22/05/16 |   Transferência de Tecnologia

Instituições discutem implementação do projeto Bem Diverso no Acre

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Pesquisadores, técnicos e representantes de vinte instituições que realizam atividades na Reserva Extrativista Chico Mendes e lideranças comunitárias se reuniram na Embrapa para definir ações locais do Projeto Bem Diverso, desenvolvido pela Embrapa, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Realizado nos dias 17 e 18 de maio, o workshop teve como intuito promover uma discussão detalhada sobre o projeto e critérios de execução e alinhar as atividades passíveis de apoio.

De âmbito nacional, o projeto Bem Diverso tem como objetivo principal apoiar iniciativas voltadas para a conservação da biodiversidade brasileira e incrementar a geração de renda em comunidades tradicionais e de agricultores familiares. Liderado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), Unidade sediada em Brasília, contempla seis Territórios da Cidadania nos biomas Amazônia, Caatinga e Cerrados. No contexto amazônico as ações se concentram nos Territórios do Marajó (Pará) e Alto Acre e Capixaba (Acre).

Iniciado em 2015, com duração prevista até 2019, atuar em dois eixos principais: desenvolvimento e promoção do uso de técnicas de manejo para extração e uso sustentável de produtos florestais não madeireiros e promoção de sistemas agroflorestais; e identificação dos gargalos financeiros e de mercado que comprometem o aumento da produção e da renda de comunidades agroextrativistas e agricultores familiares. O trabalho conta com a parceria de instituições internacionais e nacionais, além da sociedade civil. A expectativa é que as ações no acre se iniciem ainda este ano.

No Acre as atividades serão desenvolvidas em comunidades da Reserva Extrativista Chico Mendes (Resex), com foco em produtos não-madeireiros e sistemas agroflorestais (SAFs). "A ideia é investir em ações que já estão acontecendo, como forma de potencializar a sua execução e fomentar a produção, visando contribuir para o desenvolvimento local", explica a pesquisadora Patrícia Drumond, chefe adjunta de transferência de tecnologias da Embrapa Acre (Rio Branco), ponto focal do projeto na Unidade.

O processo de escolha das comunidades e das atividades que poderão integrar o plano de trabalho que será implementado no Acre ainda está em fase inicial e envolve uma intensa articulação com agentes parceiros. Além de profissionais de instituições governamentais, como a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), e de entidades do terceiro setor, como o Centro de Trabalhadores da Amazônia (CTA) e Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), participaram da reunião realizada nos dias 17 e 18 de maio o pesquisador do Cenargen e líder do projeto, Aldicir Scariot, o assessor técnico do PNUD, Fernando Moretti, e o consultor desse órgão Carlos Castro.

 

Visita à comunidade

Uma estratégia utilizada nesse trabalho de articulação e definição das ações nos territórios é visitar comunidades rurais para conhecer a realidade local e identificar iniciativas com potencial para integrar o projeto. Com este objetivo, na segunda-feira, dia 16, uma equipe composta por pesquisadores da Embrapa e representantes do PNUD visitou comunidades do seringal Porvir, na Reserva Extrativista Chico Mendes, município de Brasileia.

Além de reunir com os moradores para ouvir demandas da comunidade, os visitantes conheceram modelos de sistemas agroflorestais (SAF´s) implantados durante o projeto "Jovens Empreendedores", encerrado em 2015, e no âmbito do projeto Sistemas Agroflorestais para a Recuperação de Áreas Degradadas (Saram), executados pela Embrapa, envolvendo o cultivo de castanheira e outras espécies florestais, além de culturas agrícolas. "Acreditamos na possibilidade de expandir o uso destes sistemas na comunidade, utilizando modelos baseados no cultivo de castanheira mesclado a espécies frutíferas, uma vez que a principal atividade das famílias é extrativista e há interesse por esta estratégia de produção", diz a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt, uma das articuladoras do projeto.

Além de contribuir para a promoção do desenvolvimento local, o Bem Diverso atua na geração de informações e conhecimento para subsidiar a formulação de políticas públicas de caráter sustentável. Segundo Aldicir Scariot, embora a comunidade visitada conviva com uma série de problemas, como a dificuldade de acesso devido às condições precárias das estradas, também apresenta grande potencial de inserção no projeto, por ser organizada socialmente e bastante interessada no uso sustentável dos recursos florestais, principalmente a partir dos trabalhos que a Embrapa Acre já desenvolve na região.

"Imagino que estas potencialidades também existam em outras comunidades do estado, o que facilitará o trabalho de escolha das localidades e a execução das atividades. Entretanto, é importante destacar que o suporte que oferecemos tem um caráter colaborativo às ações em curso e não de sobreposição ou competição, uma vez que a proposta é que haja uma complementariedade na entrega de produtos mais completos e com maior impacto econômico e social para as comunidades. Deste modo, podemos garantir resultados mais efetivos para as famílias", ressalta o pesquisador.

Para o assessor do PNUD, Fernando Moretti, a existência de trabalhos consolidados com SAF´s e extrativismo é um ponto muito positivo para a comunidade, uma vez que estão diretamente relacionados com o foco do projeto. "Nossa proposta é tentar resolver alguns gargalos da produção, com base em demandas identificadas pelos próprios moradores. Acreditamos que, seguindo essa linha do desenvolvimento sustentável, é possível retirar o sustento da floresta e de outros sistemas de produção e, ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais", diz.

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

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