Mudas selecionadas de banana, graviola, mandioca, limão, laranja e outras fruteiras foram plantadas na Terra Indígena Kaxinauá de Nova Olinda. A ação faz parte das atividades do projeto de pesquisa, Etnoconhecimento e Agrobiodiversidade entre os Kaxinawá de Nova Olinda, coordenado pela Embrapa, que visa diversificar a oferta de alimentos e a segurança alimentar da comunidade indígena, localizada no alto Rio Envira, Feijó (AC).

A parceria com o Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) viabilizou a aquisição de parte das mudas e de ferramentas para implantação do pomar. Antes de irem a campo, cerca de 25 indígenas participaram de oficina sobre Fruticultura oferecido pela Embrapa.

Essa foi a segunda expedição à Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda. Na última expedição, realizada em março, foi feito o levantamento das fruteiras presentes, com georreferenciamento. "Nessa nova viagem pudemos caracterizar, introduzir e diversificar a produção de fruteiras na aldeia. Durante a oficina a comunidade definiu os arranjos produzidos para serem implementados nos Sistemas Agroflorestais (SAF´s) no entorno das casas, utilizando espécies frutíferas de acordo com a aptidão do solo da região", declara o pesquisador Romeu Andrade Neto.

A área foi implantada na Aldeia Nova Olinda, nas outras três comunidades da Terra Indígena Kaxinawá esse trabalho será feito pelos próprios membros da comunidade, por meio dos conhecimentos que foram adquiridos durante a oficina. "Essa atividade surge como uma demanda dos indígenas, utilizamos os produtos que eles trabalham, os desenhos dos sistemas implementados foram feitos por eles e isso facilitará em muito a alimentação na comunidade", salienta o analista Gilberto Nascimento.

Entre as atividades dessa expedição estão ainda a coleta de quatro espécies de plantas medicinais para identificação científica, que serão encaminhadas ao herbário da Universidade Federal do Acre (Ufac). Também serão realizadas a  caracterização e  o mapeamento de variedades de mandioca, conforme a identificação dos indígenas, com ênfase nas doenças e pragas, o mapeamento participativo dos solos da Terra Indígena e o levantamento e manejo de insetos considerados problema na agricultura Kaxinawá.

Equipamentos

Com foco no Plano de Gestão das Terras Indígenas do Governo do Estado  (PGTI) e recursos do Programa de Inclusão Social e Desenvolvimento Econômico e Sustentável do Acre (ProAcre), foram destinados cerca de 300 mil a Terra Indígena Kaxinawá de Nova Olinda. Com o recurso, financiado pelo Banco Mundial e pelo BNDES, oobjetivo é equipar, até março de 2012, quatro casas de farinha, aquisição de equipamentos como terçados, plantadeira, despolpadeira de açai, moenda de cana, entre outros equipamentos.

Para a chefe da divisão de extensão indígena da Seaprof, Dinah Borges, esse recurso será importante para potencializar a produção do roçados tradicionais, e estimular a manutenção de sementes tradicionais dos indígenas. "Além disso, é uma forma de trazer para perto das casas e quintais das famílias indígenas, produtos que estão dispersos na floresta, como o açaí. A ideia é assegurar uma alimentação saudável e voltada a tradição das famílias indígenas, O excedente da produção poderá ser vendido através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), para a merenda escolar dos próprios indígenas", afirma.

São parceiras do projeto o Governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), do Instituto de Mudanças Climáticas do Acre (IMC), da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A Fundação Nacional do Índio (Funai), Universidade Federal do Acre (Ufac) , as associações locais dos kaxinawás (Aspakno e Akaf) e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) também participam das ações.   Priscila Viudes (DRT/MS 030)

Priscila Viudes(MTb 030/MS)

Colaboração: Raquel Castro

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