16/05/16 |   Agricultura familiar  Biodiversidade  Melhoramento genético  Produção vegetal  Transferência de Tecnologia  Mercado de Cultivares e Sementes

Público conhece novos maracujás na AgroBrasília 2016

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Foto: Juliana Caldas

Juliana Caldas - Maracujás na vitrine de tecnologias da Embrapa na AgroBrasília 2016

Maracujás na vitrine de tecnologias da Embrapa na AgroBrasília 2016

Cultivares de maracujás doces e ornamentais foram apresentadas ao público que visitou a vitrine de tecnologias da Embrapa na AgroBrasília 2016 – Feira Internacional dos Cerrados, feira promovida pela COOPA-DF entre os dias 10 e 14 de maio no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF, Distrito Federal.

Na manhã do dia 12, o pesquisador Fábio Faleiro, da Embrapa Cerrados, apresentou os híbridos de maracujazeiros ornamentais BRS Rosea Púrpura e BRS Céu do Cerrado, com a divulgação dos respectivos editais de oferta pública para licenciamento de viveiristas para produção, além da cultivar de maracujazeiro silvestre BRS Sertão Forte (Passiflora cincinnata), que deverá ser lançado em junho. Também da Embrapa Cerrados, a pesquisadora Ana Maria Costa apresentou o maracujá silvestre BRS Pérola do Cerrado (Passiflora setacea).

Entre as 130 espécies encontradas naturalmente no Brasil, cerca de 70 dão frutos comestíveis. Faleiro falou sobre os trabalhos de pesquisa do programa de melhoramento genético da Embrapa para o desenvolvimento de cultivares, que podem levar de 15 a 20 anos, e das diferenças entre o maracujá azedo (comercial) e o maracujá silvestre quanto ao manejo da cultura. O pesquisador apresentou possibilidades de uso múltiplo (casca, folhas, polpas, flores) e diversificado (azedo, doce, ornamental, funcional) dos maracujás e destacou a importância de uso de mudas e sementes com qualidade genética.

"O maracujá serve para todo tipo de produtor. Muitas vezes, com um hectare de maracujá, é possível manter uma família no campo com dignidade. Além dos maracujás azedos e doces, o ornamental também pode ser mais uma alternativa de renda. Com 40 dias, já começam a emitir flores", destacou o pesquisador, citando os híbridos BRS Céu do Cerrado, de flor azul, BRS Rosea Púrpura, de flor rosa, e as variedades de cor vermelha BRS Estrela do Cerrado, BRS Rubiflora e BRS Roseflora, lançadas em 2007.

Ana Maria Costa apresentou informações sobre as peculiaridades da condução do maracujá silvestre BRS Pérola do Cerrado, cultivar lançada em 2013. A pesquisadora coordena a Rede Passitec - Desenvolvimento tecnológico para uso funcional das passifloras silvestres, responsável pelas informações sobre o uso e o aproveitamento de passifloras silvestres para o fortalecimento da cadeia produtiva. "Não basta ter bom material. Precisamos ter informações desde como germinar a semente até a colocação no mercado, transporte, armazenamento, além das propriedades nutricionais. É um grande esforço de valoração do trabalho de melhoramento genético", argumentou.

Material rústico e com pouca exigência de água, a cultivar dispensa a polinização artificial e pode ser produzida em sistema orgânico e conduzida nos sistemas de espaldeira ou de latada, de acordo com a disponibilidade de mão de obra da propriedade – ambas modalidades foram apresentadas pela pesquisadora na vitrine de tecnologias da Embrapa na AgroBrasília. Nas entrelinhas, podem ser intercaladas culturas como maxixe, amendoim e amendoim forrageiro.

O maracujá BRS Pérola do Cerrado é rico em minerais, vitaminas e compostos funcionais, diminuindo, segundo verificado em ensaios clínicos, a incidência de enxaquecas e protegendo o organismo dos efeitos negativos do estresse. "Não é um remédio e não cura. Mas é benéfico à saúde", disse.

A produção média varia de 14 a 25 toneladas/ha/ano, e de acordo com a forma de condução da cultura pode chegar a 30 toneladas/ha/ano. Segundo a pesquisadora, o plantio da cultivar tem proporcionado bons retornos econômicos para o produtor.

Teste

Após a apresentação na vitrine, foi realizado teste sensorial e de aceitação do maracujá BRS Pérola do Cerrado. O consumidor experimentou três diferentes sucos de maracujá e selecionou o de sabor que mais lhe agradou. Após degustar o fruto do BRS Pérola do Cerrado "in natura" e comparar seu suco com o do maracujá azedo, o consumidor também opinou sobre o possível consumo do produto. Os testes foram desenvolvidos por parceiros da Rede Passitec, entre eles estudantes do curso de farmácia da Universidade de Brasília.

"Aqui mostramos que se trata de outro fruto, que não deve ser comparado com o maracujá comercial. Além das diferenças de tamanho e cor, o BRS Pérola do Cerrado tem um sabor diferenciado. É adocicado, de aroma agradável e de baixa acidez", ressaltou Ana Maria Costa.

O sabor adocicado foi mesmo o que chamou a atenção de Elvira de Oliveira. "Por ser mais doce, achei melhor que o maracujá que estamos acostumados a consumir. A partir de agora, se tiver na feira onde costumo ir, passarei a comprá-lo", declarou a professora.

Já os agricultores Roberto Dias e José Jorge da Silva se interessaram em produzir o BRS Pérola do Cerrado. Ambos têm propriedades em Formosa (GO) e experiência com plantio de fruteiras. Roberto chegou a ter 250 pés de maracujá comercial em sua propriedade, mas há três anos parou de produzir. "No nosso município temos muita dificuldade de comercialização, por isso passei a plantar mais hortaliças. A partir deste ano, entrei no programa para atender merenda escolar e estou pensando em voltar para as fruteiras. Acho que esse maracujá vai ser uma boa opção", afirmou.

O produtor Dorgivaldo Alves, do Assentamento Don José Gomes, em Corumbá de Goiás (GO), ficou entusiasmado com a possibilidade de plantar maracujá. Em quatro hectares, ele planta fruteiras, hortaliças e mandioca. A produção é vendida na feira e também atende alguns restaurantes e hotéis da cidade. O produtor acredita que, aumentando as opções de plantio, será possível obter maior lucro com a produção. "Quanto mais produtos diferentes levar para a feira, maior a chance de venda", disse.

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