Cerca de 20 produtores rurais do Estado do Rio de Janeiro participaram, nos dias 22 e 23 de julho, de curso sobre produção de substrato e mudas em sistema orgânico, na Fazendinha Agroecológica, vinculada à Embrapa Agrobiologia (Seropédica/RJ), à Pesagro-Rio e à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). O evento teve como objetivo capacitar agricultores contemplados pelo projeto Sistema integrado para produção de mudas de hortaliças (SIPM): tecnologias para o fortalecimento da agricultura familiar, que pretende alavancar a produção de hortaliças no Estado do Rio de Janeiro e baratear os produtos orgânicos. O curso foi ministrado pela analista da Embrapa Agrobiologia Dione Galvão da Silva, que instruiu os participantes sobre como fazer os processos de produção de substrato e o planejamento da estufa para produção e distribuição das mudas de hortaliças. A programação envolveu a apresentação dos processos de produção de vermicomposto e peneiramento de carvão vegetal, que compõem o substrato utilizado na produção das mudas, e ainda abordou itens como semeadura, irrigação e controle de doenças. Cléa Marlene do Nascimento e Sérgio Galvão Borges, proprietários do Sítio da Minhoca, em Nova Iguaçú/RJ, fizeram o curso buscando se especializar em vermicompostagem, com o intuito de aumentar seus lucros. Eles começaram a trabalhar com criação de minhocas para comercialização há 14 anos e, agora, estão retomando o negócio, buscando inovar a partir do uso das minhocas em vermicompostagem para comercialização de húmus para produtores. O Sítio da Minhoca também está sendo preparado para receber uma estufa. Empolgada com o planejamento, Cléa contou que pretende plantar flores, cheiro-verde, cenoura, couve, entre outros produtos. Após terem feito um curso oferecido pela Emater em Nova Iguaçú, ela e Sérgio viram na agroecologia uma área promissora e, com a construção da estufa, pretendem plantar mudas usando a vermicompostagem produzida no próprio sítio. "Desde pequeno queria ser agricultor. Depois que conheci os produtos orgânicos no curso de agroecologia, soube que era com isso que queria trabalhar", contou Sérgio. Hoje ele faz parte da Associação Ser Orgânico, situada em Seropédica, e fornece húmus para os demais produtores membros da organização. Para ele, o curso foi muito bom. "Se tiver mais, quero fazer também. Sempre gostei de estudar e me aperfeiçoar", disse. Já na opinião de Dione, um dos principais benefícios proporcionados por esse tipo de capacitação é a possibilidade de trocar experiências com os agricultores, aprendendo com a vivência de campo que eles têm, além de difundir e divulgar os resultados obtidos na Fazendinha Agroecológica Km 47. Sobre a vermicompostagem A minhocultura, ou vermicompostagem, é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos por meio de criação de minhocas em minhocários, oferecendo importante alternativa para resolver economicamente e ambientalmente os problemas dos dejetos orgânicos, como o lixo domiciliar. O produto final da vermicompostagem constitui um excelente fertilizante orgânico – o húmus –, capaz de melhorar atributos químicos, físicos e biológicos do solo. O húmus pode ser armazenado durante um período de seis meses depois de produzido. Após esse período, vai perdendo seus nutrientes. Pode ser vendido como adubo orgânico e é utilizado na formulação de substrato empregado na produção de mudas. Além do húmus, o substrato desenvolvido na Fazendinha para produção de mudas de hortaliças contém ainda fino de carvão vegetal e torta de mamona. Liliane Bello – Jornalista (MTb 01766/GO) Colaboração: Laiz Carvalho Embrapa Agrobiologia (21) 3441-1644 / liliane.bello@embrapa.br