Dia de Campo sobre Recursos Genéticos recebeu 150 estudantes universitários
Dia de Campo sobre Recursos Genéticos recebeu 150 estudantes universitários
Pela primeira vez foram apresentadas ao mesmo tempo as pesquisas nas áreas animal, vegetal e microbiana
O Campo Experimental Fazenda Sucupira da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia recebeu na manhã desta quinta-feira (18/08) a visita de cerca de 150 estudantes universitários do Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro-Oeste (UNIDESC), da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnológicas (FACIPLAC) e do Instituto Federal de Brasília (IFB), além de 60 empregados da Embrapa. Pela primeira vez, o Dia de Campo apresentou ao mesmo tempo as pesquisas realizadas nas área de recursos genéticos de animais, vegetais e microbiana.
"Essa foi a primeira vez que fizemos um Dia de Campo focado em recursos genéticos para mostrar para a sociedade a importância dos recursos genéticos do ponto de vista do seu estudo, da sua caracterização e da conservação. Os recursos genéticos são usados como base para o desenvolvimento de novos materiais, novas cultivares (no caso dos vegetais), raças mais produtivas a partir de espécies que conservam características como resistência a doença, rusticidade, resistência a parasitas, novos produtos biológicos a partir de estirpes de microrganismos", afirmou o Chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, José Manuel Cabral.
Como o tema "Recursos Genéticos na Embrapa: promovendo o desenvolvimento sustentável", os estudantes conheceram as pesquisas da Embrapa na área de conservação e uso sustentável de recursos genéticos e obtiveram informações sobre o Banco Genético da Embrapa, uma estrutura de dois mil metros quadrados com capacidade para armazenar amostras de 750 mil sementes. Localizado na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, DF, é atualmente o maior banco genético da América Latina e um dos maiores do mundo. "Guardamos mais de 120 mil amostras de sementes de 765 espécies conservadas em câmaras frias a 20º abaixo de zero, onde podem permanecer por até 100 anos. O futuro da alimentação está nas câmaras frias da Embrapa", explicou o pesquisador Juliano Pádua. Além da coleção de base de sementes, o público conheceu os métodos de conservação in vitro de recursos genéticos vegetais e o Banco de DNA vegetal, que guarda amostras de DNA de plantas há mais de 20 anos.
Na área animal, os visitantes puderam observar in loco as espécies que compõem o Programa de Conservação e Uso de Recursos Genéticos Animais. São raças de ovinos, caprinos, suínos, equinos, bovinos e asininos que compõem a chamada "Arca de Noé" da Embrapa. "São raças seculares de animais de interesse zootécnico, muitas existentes no Brasil desde a época da colonização e que, por isso mesmo, são consideradas verdadeiros tesouros genéticos, pois possuem características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo do tempo. As peculiaridades desses animais têm grande potencial para programas de melhoramento genético, a partir do cruzamento com raças mais produtivas", explicou o pesquisador da Embrapa, Arthur Mariante.
Também foram destaque no Dia de Campo os Bancos de Germoplasma e de DNA e Tecidos Animais. "Atualmente, conservamos mais de 90 mil doses de sêmen e 450 embriões de raças de animais domésticos de interesse agropecuário. Esse tipo de conservação a longo prazo é chamada de ex situ in vitro, quando o material genético é mantido em criotanques com nitrogênio líquido, a uma temperatura de 196ºC negativos", contou o pesquisador Alexandre Floriani. O Banco de DNA e Tecidos animais da Embrapa, utilizado nos estudos de caracterização genética das raças, guarda atualmente 11.850 amostras desse material.
Outra atração do Dia de Campo foram as pesquisas realizadas com microrganismos. A Embrapa investe na formação de coleções de microrganismos (fungos, bactérias e vírus) desde a sua criação em 1973. Hoje, essas coleções estão distribuídas por todo o território nacional em diversas unidades de pesquisa da Empresa e preservam microrganismos de funcionalidades diversas, incluindo espécies relacionadas ao controle biológico de pragas, fertilidade do solo, de interesse industrial e causadores de doenças em animais e vegetais, entre outras.
Sistema de Informações Alelo e Normas da Qualidade também foram apresentados
A última estação mostrou aos visitantes o sistema de informação Alelo, que indica a localização do armazenamento de cada amostra de vegetal, animal ou microrganismo contida no banco e apresenta seus dados principais de caracterização, como indicação do local e data de coleta, quantidade armazenada etc. "O sistema é essencial para conhecer e gerenciar todo o material genético armazenado", disse o supervisor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Gilberto Hiragi.
Também foi apresentada a implementação de Sistemas da Qualidade nos Recursos Genéticos Animais, Vegetais e Microbianos, que está sendo realizada por meio do estabelecimento de Requisitos Corporativos de Qualidade (RCQs), selecionados a partir de Normas Internacionais.
O Dia de Campo foi dividido em onze (11) estações:
1. Importância dos recursos genéticos e a agropecuária sustentável
2. Coleção de base de sementes
3. Conservação in vitro de recursos genéticos vegetais
4. Banco de DNA vegetal
5. Animais de conservação I (ovinos, caprinos e suínos).
6. Animais de conservação II (equinos, bovinos, asininos)
7. Banco de DNA e Tecidos Animais.
8. Microrganismos (fungos).
9. Microrganismos (bactérias).
10 Microrganismos (vírus)
11. Base de dados de Recursos Genéticos (Alelo) e Sistema de Qualidade.
Irene Santana (MTb 11.354/DF)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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