Profissionais ligados ao setor sucroalcooleiro de Mato Grosso do Sul estiveram na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na terça-feira (11) , para participar de Reunião Técnica sobre cana-de-açúcar. Os temas abordados, controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar, climatologia e produção de cana-de-açúcar em MS e seguro agrícola foram demandas apontadas pelo setor. "O objetivo de realizar reuniões como essa é proporcionar discussões sobre o setor canavieiro em expansão em Mato Grosso do Sul, estreitar relações entre usinas de açúcar e etanol, fundações, instituições de pesquisa, instituições de ensino e fornecedores de cana. Além de receber as impressões sobre os temas para o crescimento junto ao setor sucroalcooleiro", disse o chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus. Estavam presentes na Reunião Técnica representantes de usinas de MS filiadas à Biosul, de fornecedores de cana, da Famasul, da Fundação MS, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), além de pesquisadores, estagiários e bolsistas da Embrapa Agropecuária Oeste ligados à pesquisa em agroenergia. Demandas O  pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, falou sobre o controle biológico da broca-da-cana-de-açúcar com a utilização de inimigos naturais, e a consequente redução da quantidade de defensivos no meio ambiente. "Segundo dados do Centro de Tecnologia Canavieira , estima-se que, com o uso do controle biológico de pragas, de 1980 a 2005, deixou-se de usar 951 mil litros de inseticidas", comentou. Entre os principais inimigos naturais para controle da broca, estão os parasitoides Cotesia flavipes e Trichogramma galloi, utilizados com sucesso no controle da broca-da-cana-de-açúcar. Segundo Harley, práticas adequadas de manejo e condições ambientais favoráveis são fundamentais para o sucesso do controle biológico. No Comunicado Técnico da Embrapa 181( http://bit.ly/SOGG4K), Harley e colaboradores escrevem quais são as recomendações para realizar de forma correta o controle biológico da cana: condições de transporte, distribuição, número ideal e idade dos indivíduos liberados e sua associação a produtos que não afetam o desempenho do inimigo natural. Na palestra sobre climatologia, o pesquisador em agrometeorologia, Claudio Lazzarotto, também chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, ressaltou a necessidade de se realizar o manejo de solo e da palhada nas área de cana-de-açúcar, já que em determinadas regiões de Mato Grosso do Sul, pode ocorrer estiagem prolongada, o que afeta a cultura de forma significativa. "Manter a cobertura do solo contribui para a manutenção da umidade no solo por mais tempo durante períodos longos de seca", alertou Lazzarotto. Outro alerta do pesquisador é quanto à expansão de áreas no Estado. "Não é recomendado ter áreas de cana em locais  suscetíveis à geada", afirmou. Outro tema abordado durante a Reunião Técnica foi o seguro agrícola, debatido durante a palestra do gerente comercial da Swiss Re, Rodrigo Rocha, que enfatizou o seguro como uma solução de gestão de riscos do agronegócio. "Não estamos dizendo que não é preciso adotar tecnologias, que não é necessário ter cuidados com a cultura. É importante que o setor entenda que o seguro é um instrumento adicional de gestão." Para o chefe adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, apesar da cana-de-açúcar ser uma atividade recente em Mato Grosso do Sul, essa é uma cultura que merece atenção. "Por isso a Embrapa está envolvida nas pesquisas e no estreitamento de relações com o setor, porque essa é uma atividade importante para o crescimento e desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e, consequentemente, do Brasil", afirmou Lafourcade Asmus. Sílvia Zoche Borges ( MTb-MG 08223) Embrapa Agropecuária Oeste silvia.borges@cpao.embrapa.br (67)3416-9742