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MS demanda organização para aumentar produção e qualidade do leite

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O futuro da produção do leite em Mato Grosso do Sul foi o tema de Simpósio durante a tarde de quarta-feira (16) , na 48ª Expoagro (Dourados/MS). O evento foi realização da Embrapa Agropecuária Oeste, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Sindicato Rural de Dourados; e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur).

Fizeram a abertura o chefe geral adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus, o diretor do Sindicato Rural de Dourados, Ademar Roque Zanatta, e o secretário adjunto da Seprotur Paulo Engel que também foi o primeiro palestrante.

"Com certeza, essa é a atividade principal dos pequenos produtores e uma das principais fontes de alimentos da população. Precisamos de uma assistência técnica e de associações fortes e organizadas em Mato Grosso do Sul. Temos 40 mil produtores rurais envolvidos com a cadeia do leite. São cerca de 120 mil trabalhadores diretos na produção rural e dois mil empregos em outros setores. Mas a produção ainda é baixa. Em 2009, atingimos uma média de 2,6 litros/vaca/dia enquanto Santa Catarina produziu 6,6 litros/vaca/dia ", disse Engel que fez um panorama do setor leiteiro em MS.

Para Engel, é preciso criar-se uma cultura de produção de leite no Estado, e apontou alguns motivos para a baixa produtividade no Estado: baixa especialização da atividade, uso de forrageiras inadequadas, manejo de pastagens incorretos e de desmama inadequado, ausência de cuidados na higiene da ordenha e falta de informações gerenciais das propriedades para tomada de decisão.

Por isso o governo estadual, em parceria com instituições privadas e públicas, está dando  andamento algumas ações, como a intensificação das atividades do Programa Balde Cheio; a criação do Conseleite/MS, que aproxima o produtor da indústria e do Subprograma de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira no Estado;  as negociações para ampliar de infraestrutura (patrulhas mecanizadas, resfriadores e sistema viários); e articulação das ações desenvolvidas pelos parceiros. "A atividade leiteira está evoluindo e o produtor precisa acompanhar a modernização do parque industrial, que traz ganhos de competitividade a longo prazo", concluiu.

PAS Leite

 

Os inscritos no Simpósio do Leite também assistiram à palestra da pesquisadora da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG), Nívea Maria Vicentini, sobre o Programa Alimento Seguro (PAS Leite) que possui alguns requisitos para implementação: adequação das instalações, segurança e qualidade a água (que deve ser potável), manejo da ordenha e sanitário, refrigeração e estocagem do leite e produção de alimentos.

O objetivo do Programa é "que seja produzido leite seguro e de qualidade em toda a cadeia produtiva, ou seja, com baixa carga microbiana, baixa contagem de células somáticas, composição de gordura e proteínas ideiais, e ausência de resíduos de medicamentos e agrotóxicos", explicou Nivea.

Segundo a pesquisadora, a adesão ao PAS Leite deve ser feita, preferencialmente, pelo setor industrial e entidades representativas do segmento. "São eles que indicarão os produtores e transportadores que vão participar do programa, entrando em contato com a Embrapa Gado de Leite, o Sebrae, o Senai ou o Senar do Estado. O programa existe em todas as Unidades da Federação", afirmou. Nivea ainda lembrou que os requisitos exigidos para implementar o PAS Leite ajudam o produtor a cumprir o que está estabelecido na Instrução Normativa nº 62, que alterou a IN nº 51/2002, legislação que trata das normas de produção, comercialização e qualidade do leite.

Suplementação

A última palestra foi do zootecnista e consultor técnico Roberto Sanches Nakayama, que falou sobre a importância da suplementação na pecuária leiteira. Para correta suplementação, Nakayama abordou os seguintes aspectos: potencial de produção do rebanho, as exigências nutricionais dos animais e o valor nutritivo dos alimentos, que varia de acordo com idade, peso e produção.

Ao falar sobre os dois tipos de alimentos, volumosos e concentrados, o zootecnista explicou que os concentrados devem ser usados somente para complementar as necessidades não atendidas pelos volumosos. Os alimentos volumosos entram na dieta dos animais em maior quantidade, como pastagens, capineiras, cana-de-açúcar, silagens e feno. Entre os alimentos concentrados estão o farelo de soja, farelo de trigo, milho, aveia, farelo de arroz, triguilho e sorgo. "O nível de produção do rebanho depende da ração. Na escolha da ração comercial, dê preferência a fábricas certificadas pelo MA com controle de qualidade", alertou.

Sílvia Zoche Borges ( MTb-MG 08223JP)
Embrapa Agropecuária Oeste
silvia.borges@cpao.embrapa.br
(67) 3416-9742

Embrapa Agropecuária Oeste

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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