Na parte prática do curso "Melhoramento e biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de cultivares de forrageiras tropicais", realizado durante o 2º Workshop de Melhoramento Vegetal "Biotecnologia Aplicada ao Desenvolvimento de Cultivares para o Cerrado Brasileiro", no período de 14 a 16 de junho, na Embrapa Gado Corte (Campo Grande, MS), os participantes - a maioria universitários – foram ao campo para conhecer os programas de melhoramento de Brachiaria e Pacinum maximum da Embrapa. De acordo com a pesquisadora Cacilda do Valle, a finalidade de levá-los ao campo foi para terem uma proximidade maior com o trabalho desenvolvido com forrageiras como, por exemplo, cruzamentos, polinização, coleta de sementes, seleção de híbridos e, também, para terem noção do tipo de arquitetura de planta que é importante numa pastagem. Ela explica que quando se fala em melhoramento de forrageiras, é preciso pensar em produção com sustentabilidade. Entre os critérios de seleção dessas plantas estão resistência ao pastoreio, manutenção na pastagem com rebrota e boa cobertura do solo. "Produzir com qualidade indica, por exemplo, menor emissão do gás metano pelos bovinos que estão no pastejo. Todo esse trabalho é complexo e para tanto precisamos de equipe multidisciplinar e tempo, que varia de oito a dez anos para o desenvolvimento de uma cultivar", informa. Para a aluna de mestrado em Agronomia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Renata Marchiori, ter mais conhecimentos sobre o tema "forrageiras", durante o Workshop, chamou a atenção. "Agora que conheci melhor o assunto estou com vontade de trabalhar nessa área porque as oportunidades são grandes", afirma. O professor da Universidade de São Paulo (USP), Luiz Silva, também participou do curso. Ele trabalha em linhas de pesquisa para o desenvolvimento de forrageiras visando melhor desempenho animal. "Vim saber das novidades e gostei bastante, principalmente do tema biotecnologia. Estou muito animado com o progresso na linha de plantas forrageiras no Brasil", complementa. Membros da comissão organizadora do Workshop, as professoras da UFGD, Liliam Candido e Lívia Davide, destacam como de grande importância a realização do evento com a presença de universitários e a integração com pesquisadores e docentes. "É uma oportunidade excelente para os alunos por ser uma nova área que se abre levando em conta que eles estão acostumados com avaliação fitotécnica de milho, soja e pecuária de corte. Existem poucos melhoristas no mercado de trabalho e grande demanda por esses profissionais, tanto na área docente quanto para trabalhar em empresas. Acho que é uma oportunidade de encontrar um mercado de trabalho promissor", diz Lívia Davide. Evento O Workshop contou com a participação de cerca de cem pessoas e foi realizado pela Diretoria da Regional de Mato Grosso do Sul, filiada à Sociedade Brasileira de Melhoramento de Plantas (SBMP), com a finalidade de promover um fórum de discussões sobre os avanços e as estratégias biotecnológicas disponíveis para o melhoramento de culturas agrícolas importantes do Cerrado. Foi promovido pela Embrapa e Universidade Federal da Grande Dourados, com patrocínio da Capes, Fundect, SBMP, Unipasto, Monsanto, Novilho Precoce MS, do Sindicato Rural de Campo Grande e da Aprosoja MS. O apoio foi da Fundação MS, Sanesul e do Crea-MS.