Oficinas de comunicação ampliam alcance dos resultados de projetos do Brasil Sem Miséria
Oficinas de comunicação ampliam alcance dos resultados de projetos do Brasil Sem Miséria
Foto: Ana Sandreana
Oficina reuniu representantes de diversas instituições de Alagoas e algumas de Sergipe
Pesquisadores do Núcleo de Agroecologia da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), agricultores, técnicos da extensão rural, radialistas, jornalistas e educadores participaram do segundo módulo da Oficina de Comunicação para Convivência com o Semiárido. A iniciativa é uma ação do "Projeto de Capacitação e Divulgação de Informações Tecnológicas em apoio à Inclusão Produtiva Rural no Plano Brasil Sem Miséria (PBSM)", desenvolvido pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF), em parceria com nove Unidades Descentralizadas do Nordeste, a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG) e a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Iniciado em 2014, o projeto deverá ser concluído no primeiro semestre de 2017.
O evento aconteceu em Igaci (AL) de 30 de agosto a 1º de setembro, e reuniu representantes da Embrapa e de organizações não-governamentais, como a ASA, a Associação dos Agricultores Alternativos de Igaci (AAGRA), o Instituto Terra Viva de Alagoas – entidade responsável pela extensão rural nos projetos territoriais do PBSM no estado, Coletivo Macambira, entre outras instituições parceiras, como as emissoras de rádio que transmitem o programa Prosa Rural.
No encontro, a Embrapa apresentou as ações do PBSM realizadas no Território Agreste Alagoano, entre elas, a diversificação da produção nas propriedades rurais com a ampliação de culturas alimentares (como milho, feijão, fava e hortaliças) e de forrageiras (como a palma) para pequenos animais. Também foram apresentados os primeiros resultados obtidos a partir do manejo adequado da água de cisternas de produção nas propriedades rurais – ação que promoveu maior garantia de colheita para os agricultores.
A programação da oficina incluiu a capacitação em técnicas para sistematização das experiências agroecológicas dos agricultores. Os participantes tiveram a oportunidade de produzir informações para veiculação em programas de rádio, captar imagens para vídeos, produzir textos para boletins impressos e contar histórias das experiências agroecológicas por meio de cordéis.
"São estratégias de comunicação que incentivam as comunidades a contarem suas próprias histórias e isso contribui para disseminação de importantes informações, bem como para divulgar a atuação da Embrapa junto aos Territórios da Cidadania", destaca o pesquisador Fernando Fleury Curado, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, um dos parceiros do projeto.
Agroecologia e comunicação
Para o extensionista Noaldo Gomes de Araújo, do Instituto Terra Viva, a agroecologia é uma ciência nova que se somou aos projetos do PBSM e que tem contribuído para impactar na qualidade de vida do agricultor. "Costumo dizer que o agricultor é nosso melhor comunicador. Quando ele mostra para seu vizinho, por exemplo, tecnologias como a fossa verde funcionando ou o biodigestor dando certo, ele contribui positivamente para a mudança de hábitos de uma comunidade. Então, fica claro o papel da comunicação quando ela promove o intercâmbio de conhecimentos e a divulgação das experiências que estão dando certo", destaca.
"Formações como essa são importantes para mostrar que o rural brasileiro mudou", complementa Florisval Alexandre Costa, agricultor de Craíbas (AL) que recebeu em sua propriedade uma das unidades de experimentação do PBSM.
Os participantes do encontro também visitaram propriedades rurais que receberam tecnologias hídricas por meio da ASA, como as cisternas para consumo humano e as cistenas calçadão, para uso na agricultura familiar. Uma das agricultoras entrevistadas pelo grupo foi Maria Aparecida Nunes da Silva. Guardiã de sementes crioulas, ela disse que os projetos do PBSM contribuíram para o aumento de sua produção, pois a água captada das chuvas e armazenada nas cisternas permitiu que as safras de milho e feijão não fossem perdidas. "Mesmo quando não chove quase nada, temos condições de plantar e guardar as sementes para plantio na próxima safra", explica a agricultora, orgulhosa por produzir suas próprias sementes.
Para Fernanda Cruz, coordenadora de comunicação da ASA – rede de organizações da sociedade civil com atuação no Semiárido –, as oficinas, desde o início, despertaram interesse pela relação direta com a proposta de comunicação da instituição. "Precisamos que essas pessoas se apropriem dos instrumentos de comunicação para que possam contar suas histórias e práticas. Isso também fortalece outras ações dos parceiros em campo, inclusive no campo tecnológico. E tem um elemento fundamental nessa parceria, que é partir da troca do conhecimento e não de um conhecimento vertical".
Balanço das ações
Desde seu início, em 2014, o Projeto de Capacitação e Divulgação de Informações Tecnológicas em apoio à Inclusão Produtiva Rural no Plano Brasil Sem Miséria realizou sete oficinas de comunicação, com um total de 100 radialistas de emissoras parceiras do Prosa Rural e mais de 150 lideranças comunitárias, entre agricultores, extensionistas, jovens rurais e representantes de organizações não-governamentais com atuação no Semiárido. Os participantes são de seis dos 14 territórios onde a Embrapa tem atuação pelo PBSM: Agreste Alagoano (AL), Alto Sertão Sergipano (SE), Alto Oeste Potiguar (RN), Cariri (CE), Sertão do Araripe (PE) e Serra Geral (MG). Até o fim do projeto, a meta é realizar novas oficinas nos Territórios Agreste Alagoano (SE) e Serra Geral (MG).
Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Embrapa Informação Tecnológica
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