Estudos geoespaciais para os Tabuleiros Costeiros são apresentados em Aracaju
Estudos geoespaciais para os Tabuleiros Costeiros são apresentados em Aracaju
Entre os dias 10 e 12 de maio a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) promoveu o primeiro Workshop do Projeto GeoTAB - ‘Organização e disponibilização da informação geoespacial sobre recursos naturais e aspectos socioeconômicos da área de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros'.
Na primeira manhã do encontro, aberta ao público em geral, pesquisadores apresentaram as linhas gerais e os resultados iniciais do projeto, que concentra uma série de pesquisas e estudos baseados em tecnologias geoespaciais para caracterizar a região dos Tabuleiros Costeiros no Nordeste do Brasil. O GeoTAB teve início em setembro de 2015 e tem duração prevista de três anos.
Após as boas vindas pelo chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Manoel Moacir Macedo, os trabalhos iniciaram com a palestra do pesquisador da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), José Coelho de Araújo Filho, que atua na Unidade de Execução de Pesquisa de Recife. Ele ressaltou papel dos recursos naturais dos Tabuleiros Costeiros no bojo do projeto, com ênfase na formação e características dos solos.
Em seguida aconteceu a palestra do pesquisador baiano Amílcar Bairardi, professor da Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e Universidade Federal da Bahia (UFBA). A palestra, que destacou a socioeconomia dos Tabuleiros Costeiros, com foco nas potencialidades de vocações das comunidades para o desenvolvimento econômico e social, foi destaque entre o público presente.
O pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Marcus Cruz, coordenador do projeto GeoTAB, apresentou um panorama geral do estudo. Na oportunidade foi apresentado o planejamento do Portal GeoTAB, um ponto fundamental para a realização de estudos pesquisas e gerações de subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas no crescimento da agricultura sustentável.
O Workshop contou com a participação de analistas, gestores e técnicos do setor agropecuário, contribuindo de forma efetiva para a construção da estratégia de execução do projeto. Cerca de 40 participantes marcaram presença na atividade.
Planejamento
Da tarde do dia 10 ao dia 12, os membros da equipe do GeoTAB participam de reuniões fechadas para discussão de ações gerenciais e de pesquisa a serem realizadas no decorrer do projeto, que será desenvolvido até 2018.
Para Marcus Cruz, o evento atingiu plenamente os seus objetivos, contribuindo de forma efetiva para a construção da estratégia de execução do projeto. "Tivemos a oportunidade de promover a integração das pessoas envolvidas nas atividades que integramos sete planos de ação, bem como mostrar à sociedade a importância da região dos Tabuleiros Costeiros e adjacências do ponto de vista socioeconômico e de seus recursos naturais para a região Nordeste", avaliou.
Cruz ressaltou que o Portal GeoTAB, uma vez implantado, poderá ser um ponto focal para estudos, pesquisas e geração de subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o crescimento da agricultura de forma sustentável na região de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
O projeto
O GeoTab reúne 48 especialistas, sendo pesquisadores de três Unidades da Embrapa – Tabuleiros Costeiros, Solos (Rio de Janeiro, RJ) e Monitoramento por Satélite (Campinas, SP), além de órgãos públicos de desenvolvimento regional, como a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos de Sergipe (Semarh-SE), além de instituições de ensino superior, como as Universidades Federais de Sergipe, Paraíba, Campina Grande e Pernambuco.
Segundo o pesquisador Marcus Cruz, o objetivo principal é organizar e disponibilizar informações geoespaciais sobre recursos naturais – solos, água, clima e vegetação – e aspectos socioeconômicos de relevância agrícola e ambiental na região de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
A conjugação das bases de dados e as discussões em grupo que ocorrerão durante o desenvolvimento do projeto deverão contribuir para a definição de diretrizes e a identificação de sinais de mudanças relevantes na região. Essas informações irão apoiar a tomada de decisão dos setores público e privado, aumentando a sua capacidade de responder às oportunidades e aos riscos que se apresentem ao setor agrícola e ao desenvolvimento da região.
"Com essas informações organizadas e acessíveis ao público, pretendemos subsidiar o planejamento e desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a região, bem como a formulação de políticas públicas, não só para a agricultura, mas para o desenvolvimento econômico e social amplo", afirma.
"A diversidade temática de demandas relacionadas ao foco de atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros requer uma sistematização integrada das informações disponíveis sobre os recursos naturais e os aspectos socioeconômicos que interagem na região, que são subsídio essencial para o planejamento adequado das ações" argumenta Cruz.
Ele defende que o conhecimento organizado, na forma de informações com referência espacial, que retratem a condição atual da agricultura e da sua inter-relação com os recursos naturais na região, é indispensável para o eficiente planejamento da pesquisa e das políticas.
A região
Recentemente, foram tomadas iniciativas gerenciais no sentido de atualizar o foco espacial das ações da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Uma equipe de especialistas da Unidade revisitou os critérios de inclusão de municípios na unidade de paisagem – precipitação média anual de chuvas, índice de aridez e risco de seca – e adotou novas premissas para a definição das chamadas Áreas Adjacentes.
A área atualizada abrange 575 municípios componentes, alcançando sete dos nove estados nordestinos, estendendo-se da Bahia ao Ceará, ficando de fora apenas o Maranhão e o Piauí. A extensão total é de aproximadamente 224 mil quilômetros quadrados, incluindo os ambientes de Tabuleiros Costeiros, Baixada Litorânea e área de transição climática para o Semiárido, denominada Agreste. O total de habitantes na área de atuação chega a 23,6 milhões, de acordo com o censo do IBGE de 2010.
Para conhecer os municípios que compõem os Tabuleiros Costeiros nordestinos e as Áreas Adjacentes acesse o resumo do estudo realizado pela comissão de especialistas. O estudo completo, intitulado 'Delimitação da Área Foco de Atuação da Embrapa Tabuleiros Costeiros e Principais Aspectos Fisiográficos' está disponível aqui. Acesse também a base de dados Sidra, no site do IBGE, que recentemente disponibilizou dados agrícolas e econômicos para o grupo de 575 cidades.
Os Tabuleiros Costeiros se caracterizam predominantemente por áreas de relevo de plano a ondulado com altitude média de 50 a 100 metros e platôs de origem sedimentar, que apresentam grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas acentuadas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas. De modo geral, os solos são profundos e de baixa fertilidade. O clima tropical úmido, com precipitação variando de 1200-2000 mm anuais condiciona a ocorrência da vegetação natural e as práticas agropecuárias.
A zona mais úmida é de domínio da cana-de-açúcar e a zona mais seca é de domínio da pecuária extensiva à semiextensiva, com atividades agrícolas limitadas em médias e pequenas propriedades. O nível de intensificação e de diversificação agrícola desses sistemas depende da pluviosidade.
A principal atividade pecuária é a bovinocultura de corte e de leite, que vem passando por processo de intensificação com a introdução de pastagens. A agricultura é bastante diversificada, pois são encontradas unidades produtivas de diversos tamanhos e perfis, além de inúmeras propriedades pequenas de base familiar. Entre as principais culturas estão o milho, feijão, arroz, mandioca, hortaliças e fruteiras (laranja, banana, caju, abacaxi, entre outras), além da cana-de-açúcar, coco e fumo.
Colaboração: Henrique Maynart - Estagiário em Jornalismo
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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