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Comissão do Senado discute assoreamento no rio Taquari

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Foto: Agência de Notícias - Embrapa

Agência de Notícias - Embrapa - Comissão do Senado discute assoreamento no rio Taquari

Comissão do Senado discute assoreamento no rio Taquari

O mais grave problema ambiental e socioeconômico do Pantanal. Assim pode ser considerada a situação do rio Taquari, que nasce nas terras altas no Mato Grosso e corta mais de 600 quilômetros do Mato Grosso do Sul. A situação do afluente do rio Paraguai e os impactos para a região foram discutidos nesta quarta-feira (15) pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado.

A audiência, solicitada pelo senador Ruben Figueiró (PSDB-MS), contou com as presenças da chefe geral da Embrapa Pantanal (Corumbá, MS), Emiko Kawakami de Resende, do secretário de Produção da prefeitura de Corumbá, Pedro Lacerda, do presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Aguilar Rodrigues Leite e da vereadora da cidade Cristina Lanza, além de Ruivaldo Neri de Andrade, presidente da Associação de Pequenos Produtores do Rio Taquari.

Emiko Resende apresentou informações de um estudo amplo, realizado pela Embrapa Pantanal e diversos parceiros, que buscou entender a dinâmica do rio taquari. O trabalho gerou o livro "Impactos Ambientais e Socioeconômicos na Bacia do Rio Taquari – Pantanal".

Segundo a chefe da Unidade da Embrapa, a ocupação, na década de 1970, no planalto da Bacia do rio Taquari, teve consequências graves para o Pantanal. A expansão da atividade agropecuária, sem a utilização de práticas e tecnologias de preservação da água e dos solos, intensificou o assoreamento do leito do rio Taquari no seu baixo curso. Isso causou o fenômeno chamado avulsão, conhecido na região como "arrombado", que é a desagregação das margens, causando o alagamento permanente das áreas.

O resultado disso foi a alteração do regime do rio, que deixou 1,5 milhão de hectares na região de Corumbá permanentemente alagados. "Os estudos mostram que a entrada de sedimentos no leito do rio Taquari, a partir de 1907, aumentou em seis vezes. E nisso há um fator humano", explicou Emiko Resende.

De acordo com a pesquisadora, o alagamento permanente dessa planície pantaneira tem trazido consequências negativas. Do ponto de vista econômico, acentuou, observa-se a queda de produção na pecuária e na arrecadação de impostos. Em termos sociais, ela citou o desalojamento de pequenos produtores e assentados, causando desemprego e êxodo rural. E com relação ao meio ambiente, Emiko Resende, salientou o risco de extinção de espécies endêmicas, da perda de vegetação arbórea e de alterações na cadeia alimentar da região que afetam a pesca na região. "Nos últimos dez anos, a produção de peixe caiu sete vezes e quanto mais os pescadores ‘arrombam' as margens, na crença do mito de onde há água, há peixe, mais a produção cai", afirmou.

As soluções, segundo a chefe da Embrapa Pantanal, passam, na área de planície, pela dragagem e recuperação das margens, para que o rio recupere seu regime, e pela adoção de práticas de preservação do solo e da água, no planalto, visando minimizar o assoreamento. Emiko defendeu a utilização de linhas de crédito do Programa ABC para ajudar os produtores da região mais elevada a adotar práticas de manejo de pastagens mais adequadas e a recuperação de matas ciliares.

Ao final da audiência, o senador Ruben Figueiró, disse que iria encaminhar aos demais membros da CDR a sugestão do colega Waldemir Moka (PMDB-MS) para que a Embrapa Pantanal desenvolva, e apresente à comissão, uma proposta para a recuperação do rio Taquari.

Marcos Esteves - 4505/14/45/DF
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