09/06/16 |   Transferência de Tecnologia

Transferência de tecnologias da Embrapa chega a alunos da Bolívia

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Foto: Nicoli Dichoff

Nicoli Dichoff - Na unidade da empresa localizada em Corumbá (MS), estudantes de veterinária participam de palestras e aulas práticas

Na unidade da empresa localizada em Corumbá (MS), estudantes de veterinária participam de palestras e aulas práticas

Quem passou pelo grupo de alunos que visitou a Embrapa Pantanal nesta quinta-feira, dia 09, ouviu uma mistura de português e espanhol nos corredores da unidade. Os estudantes integram o curso de veterinária da Universidade de Aquino da Bolívia (Udabol) e vieram à instituição localizada em Corumbá (MS) para conhecer seu trabalho de pesquisa.
 
"Nós fizemos vários contatos com o pessoal da Bolívia. Tivemos oportunidade de conhecer os estudos que eles estão fazendo e mostrar como atuamos, também. Esse relacionamento de troca de informações e experiências é o que vai aproximar os pesquisadores bolivianos dos nossos para que eles possam, futuramente, trabalhar em conjunto", afirma o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pantanal, José Comastri Filho.
 
Segundo o professor da Udabol Joaquim Ugateche Ribera, "o grande benefício dessa ação é aumentar o conhecimento da turma, já que estamos lidando com profissionais em formação. Imagino que isso vá influenciar positivamente suas carreiras, porque o intercâmbio de informações faz parte de uma experiência única". 
 
As atividades
 
Na Embrapa Pantanal, os alunos assistiram a palestras sobre o ambiente pantaneiro, recursos genéticos animais, anemia infecciosa equina, aquicultura e pastagens. Logo depois, participaram de visitas e atividades nos laboratórios da unidade. A pesquisadora Márcia Furlan, virologista na Embrapa Pantanal, foi a responsável por discutir a anemia infecciosa equina (AIE) – uma doença viral incurável que ataca cavalos, mulas, burros e jumentos – com os estudantes.
 
Para transmitir as informações geradas pela pesquisa no Brasil, ela buscou conhecer um pouco da realidade da Bolívia. "Ela foi introduzida mais ou menos ao mesmo tempo que no Pantanal. Causou muita mortalidade, como causou aqui. Pelo que consegui entender conversando com os estudantes, não há uma política de controle como nós temos no Brasil", diz. Como forma de conscientizá-los sobre a importância da prevenção, ela ressaltou a necessidade de impedir que os animais entrem em contato com o sangue uns dos outros para evitar a transmissão da doença.
 
A pesquisadora Raquel Juliano foi responsável pela palestra sobre recursos genéticos animais e a pesquisadora Catia Urbanetz apresentou o herbário aos alunos. O pesquisador Jorge Lara abordou a aquicultura e suas possibilidades no campo da pesquisa e mercado. "Ações como essas são muito importantes porque nós fazemos comércio com esses países. Nossos produtos vão chegar até lá. Então, é interessante que eles conheçam fatores como o padrão de qualidade e a expectativa de consumo de cada produto", afirma.
 
A impressão dos estudantes
 
Renan Teles Pinheiro, que tem 21 anos, é nascido no Brasil e afirma que já havia tido contato com a Embrapa por meio de capacitações. "Participo de cursos de atualização promovidos pela Embrapa Gado de Leite e Gado de Corte", conta. "Conhecimento é essencial". Ele e Carlos André de Moura, 19 anos e também brasileiro, afirmam que escolheram concluir a formação acadêmica na Bolívia por fatores como o custo dos estudos e a facilidade de ingresso na universidade. Carlos diz que já conhecia a instituição de pesquisa e a região pantaneira graças ao cavalo Pantaneiro – uma raça de grande rusticidade. "Minha família tem esses animais na propriedade. Meu pai veio comprar aqui em Corumbá e levou para lá".
 
Já Fernando Moreno, de 40 anos, é um engenheiro agrônomo nascido na Bolívia que está finalizando a segunda formação acadêmica no curso de veterinária. Ele conta que já conhecia a Embrapa, mas que nunca tinha visitado uma das unidades de pesquisa. "É sempre bom se atualizar. Vim procurar informações novas, verificar a possibilidade de fazer mais investigações relacionadas a pasto e gado. Uma visita como essas amplia o conhecimento não só de cada pessoa, mas da comunidade acadêmica", finaliza.
 
Nesta sexta-feira, dia 10, representantes da Embrapa Pantanal e alunos da Udabol estendem as visitações até a Escola de Bodoquena, unidade da Fundação Bradesco localizada em Miranda (MS).
 

Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
Embrapa Pantanal

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