Espécies de rápido crescimento se destacam em condições adversas na Amazônia
Espécies de rápido crescimento se destacam em condições adversas na Amazônia
Pesquisadores do Projeto Biomas se surpreenderam com o experimento que une o plantio de espécies florestais nativas e exóticas de rápido crescimento. É o caso do paricá (Schizolobium parahyba var. amazonicum), de ocorrência natural da Amazônia, e do eucalipto (Eucalyptus spp.), espécie australiana mundialmente conhecida.
As poucas chuvas que caíram na região sudeste do Pará no início de 2016 preocuparam os pesquisadores quanto ao desenvolvimento de diversos plantios. Como a área experimental do projeto se localiza no município de São Domingos do Araguaia, na Fazenda Cristalina, as experimentações são sujeitas a esse quadro adverso. "Sabemos que a região possui um característico período de déficit hídrico natural, com estação seca pronunciada, mas as chuvas irregulares e esparsas acentuaram essa preocupação", afirmou o engenheiro florestal, Dr. Alexandre Mehl Lunz, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e coordenador regional do Projeto Biomas – Amazônia. "Isso torna ainda mais surpreendente o desenvolvimento satisfatório de espécies florestais de rápido crescimento e como elas respondem a alguns tratamentos específicos, sejam com uso de adubações químicas ou orgânicas, em uma região tida como pouco promissora e essas espécies", complementa.
O Dr. Arystides Resende Silva, engenheiro florestal e pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, corrobora tais informações. Responsável pela pesquisa que avalia a adaptabilidade de diferentes clones comerciais de eucaliptos, ele descreve resultados promissores, especialmente quando se considera as condições adversas de clima e de solo, sendo este último nutricionalmente muito pobre. "Pode-se verificar que, dos seis clones testados, alguns apresentam bom desenvolvimento nessas condições de estudo e outros apresentam uma grande mortalidade devido a essas condições. Existem clones que estão se desenvolvendo bem e apresentam um grande potencial para a região de estudo", afirma.
Os pesquisadores afirmam que tais espécies de rápido crescimento têm suas medições de altura e diâmetro obtidas duas vezes por ano nos três primeiros anos de desenvolvimento das árvores, de modo a melhor caracterizar sua curva de crescimento acentuada neste período. Do quarto ano em diante, são previstas avaliações anuais. Atualmente, estão sendo executadas duas medições por ano.
O Projeto Biomas
O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.
Os estudos estão sendo desenvolvidos nos 6 biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.
O Projeto Biomas tem o apoio do Senar, Sebrae, Monsanto, John Deere e do BNDES.
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