09/06/16 |   Research, Development and Innovation

Aberto IV Congresso Nacional de Feijão-caupi em Sorriso-MT

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Photo: Eugênia Ribeiro

Eugênia Ribeiro - Solenidade de abertura do IV Conac

Solenidade de abertura do IV Conac

Capital Nacional do Agronegócio, Sorriso – MT,  é sede, desde a noite de terça-feira (07)  até sexta-feira (10), do IV Congresso Nacional do Feijão-caupi (Conac). A abertura do congresso, promovido no Centro de Eventos Municipal Ari José Riedi, reuniu organizadores, autoridades e os mais de 400 inscritos que participam do evento que  permitirá o debate de temas acerca do grão, desde a produção, colheita, armazenamento, comercialização e consumo. 
 
Largamente consumido na região Nordeste, o feijão-caupi (ou o feijão-de-corda ou macassar) é uma importante ferramenta no combate à desnutrição, por conter altos teores de ferro e zinco. O desafio agora é ampliar as áreas de produção da cultura, que tem predominância no Nordeste e Norte, mas também mostra seu potencial no Centro-Oeste, principalmente depois que o melhoramento genético permitiu a mecanização da colheita.
 
Para o presidente da Comissão Organizadora do IV Conac, Kaesel Damasceno,  falta ao Brasil dedicar atenção específica à cultura, visto que ainda há carência de dados estatísticos sobre o feijão-caupi, já que sua produção no País é somada à produção do feijão comum. "Até 2006 a produção era restrita ao Nordeste e hoje Mato Grosso é o maior produtor do feijão-caupi, com alta produtividade, com destaque para a região de Sorriso", destacou, complementando que o Ceará é o estado brasileiro com maior área dedicada à cultura, sem, no entanto, alcançar os índices de produtividade de Mato Grosso, que em 115 mil hectares, produz 125 mil toneladas por ano. A exportação do feijão-caupi também cresce de maneira exponencial, com 24 mil toneladas em 2013,  52 mil em 2014 e 120 mil em 2015.  
 
A expectativa do presidente do evento é que o Conac sirva como um marco para a solução de alguns gargalos da cultura, como a falta de organização da cadeia produtiva, o início dos registros de dados de produtividade separadamente do feijão comum, o registro de mais defensivos agrícolas específicos para o feijão-caupi (apenas dois atualmente), e a desburocratização dos processos ligados à cultura, principalmente nas instituições de pesquisa. 
 
O prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, recepcionou os participantes vindos de todo o país e apontou o quanto o investimento em tecnologia é necessário para o desenvolvimento da agricultura, que, por consequência, também resulta no crescimento do país. "Sorriso hoje é um município formado por gente de todo o Brasil e sua colonização, que se deu nos últimos 40 anos, foi feita por agricultores vindos principalmente do Sul do país e hoje somos destaque na produção de soja, milho, peixe e agora também , de feijão-caupi", destaca.
 
É justamente para vencer estes paradigmas ligados ao feijão-caupi, bem como estabelecer novas perspectivas para sua produção,  que aconteceram no dia 08  as mesas redondas e oficinas de negócios sobre o tema. Também na quarta-feira aconteceu, no estande da Embrapa o lançamento da cultivar BRS Imponente. Na sexta-feira, um dia de campo também mostrará os resultados obtidos com a cultura.
 
Palestra de abertura – O  coordenador do Centro de Agronegócio da FGV/EESP e embaixador da FAO para as Cooperativas, o ex-ministro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Roberto Rodrigues, apresentou a palestra de abertura do IV Conac. Carismático e bem-humorado, Rodrigues destacou que o motivo de estar palestrando era justamente o fato de ser agrônomo e produtor rural. E foi contextualizando a história de sua família, repleta de agrônomos, que ele mostrou à plateia que "a agricultura é uma atividade de risco, que precisa de estratégia e políticas públicas". 
 
E são estes alguns dos maiores desafios que o Brasil precisa superar para se firmar como maior produtor de alimentos do mundo. É necessário, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),  que se amplie em 20% a produção de alimentos até 2020 e esta é a grande oportunidade de o Brasil se firmar como o maior produtor de alimentos do mundo, pois, para atingir este percentual, é necessário que o país aumente em 40% sua produção.
 
Para tanto, uma série de barreiras precisam ser transpostas, como o estabelecimento de uma estratégia que contemple política de renda, crédito e seguro rural; política comercial com agregação de valor e acordos bilaterais; e política tecnológica. Além destes itens, é necessário que seja amplamente discutido o custo Brasil, principalmente levando-se em conta questões como infraestrutura e logística; juros, tributos e câmbio; e a redução da burocracia. 
 
Mais três itens compõem o rol de pontos que merecem atenção do Governo e dos agricultores: segurança jurídica, comunicação e organização. E neste ponto o ex-ministro foi enfático ao destacar que o atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pode ser o grande semeador de uma mudança definitiva para a agricultura brasileira. O ministro Blairo Maggi estará presente no IV Conac nesta quinta-feira (9), quando falará aos e visitará os estandes.
 
Eventos de difusão de conhecimento como o Conac também contribuem para que seja alterada a visão que os próprios brasileiros têm sobre o agricultor. "Na França, o agricultor é visto como um herói  e no Brasil, de forma geral, a imagem que se tem dele é do desmatador e só vai haver política pública se a opinião pública tomar conhecimento da importância da agricultura", comentou Rodrigues, lembrando ainda que, para que o país alcançasse a posição de destaque que hoje ocupa na produção de alimentos, foi e é necessário o emprego de tecnologia de ponta. "Pero Vaz de Caminha errou quando disse que, nesta terra, em se plantando, tudo dá. Mentira. É preciso usar conhecimento e tecnologia para fazer um solo como o cerrado, por exemplo, produzir", acrescenta. E conclui sua palestra afirmando que só  vai haver política pública se a opinião pública tomar conhecimento da importância da agricultura.
 

Eugênia Ribeiro (com informações dePauta Pronta Assessoria de Imprensa)
Embrapa Meio-Norte

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