Os pesquisadores Michael Klinkenberg e Manuel Gomez Barbero, do Joint Research Centre (JRC) - órgão que congrega diversos institutos de pesquisa e desenvolvimento da União Europeia - e a representante do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), Maguida Fabiana da Silva, visitaram as instalações da Embrapa Agroindústria Tropical na manhã desta quarta-feira, dia 11. O encontro teve como objetivo divulgar as iniciativas da região Nordeste voltadas para as áreas de biotecnologia e bioeconomia a fim de prospectar possibilidades de cooperação. O grupo conheceu os laboratórios de Embalagens, Tecnologias da Biomassa e Multiusuário de Química de Produtos Naturais (LMPQN). Eles foram acompanhados pelo chefe-adjunto de P&D, Gustavo Saavedra, e pelo articulador internacional da Unidade, pesquisador Guilherme Zoccolo. Além de Fortaleza, estão na agenda dos pesquisadores visitas a Recife e Maceió. Maguida Fabiana ressalta que a visita tem um caráter exploratório: "A intenção foi apresentar aos pesquisadores uma região do Brasil pouco conhecida lá fora, mas com muito potencial no que diz respeito à biotecnologia e à bioeconomia". As possibilidades vão de intercâmbio de profissionais à elaboração de parcerias em projetos envolvendo instituições do Brasil e da Europa. "O foco inicial não foi em produtos, pois isso poderia causar alguma limitação. Queríamos mostrar o potencial da região", comenta. A representante do MCTI destacou ainda a infraestrutura existente na Embrapa Agroindústria Tropical, uma referência em se tratando de pesquisas na área agroindustrial. Segundo ela, as instalações da Unidade oferecem condições para qualquer pesquisador realizar suas pesquisas, credenciando o centro tanto para receber especialistas do exterior quanto para participar de projetos internacionais de pesquisa. Para Gustavo Saavedra, a visita pode gerar uma parceria muito importante para a Unidade. "Esse encontro é uma boa oportunidade de parceria. Nós somos um dos países que detêm uma grande biodiversidade e a Europa é um dos principais compradores dessa biodiversidade. O objetivo deles é ver como nós fazemos a agregação de valor aos produtos da bioeconomia. A bioeconomia é, talvez, um dos grandes desafios do século XXI, que é substituir uma economia baseada no petróleo por uma economia voltada ao uso racional dos recursos naturais", explica. Oportunidades de negócio Na terça-feira passada, dia 10, o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI) reuniu-se com membros da União Europeia e da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) durante o Painel Diálogos Setoriais União Europeia Brasil, realizado no âmbito do Fórum Oportunidades de Negócios em Biotecnologia, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). O tema principal da reunião foi bioeconomia. O coordenador nacional de Biotecnologia e Saúde do MCTI, Luiz Henrique Canto, explicou as áreas de atuação da Bioeconomia no Brasil: industrial, produção primária e saúde humana e animal. Segundo ele, o desafio do país é mudar a cadeia de valor. Além disso, segundo Canto, o Brasil precisa avançar na modernização do marco legal, formação de investimentos e na consolidação das recentes conquistas na área. A ideia foi "beber da fonte da União Europeia" e implantar o Observatório de Biotecnologia no Brasil. O país já faz parcerias com Argentina, Canadá, Estados Unidos, Índia, Holanda e Alemanha. Sobre o JRC Durante o evento, Michael Klinkenberg e Manuel Gomez Barbero apresentaram o Joint Research Centre (JRC) e os setores com os quais trabalham. Criada em 1957, a instituição tem sete unidades em 5 países, 3055 colaboradores entre pesquisadores e administrativo. Os principais setores de atuação são ácidos, polímeros e surfactantes. (com informações da assessoria de comunicação da Federação das Indústrias do Ceará).