18/05/16 |   Transferência de Tecnologia

Embrapa e extensão rural buscam método de controle da broca-gigante da bananeira

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Foto: Rodrigo Souza

Rodrigo Souza - Técnicos vistoriam bananais para identificar broca-gigante da bananeira no Ramal Espinhara (Bujari/AC)

Técnicos vistoriam bananais para identificar broca-gigante da bananeira no Ramal Espinhara (Bujari/AC)

Pesquisadores da Embrapa e técnicos da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar do Acre (Seaprof) visitaram áreas de produção de banana do município de Bujari, no início de maio, e constataram a presença de uma praga em forma de lagarta, conhecida como broca-gigante (Castnia licus). Agricultores familiares, moradores do Projeto de Assentamento Espinhara, a 52 quilômetros de Rio Branco, observaram o inseto nos bananais e os danos causados às plantas.

Segundo o pesquisador Rodrigo Souza, que participou da visita, a broca-gigante é uma praga típica da cana-de-açúcar, nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, mas também ataca outras plantas como a bananeira e o abacaxi, além de pastagens. As variedades de banana mais susceptíveis são as do tipo prata e do grupo Terra, principalmente a cultivar D`Angola, conhecida como banana comprida.

Os bananais visitados apresentam elevado grau de infestação. Entre as medidas de controle discutidas com a comunidade está a realização de pesquisa sistemática em área de produtor. Os pesquisadores também orientaram os agricultores sobre características específicas da broca-gigante, para facilitar a sua identificação, e distribuíram folder explicativo sobre a praga, já que por desconhecimento pode ser confundida com a broca-do-rizoma, também chamada de moleque-da-bananeira (Cosmopolites sordidus).

Trabalho conjunto

Conforme explica Souza, a lagarta causadora da broca-gigante atinge até oito centímetros de comprimento e se alimenta do pseudocaule das plantas. Na fase adulta o inseto em forma de mariposa deposita seus ovos entre as folhas e o talo das plantas, que eclodem entre sete e quatorze dias, dando origem a novas lagartas. "Elas penetram na bananeira, fazendo galerias em direção ao solo ou rumo à parte superior, comprometendo a produção dos frutos, podendo causar o tombamento e morte da planta".

De acordo com o coordenador de assistência técnica e extensão rural da Seaprof, Roney Santana, a praga é de rápida propagação e ainda há pouco conhecimento científico sobre o seu comportamento em bananais da região, mas, pelo histórico de destruição em outros estados gera grande preocupação.  "Precisamos investigar o problema e a parceria com a Embrapa é essencial nesse processo. O trabalho conjunto pode viabilizar o desenvolvimento de estratégias para controlar o problema e minimizar prejuízos para as famílias produtoras. Além disso, a participação dos agricultores é fundamental para a adoção de métodos eficazes de controle da praga", afirma.

Para o pesquisador Jacson Rondinelli, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Acre, o primeiro passo é conhecer a dimensão do problema e, neste sentido, profissionais da extensão rural e assistência técnica, que atuam nos diversos municípios, poderão contribuir na identificação das áreas afetadas. "Esse mapeamento é importante para o acesso a informações precisas sobre onde a praga ocorre e em que níveis se manifesta. A partir daí poderemos definir e articular medidas de controle. Além disso, o apoio desses profissionais é necessário para difundir as tecnologias recomendadas pela pesquisa", destaca.

 

Prioridade de pesquisa

Atualmente não existe método de controle da broca-gigante em bananeira recomendado pela pesquisa. A orientação é investir em práticas adequadas de manejo dos bananais como medida preventiva e, em caso de ataque da praga, geralmente a recomendação é que o plantio seja eliminado. Essa situação impõe urgência para o desenvolver alternativas tecnológicas capazes de solucionar o problema, entretanto, esse processo é lento e demorado.

Como ação mais imediata, será instalada Unidade de Observação em uma propriedade rural do Ramal Espinhara, para testar a eficiência de produtos químicos, biológicos e de base ecológica no controle da praga em banana comprida, tendo como referência um estudo realizado pela Embrapa de Rondônia. O trabalho de pesquisa contará com o apoio da Seaprof.

"O objetivo é validar um método de controle desenvolvido e testado naquele Estado, visando à seleção de inseticidas para recomendação no controle da broca-gigante em banana comprida no Acre. Entretanto, aqui vamos acrescentar estudos de viabilidade econômica do método", explica o pesquisador Rodrigo Souza.

Segundo Rondinelli, a broca-gigante da bananeira é um problema relativamente novo no Acre, mas vem se acentuando nos últimos anos, com grandes perdas para os agricultores. "Devido à importância econômica e social da cultura da banana para o Estado, o desenvolvimento de alternativas para controle de doenças e pragas da bananeira, incluindo a broca-gigante, é uma das nossas prioridades de pesquisa. Há um projeto em fase de elaboração, visando à realização de pesquisas com este objetivo", diz.

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

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