Para as galinhas criadas em sistema semiextensivo (que ficam soltas em um espaço controlado), foi possível substituir uma parte dos ingredientes da alimentação sem alterar a qualidade dos ovos. Segundo ele, a intenção é promover a substituição total, aproveitando recursos regionais. Essas aves, segundo o pesquisador, consomem pequenos bichos e leguminosas, além das rações. A diversificação alimentar é valorizada nesse sistema de produção.
 
O primeiro projeto de pesquisa foi viabilizado pelo Market Place, uma plataforma internacional apoiada por vários parceiros, incluindo a Embrapa, para aproximar pesquisadores brasileiros de instituições da África, América Latina e Caribe com a finalidade de desenvolver projetos de pesquisa em cooperação.
 
Nesta etapa, segundo Raquel, foi testado em Camarões, na África, o uso de moringa e mandioca na alimentação das poedeiras de sistema semiextensivo em substituição ao milho e à soja. "A raiz da mandioca substitui o carboidrato do milho; a proteína da soja pode ser trocada pela da moringa", afirmou a pesquisadora. Os resultados são relevantes para a região, pois Corumbá não produz soja e milho.
 
Em um segundo momento, outro projeto foi aprovado pelo CNPq, reunindo a Embrapa Pantanal, a Fundação Bradesco (Miranda-MS), a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e o pesquisador africano Christian Keambou Tiambo, da Universidade de Buea, em Camarões. Eles fizeram experimentos na Fundação Bradesco e na África confirmando que a bocaiúva poderia ser usada como um aditivo alimentar, uma fonte de energia da dieta.
 
A pesquisa indicou que a inclusão de alimentos alternativos não prejudicou a produtividade, a qualidade dos ovos e nem a saúde dos animais. "Também não alterou o sabor da gema, embora ela tenha apresentado uma coloração diferenciada, mais forte", disse Raquel.
 
As outras tecnologias que serão apresentadas na Tecnofam envolvendo galinhas poedeiras são a Galinha 051 da Embrapa, considerada mais rústica e adaptada a sistemas semiextensivos, o galinheiro móvel e a cerca elétrica para frangos, todas desenvolvidas pela Embrapa Suínos e Aves.
Além de participar desses experimentos, Frederico tem atuado com a alimentação alternativa para bovinos para o período de seca. Em Dourados ele vai participar de uma mostra onde será explicado o processo de produção de feno a partir de forragens com alto valor proteico.
 
"Faremos feno com cana-de-açúcar, que supre o carboidrato, e com leucena, moringa e a parte aérea da mandioca, que repõe a proteína", explicou o pesquisador.
 
Adubo verde
Alberto Feiden vai utilizar a área demonstrativa de adubo verde da Embrapa Agropecuária Oeste para explicar as vantagens dessa técnica. "O adubo verde recicla os nutrientes do solo e retém o nitrogênio do ar. Vamos mostrar como pode ser utilizado", afirmou.
 
Segundo ele, há duas formas de uso: o pré-cultivo e o consórcio. Na primeira, leguminosas são plantadas previamente, com a finalidade de nutrir o solo e substituir a adubação externa. "Elas fixam o nitrogênio do ar e, por terem raízes profundas, recuperam nutrientes de camadas mais profundas que foram carreados pelas chuvas. Quando são cortadas e se decompõem, esses nutrientes são liberados na superfície", explicou Alberto. No caso dos consórcios, elas são plantadas intercaladas ao cultivo principal.
 
Os resultados de pesquisa que estarão na Tecnofam 2016 são das seguintes Unidades da Embrapa: Agropecuária Oeste, Algodão, Amazônia Ocidental, Arroz e Feijão, Gado de Corte, Gado de Leite, Hortaliças, Instrumentação, Mandioca e Fruticultura, Meio Norte, Milho e Sorgo, Pantanal, Tabuleiros Costeiros. Também haverá tecnologias desenvolvidas pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e de empresas expositoras.
 
A promoção do evento é da Embrapa Agropecuária Oeste. A realização do evento é da Embrapa, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (Sepaf), Senar/MS e Prefeitura Municipal de Dourados, através da Secretaria Municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Semafes).
 
 

Ana Maio (Mtb 21.928)
Embrapa Pantanal

Contatos para a imprensa

Telefone: +55 (67) 3234-5886

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

tecnofam-2016