BRS Esteio supera lucratividade de variedade de feijão preto antecessora no Paraná
BRS Esteio supera lucratividade de variedade de feijão preto antecessora no Paraná
A BRS Esteio propiciou um ganho financeiro superior de 63% em relação à variedade BRS Esplendor, sua antecessora. A informação é resultado da avaliação de impacto econômico realizada pela Embrapa para o feijão de primeira e segunda safra, junto a agricultores da região dos Campos Gerais do Paraná, municípios de Araucária, Prudentópolis, Ipiranga, Guamiranga, Fernandes Pinheiro, Ponta Grossa, Guaragí e Tibagí.
O estudo foi conduzido entre 2014 e 2015, quando foram analisados produtividade e custos de produção da lavoura e lucro do grão comercializado. Segundo a avaliação de impacto, a receita líquida obtida com a BRS Esteio foi de R$ 2.998,52 reais por hectare, enquanto a BRS Esplendor alcançou R$ 893,13 reais por hectare. Para fins de cálculo, foram utilizados como referência preços de abril do ano passado, quando a colheita foi encerrada.
Em relação à produtividade das lavouras, os agricultores que plantaram a BRS Esteio colheram, na média das safras avaliadas, 2,7 mil quilos (45 sacas do grão) por hectare e aqueles que plantaram a BRS Esplendor, 2,1 mil quilos (35 sacas do grão) por hectare.
"A BRS Esteio interfere diretamente na produção e a tendência é que sua influência aumente nos próximos anos", afirmou Osmira Silva, economista da Embrapa Arroz e Feijão. Segundo ela, no estudo de impacto realizado, estimou-se que a BRS Esteio ocupou um mil hectares. "Acreditamos que essa área poderá crescer, pois as sementes certificadas da variedade ainda se encontram em processo de multiplicação no mercado revendedor".
De acordo com Osmira Silva, o estudo de impacto econômico conduzido foi uma primeira etapa de avaliação da BRS Esteio e avaliações subsequentes serão feitas para acompanhamento da rentabilidade da variedade nos próximos anos. A BRS Esteio e a BRS Esplendor são cultivares geradas pela Embrapa e parceiros.
Produção no país
Nos últimos anos, a produção de feijão comum no Brasil vem sendo suficiente para abastecer o mercado interno e gira em torno de 2,7 milhões de toneladas. Apesar disso, no que diz respeito exclusivamente ao feijão preto, há importação média de 100 mil toneladas do grão ao ano. Nesse cenário, o Estado do Paraná ocupa posição de destaque, pois é o principal produtor da leguminosa, inclusive, do grão preto, com cerca de 390 mil toneladas colhidas ao ano.
Características - BRS Esteio
O cruzamento de plantas que deu origem à BRS Esteio ocorreu em 1992. A partir de 2005, a linhagem passou a ser testada em campos experimentais localizados em diferentes regiões e ambientes de cultivo no Brasil, sendo selecionada para se tornar uma variedade em 2010.
A BRS Esteio tem potencial genético para alcançar boas produtividades e apresenta, sob inoculação artificial, resistência ao vírus do mosaico comum e a quatro raças do agente causador da antracnose. Nos ensaios de campo, mostrou-se moderadamente resistente a antracnose e ferrugem e moderadamente suscetível a murcha de fusário. Entretanto, mostrou-se suscetível a mancha angular, crestamento bacteriano comum e vírus do mosaico dourado. A variedade apresenta também porte ereto de planta, o que facilita a colheita mecânica direta.
A BRS Esteio é recomendada para o plantio na primeira safra nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará e Paraíba. É indicada para a primeira e segunda safras no Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul; e para a terceira safra em Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Rodrigo Peixoto (1.077 MTb/GO)
Embrapa Arroz e Feijão
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