25/07/16 |   Melhoramento genético

Tecnologias e cultura em pecuária são destaque no Marajó Búfalos

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Teste da caneca é uma das boas práticas difundidas pela Embrapa no Marajó

Teste da caneca é uma das boas práticas difundidas pela Embrapa no Marajó

Embrapa apresenta no evento resultados de projetos em melhoramento genético e boas práticas de manejo visando o incremento da bubalinocultura de leite Marajó voltada a produtores familiares

Começa nesta segunda-feira (25) o 1º Marajó Bufalos, evento que mostra o avanço em melhoramento genético dos búfalos regionais para leite e corte, reunindo difusão tecnológica com palestras e cursos, curral de negócios, além de torneio de búfalas leiteiras a pasto e concurso para eleger o melhor queijo marajoara. Promovido pela Associação dos Criadores de Búfalo do Pará (ACBP) e sindicatos dos produtores locais, ocorre na Fazenda Paraíso, no Retiro Grande, em Cachoeira do Ararí, ilha do Marajó, até o dia 30 de julho.

A Embrapa Amazônia Oriental integra a comissão organizadora, auxilia no acompanhamento zootécnico dos animais participantes e realiza, junto a diversos parceiros, o ciclo de palestras e cursos "Manejo e tecnologias para a pecuária bubalina leiteira familiar do Marajó".

A programação técnica ocorre de 25 a 29 e foca na pesquisa e transferência de tecnologias, conforme afirmou o pesquisador Ribamar Marques. "Há cerca de 30 anos a Embrapa atua na região junto aos produtores e será um momento de mostrar os resultados dessa parceria e novos projetos, a exemplo do Promebull Marajó - Pecuária Bubalina Familiar Leiteira da Ilha do Marajó , que visa alavancar a produção, ao estimular e difundir boas práticas preconizadas pela Embrapa nos sistemas de produção bubalina, envolvendo as áreas de melhoramento genético, nutrição, sanidade, reprodução, entre outros", explicou o pesquisador.

Cerca de 200 animais de 22 propriedades de vários municípios do Marajó participam da programação que deve reunir um público aproximado de 500 pessoas durante os seis dias, conforme explicou João Rocha, vice-presidente da Associação Paraense de Criadores de Búfalo (APCB).

Serão cerca de 40 búfalas na disputa do torneio leiteiro e os demais animais divididos em lotes para leilão no curral de negócios, além de outros 50 animais disponibilizados para a comercialização de engorda. Para o concurso de queijo, cerca de 20 queijarias já estavam inscritas para concorrer nas categorias, queijos certificados e queijos de fazenda.

Ele explicou que o Marajó Bufalos será uma vitrine dos avanços alcançados pelos produtores locais em termos de melhoramento genético dos animais e boas práticas de manejo, revelando a competitividade produtiva local, mas ao mesmo tempo em que promove o intercâmbio e momentos de formação entre os diversos atores da cadeia produtiva local e nacional. "A pecuária bubalina de leite e corte tem forte participação na economia local e o Marajó Bufalos agrega diversos elementos para incrementar ainda mais esse setor produtivo", destacou João Rocha.

A programação inicia nesta segunda, 25, com o as pesagens diárias do torneio leiteiro e o curso sobre manejo de rebanho, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). A Embrapa integra ainda as atividades do dia 29, com palestras ministradas na Associação dos Filhos e Amigos do Retiro Grande. O pesquisador Ribamar marques, apresenta o projeto Promebull Marajó e em seguida, o médico veterinário Marivaldo Figueiró, fala sobre as boas práticas para produção de leite bubalino com qualidade.

Marivaldo reitera que o avanço tecnológico já é realidade para muitos produtores no arquipélago, e diferente do que se possa pensar, acessível também para os produtores familiares. Um dos exemplos, afirmou o veterinário, é a inseminação artificial, técnica disponível nos cursos ministrados pela Embrapa voltados à produção familiar. "São inúmeras as vantagens da inseminação, desde a redução dos custos com a manutenção de um touro na propriedade, a garantia do ganho genético na reprodução dos bezerros, seja visando à produção e carne ou de leite", revela.

Pecuária bubalina é fator de desenvolvimento no Marajó

Os municípios do Marajó figuram entre os mais pobres do Brasil, segundo a classificação de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a bubalinocultura pode auxiliar na superação desse cenário.

De acordo com o secretário de desenvolvimento agropecuário e de pesca, Hildegardo Nunes, a produção de carne e leite, de forma mais eficiente e com melhores padrões zootécnicos dos animais criados, podem alavancar esse desenvolvimento. Ele lembra, no entanto, que somente a partir de um conjunto de ações, das diversas atividades produtivas, será possível mudar a atual paisagem social do Marajó. "O Búfalos Marajó é um exemplo dessa união, pois agrega produtores, instituições de pesquisa como a Embrapa, governo, os diversos atores da cadeia produtiva, para agir em prol dessa mudança", explica Hildegardo.

O secretário lembrou ainda, que o torneio de búfala leiteira e concurso de queijo, em um mês como o de julho, típico de veraneio no Pará, reúne ainda as atividades turísticas e culturais, que também são fortes na economia local.

O queijo do Marajó já é dos símbolos da região e produto genuinamente paraense. Segundo informações da coordenação, cerca de 20 queijarias estão inscritas para disputar o título de melhor queijo nas categorias queijo de fazenda e queijos certificados, no 1º Concurso APCB/Fazenda Paraíso do Queijo do Marajó.  A premiação ocorrerá no dia 30, junto ao final do torneio leiteiro e curral de negócios e será aberta ao público.

Sobre a pecuária bubalina no Pará

Segundo dados do IBGE (2014), o Pará é o estado que concentra maior população de búfalos do Brasil, sendo responsável por 37,4% das 1,32 milhão de cabeças do rebanho nacional e a maior parte desses animais está na Ilha do Marajó. Os maiores rebanhos estão localizados nos municípios de Chaves (PA) e Soure (PA).

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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