Dia de Campo na TV - Jardim filtrante: saneamento básico na área rural
Dia de Campo na TV - Jardim filtrante: saneamento básico na área rural
Este programa foi ao ar no dia 28 de setembro de 2012.
Em São Carlos, interior de São Paulo, uma iniciativa da Embrapa Instrumentação se apresenta como o caminho ideal para a promoção do saneamento básico na área rural e a destinação correta dos resíduos sólidos, de origem domiciliar.
A proposta é evitar as chamadas fossas negras, transformar o esgoto doméstico da área rural em adubo orgânico, promover o saneamento básico e proteger o meio ambiente. Para isso, foi desenvolvido o jardim filtrante, uma tecnologia complementar ao saneamento básico na zona rural, que inclui a fossa séptica biodigestora e o clorador Embrapa.
Como a fossa trata apenas o esgoto humano, o jardim filtrante surgiu como uma alternativa para dar um destino adequado à água cinza da residência, constituída de efluentes provenientes de pias, tanques, chuveiros e o efluente tratado da fossa.
Apesar do seu poder contaminante ser bem menor que a água negra, a água cinza também merece atenção, já que vem impregnada de sabões e detergentes, bem como de restos de alimentos e gorduras.
A fossa séptica biodigestora é um sistema que o produtor rural pode fazer. O esgoto doméstico é desviado do vaso sanitário por meio de uma tubulação que vai até caixas de fibra de vidro praticamente enterradas no chão.
Para uma família de cinco pessoas, a sugestão é instalar de três a quatro caixas de fibra de vidro. O adubo orgânico gerado pela fossa séptica biodigestora deve ser aplicado somente no solo, em pomares e outras plantas onde o biofertilizante não entre em contato direto com alimentos que sejam ingeridos crus.
O clorador Embrapa é um complemento do sistema de saneamento básico na área rural. fácil de ser montado e de baixo custo. Com peças e conexões encontradas em casas de material de construção, o produtor pode montar o clorador, que é instalado entre a captação de água e o reservatório. Para clorar a água é preciso colocar uma colher rasa de café, de hipoclorito de cálcio, no receptor de cloro. Depois de 30 minutos, a água já está clorada, livre de germes e pronta para beber.
O primeiro passo para a instalação do jardim filtrante é a escolha do local, depois abre-se uma cova com dez metros quadrados. Esse tamanho é ideal para uma família de cinco pessoas. A cova terá o fundo impermeabilizado com uma geomembrana de polietileno de alta densidade ou equivalente, preferencialmente protegida por mantas de bidim - manta geotêxtil de drenagem utilizada na construção civil.
Antes da entrada do jardim filtrante, o esgoto passa por uma caixa de retenção de sólidos e uma caixa de gordura. A saída do líquido tratado ocorre por uma tubulação em forma de caximbo (conhecido popularmente como monge), que também regula o nível da água no jardim.
A entrada e a saída serão instaladas em pontos opostos da caixa. O local do jardim filtrante será preenchido com brita e areia grossa. Em seguida, é feita uma pequena curva de nível em torno do jardim, sob a geomembrana e o bidim, para evitar a entrada de enxurrada no sistema. O penúltimo passo é colocar a água.
O jardim filtrante deve ficar saturado com água, mas deve-se evitar a formação de lâmina d´água, para não permitir a procriação de mosquitos. Por último, são inseridas plantas macrófitas aquáticas que irão retirar nutrientes da água para depurá-la e proporcionar um ambiente visualmente agradável. Podem ser colocadas flores que suportem um meio saturado com água, como copo de leite e lírio-do-brejo e ornamentos com pedras.
O Dia de Campo na TV sobre Jardim filtrante – saneamento básico na área rural foi produzido pela Embrapa Instrumentação (São Carlos/SP) e pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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Joana Silva (MTb 19.554)
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