31/08/16 |   Gestão ambiental e territorial  Manejo de Recursos Hídricos

Bacia hidrográfica em Minas Gerais é tema de estudo em meteorologia

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Foto: Eliana Lima

Eliana Lima - Thomas Martin fala sobre variabilidade climática.

Thomas Martin fala sobre variabilidade climática.

Em 18 de agosto a Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) recebeu a visita do pesquisador do Laboratório de Clima e Biosfera do IAG/USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) Thomas Martin para um seminário técnico sobre a "Variabilidade climática na bacia montanhosa do Ribeirão das Posses, MG, utilizando uma densa rede meteorológica sem fio".

O objetivo foi apresentar aos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, que desenvolvem pesquisas em Extrema, MG, e outros interessados, informações visando à geração de conhecimento sobre potenciais benefícios da recuperação de bacias em programa de pagamento por serviços ambientais.

Foi apresentada a estratégia de instalação de uma densa rede meteorológica sem fio numa bacia montanhosa, com altitude variando de 1100 a 1400 metros, em Extrema, MG, com o intuito de medir a variabilidade espaço-temporal e os processos de mesoescala, incluindo as heterogeneidades da temperatura e umidade do ar, e o controle dos ventos pela topografia. De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Ricardo Figueiredo, que coordenou o evento e desenvolve pesquisas em bacias hidrográficas, "a importância estratégica dessa bacia refere-se a sua localização nas áreas de cabeceira que abastecem o Sistema Cantareira, que fornece cerca de metade da água utilizada na cidade de São Paulo".

Com descrição detalhada da variabilidade climática no Ribeirão das Posses, o palestrante abordou o desafio em descrever a variabilidade espaço-temporal e os processos de mesoescala em terreno complexos, o qual pode ser enfrentado por meio do desenvolvimento de ferramentas estatísticas utilizadas para melhorar as condições iniciais dos modelos meteorológicos e construir conjuntos de dados hidroclimatológicos com alta resolução para os modelos hidrológicos.

As observações realizadas e demonstradas no estudo de Martin apontaram, dentre outros fatores, para a ocorrência de temperaturas mais elevadas no vale em comparação às encostas durante o dia, e  de temperaturas mais baixas no vale em comparação às encostas durante a noite; o fato de que a condição de céu claro aumenta os gradientes da temperatura e umidade; e o fato de que existe uma diferença sistemática de 10% no acumulado de chuva entre a foz e a cabeceira, assim como na direção Leste-Oeste nas encostas.

O palestrante enfatizou que as medições climatológicas realizadas poderão melhorar aspectos relacionados às condições iniciais de modelos climáticos regionais desenvolvidos para previsões meteorológicas, construindo um banco de dados hidroclimatológicos para uso em modelos de balanço hídrico de bacias e pesquisas sobre os efeitos das mudanças climáticas globais sobre regiões montanhosas. Este banco de dados, de acordo com Figueiredo, poderá ser utilizado pelos pesquisadores que desenvolvem estudos e pesquisas na área estudada, além destas pesquisas serem transportadas para modelos aplicados em outras regiões com características semelhantes.

Martin é formado em Geociências pela Université Joseph Fourrier, França.  E doutorando do Programa de Pós-graduação em Meteorologia do IAG/USP desde 2013, orientado pelo professor Humberto Rocha, onde desenvolve pesquisas sobre a variabilidade climática em bacia do município de Extrema, MG.

Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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