Dia de campo apresenta experimentos com arroz de sequeiro em Terra Alta
Dia de campo apresenta experimentos com arroz de sequeiro em Terra Alta
A Embrapa pesquisa o melhoramento genético do grão para estimular o retorno da produção no Pará
Nesta sexta-feira (10) a Embrapa Amazônia Oriental realiza dia de campo sobre cultivares de arroz, no Campo Experimental de Terra Alta, nordeste paraense. Serão apresentados a produtores, estudantes, técnicos e extensionistas, ensaios de melhoramento genético de cerca de 20 linhagens e cinco unidades de observação, que visam identificar futuras cultivares mais adaptadas e produtivas à região.
Em meados dos anos de 1990 o Pará chegou a ocupar lugar de destaque em produção de arroz na região Norte, mas as áreas plantadas no estado diminuíram drasticamente e atualmente a maior parte do grão consumido vem de outros estados. Para oferecer alternativas aos produtores e mostrar que a cultura do arroz pode ser produtiva e viável economicamente, a Embrapa vem desenvolvendo diversas pesquisas no melhoramento genético do grão, para chegar a cultivares que mais se adaptam às diversas regiões do Pará, oferecendo qualidade de grãos, produtividade, resistência ao acamamento, assim como tolerância à seca, doenças e pragas.
De acordo com o pesquisador Austrelino Silveira Filho, responsável pelos ensaios, a Embrapa tem intensificado suas pesquisas para mostrar que o Pará pode voltar a ter destaque na produção desse alimento tão importante econômica e socialmente. Ele lembrou que há cerca de duas décadas o nordeste paraense possuía tradição no cultivo, mas que diversos fatores contribuíram para essa diminuição.
Baixa produtividade, necessidade de tecnificação e a dificuldade de concorrer com o preço do arroz produzido, principalmente no Sul do país, estão entre as causas. O pesquisador fala ainda que culturas como o milho e soja, que oferecem melhores preços, acabaram ganhando a preferência dos produtores. Daí a importância da pesquisa em gerar cultivares mais produtivas e, portanto, competitivas para o mercado. "O papel da Embrapa é mostrar que através da pesquisa e tecnologias desenvolvidas nos últimos anos, temos cultivares de arroz de terras altas produtivas, com boa qualidade de grãos e que podem ser cultivadas no estado, para reocupar esse nicho de mercado", defende Austrelino.
Os ensaios conduzidos no nordeste paraense testam cerca de 20 diferentes materiais genéticos ou linhagens, nos quais estão sendo avaliadas características como ciclo, floração, altura, acamamento, tolerância à doenças e pragas, assim como produtividade e qualidade dos grãos. "Sabemos que o arroz tipo 1 (agulhinha) tem a preferência dos consumidores, por isso, as cultivares da Embrapa também observam a aparência e tamanho dos grãos", explica o pesquisador.
Para se chegar a cultivares propícias às diferentes regiões do Pará, os ensaios estão sendo replicados nos municípios de Paragominas, Belterra, Altamira, Uruará e Marabá. "Já lançamos no Pará cultivares como a BRS Primavera, BRS Bonança, BRS Curinga, entre outras, que se adaptaram bem ao estado, mas a busca por melhorias é constante e pretendemos oferecer aos produtores paraenses opções que tornem a cultura mais rentável e produtiva", explica.
A pesquisa com arroz de sequeiro, ou de terras altas, é coordenada nacionalmente por meio da Embrapa Arroz e Feijão (GO) que atua em rede em diversos estados brasileiros, entre eles, o Pará.
O dia de campo sobre cultivares de arroz ocorre dia 10 de junho, das 8 às 12 horas, no campo experimental de Terra Alta, vinculado ao Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Napt Bragantina), localizado na rodovia Castanhal-Curuçá, km 33, Terra Alta (PA).
Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental
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