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Embrapa e Unicamp apresentam agenda conjunta de prioridades

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Embrapa e Unicamp apresentam agenda conjunta de prioridades

A Unicamp e a Embrapa apresentaram, durante a solenidade dos 40 anos da Empresa, a agenda conjunta de prioridades da Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas (UMIP GenClima). Criada em dezembro de 2012, a Unidade visa implantar um laboratório voltado à utilização da genômica e da biologia molecular de plantas para o desenvolvimento de tecnologias genéticas aplicadas a mudanças climáticas.

A parceria inédita no Brasil une as expertises em Biotecnologia da Unicamp, uma universidade com um dos parques científicos mais avançados do País, e da Embrapa, com instalações espalhadas por todo o território brasileiro, para avaliação do desempenho agronômico das plantas geneticamente modificadas geradas pela UMIP GenClima.

Segundo o coordenador do projeto, o professor Paulo Arruda, da Unicamp, a expectativa é de que a unidade esteja em plena operação em 3 anos. A meta para os primeiros cinco anos é que a UMIP GenClima seja capaz de produzir pelo menos uma tecnologia para criação de plantas tolerantes a seca com prova de conceito obtida em campo.

Os laboratórios da UMIP GenClima serão instalados no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, em um edifício com cerca de 3.900 m2. Para a construção desse edifício, a Unicamp já cedeu uma área de 2.000 m2.

O orçamento estimado para implantação e operação da UMIP GenClima nos primeiros cinco anos será de R$ 50 milhões. O valor engloba investimentos na construção da sede física da unidade, laboratórios, casas de vegetação, equipamentos e pessoal.

Inovação
A unidade mista implantará uma plataforma avançada de desenvolvimento de tecnologias, abrangendo desde a descoberta de genes até a obtenção de plantas com características desejadas. Esse trabalho vai garantir que as tecnologias final e acessórias sejam compatíveis com os requisitos regulatórios no País e no exterior e sejam devidamente protegidas no âmbito da Propriedade Intelectual.

Paulo Arruda explica que todos os passos dessa plataforma, desde a descoberta de genes até a fase pré-comercial, serão monitoradas por especialista em propriedade intelectual. Isso vai assegurar que as tecnologias geradas sejam objeto de depósitos de pedidos de patente, garantindo assim a Liberdade de Operação e a criação de valor para a Embrapa e para a Unicamp. Espera-se que a tecnologia final gere um conjunto de patentes envolvendo genes, promotores, construções gênicas, métodos, eventos transgênicos e produtos.

Da mesma maneira, especialistas em assuntos regulatórios participarão do processo de criação desde o início da descoberta de genes, para assegurar que as tecnologias/genes estejam em conformidade com os requisitos de regulamentação e biossegurança estabelecidas no País e no exterior.

Mudanças climáticas

A parceria é um importante passo para enfrentar o desafio do desenvolvimento de tecnologias genéticas voltadas à criação de plantas tolerantes a condições ambientais adversas. De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – sigla em inglês), os setores agrícolas e florestais de países em desenvolvimento são especialmente vulneráveis às mudanças climáticas globais. Essas nações deverão sofrer grande impacto em consequência do aumento da frequência de eventos extremos, como ondas de calor, estiagens prolongadas e secas.

Segundo a pesquisadora Isabel Gerhardt, da Embrapa Floresta (Colombo, PR), que compõe a equipe da unidade, estudos apontam que, nas últimas três décadas, alterações de temperatura e de precipitação vêm afetando negativamente a produtividade média global de milho e trigo. Culturas que não sofreram impacto em sua produtividade média global, como arroz e soja, também vêm sofrendo impacto negativo destes estresses nos níveis regionais e nacionais. No Brasil, particularmente as produtividades de milho, soja e trigo sofreram impactos climáticos negativos.
 
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