Embrapa vai ajudar a aumentar produção de mandioca para farinha no Amazonas
Embrapa vai ajudar a aumentar produção de mandioca para farinha no Amazonas
Projeto da Embrapa Amazônia Ocidental, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), promoverá capacitações sobre multiplicação rápida de manivas de mandioca, método que permite propagar uma quantidade 160 vezes a mais de manivas comparado ao método tradicional. O projeto se chama Manareiro – Estratégia de multiplicação rápida de variedades superiores de mandioca para o aumento da produção de farinha e fécula no Estado do Amazonas – e vai acontecer nos municípios de Manaquiri e Careiro Castanho (AM).
A mandioca é plantada por hastes da planta chamadas manivas. Embora a mandioca seja um cultivo tradicional do Amazonas, nem sempre os agricultores conseguem manter uma reserva de manivas de seus melhores materiais de mandioca para plantio ou aproveitar adequadamente o potencial de germinação da planta. No Amazonas, a multiplicação de manivas-semente pelos agricultores ocorre geralmente pelo método tradicional de propagação no qual se tira cerca de cinco a dez manivas-semente de uma planta adulta, quando ela atinge dez a 12 meses.
Pelo projeto Manareiro, a Embrapa propõe capacitações no método de multiplicação rápida, pelo qual é possível a partir de uma planta adulta selecionar manivas para produzir cerca de 160 plantas, das quais, depois de estabelecidas em um campo de multiplicação, produzirão cerca de 1.600 manivas-semente de 20 cm, no período total de 16 meses.
A Embrapa Amazônia Ocidental vem realizando há mais de 30 anos pesquisas para aumentar a produtividade da mandioca, com a seleção e recomendação de materiais com melhor qualidade para produção de farinha e fécula. As principais tecnologias disponíveis são os sistemas de produção de mandioca e as cultivares selecionadas para várzea e para terra firme. Pesquisas da Embrapa Amazônia Ocidental selecionaram cultivares de mandioca que permitem alcançar produtividades de até 33 toneladas de raiz por hectare, três vezes acima da média regional que é de 8 a 10 toneladas por hectare.
Entretanto, a falta de manivas-semente de mandiocas de boa qualidade tem sido um problema enfrentado pelos agricultores do Amazonas. Para ajudar a superar esse problema, a Embrapa além de promover a capacitação na técnica de multiplicação rápida, vai coordenar também a multiplicação de materiais genéticos de mandioca de melhor qualidade selecionados em suas pesquisas, bem como de materiais de preferência dos agricultores dos dois municípios onde será desenvolvido o projeto.
O agrônomo Raimundo Rocha, analista da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Amazônia Ocidental e coordenador do projeto Manareiro, explica que o aumento da produtividade da mandiocultura passa necessariamente pela disponibilização para os agricultores de manivas-semente em quantidade, qualidade genética e fitossanitária adequadas. "Quando os agricultores plantam manivas sem selecionar a qualidade, perdem-se os melhores materiais e se cria uma situação em que vai caindo a produtividade", afirma. "Por isso nesse projeto queremos contribuir com o aumento da produção de mandioca no estado do Amazonas a partir de uma seleção criteriosa para aumentar a qualidade de manivas-semente que serão multiplicadas", explica Rocha.
O projeto "Manareiro" é uma proposta da Embrapa Amazônia Ocidental atendendo demanda do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Produção Rural (Sepror). As atividades do projeto serão executadas pela Embrapa, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) e as Prefeituras de Manaquiri e Careiro-Castanho, através de suas secretarias municipais de agricultura e produção. Os recursos para o projeto serão financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), no âmbito do Programa de Apoio à Consolidação das Instituições Estaduais de Ensino e/ou Pesquisa (Pró-Estado).
Como será desenvolvido o projeto
O projeto pretende implantar duas Unidades de Multiplicação Rápida de Manivas de Mandioca (UMRM), uma no município de Manaquiri e outra no Careiro Castanho. Em seguida serão capacitados, principalmente, técnicos da extensão rural estadual e municipal sobre o método de propagação rápida de manivas de mandioca.
Uma das metas é produzir 100.000 mudas a partir da propagação rápida, para implantar nos campos de multiplicação. Serão implantados dois campos de multiplicação no município de Manaquiri e um campo no município do Careiro Castanho. Com isso será possível disponibilizar aos agricultores 1 milhão de manivas-semente multiplicadas e distribuídas para implantar 100 hectares de mandioca.
O agrônomo da Embrapa, Raimundo Rocha, fará uma apresentação do projeto "Manareiro" aos técnicos da Prefeitura e do Idam, no dia 30 de julho no município de Careiro-Castanho e dia 31 de julho no município de Manaquiri. Em seguida serão visitadas e escolhidas as áreas para implantação das unidades previstas no projeto.
Em quanto tempo chega aos agricultores - A estimativa do projeto é que a colheita das manivas-sementes seja feita a partir do 10º mês, podendo se estender até aos 12 meses dependendo da época de plantio. A entrega das maniva-sementes aos agricultores será de imediato após a colheita.
Saiba mais sobre o método
A multiplicação rápida de manivas é um método que foi desenvolvido pelo Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), da Colômbia, na década de 80, e depois adaptado às condições brasileiras por pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Esse método é considerado simples e barato para propagação rápida de manivas-semente de mandioca e é avaliado como viável para o reestabelecimento em curto prazo, de uma quantidade de manivas-sementes com qualidade genética adequada, que no caso do Amazonas serão priorizadas as mais produtivas.
Síglia Souza (MTb 66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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