01/04/14 |   Melhoramento genético

Herdeiro do San Vito, o tomate BRS Montese agrega valor com gene de resistência a tospovírus

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Foto: Leonardo Boiteux

Leonardo Boiteux -

Os dois híbridos de tomate são do tipo italiano (Saladete), têm características em comum, como resistência múltipla a doenças e destacam-se igualmente pela qualidade dos frutos quanto ao aroma e sabor. Lançado em 2005, o híbrido San Vito foi apelidado à época de "supertomate", por sua alta produtividade e maiores teores de licopeno aliados ao grande número de genes de tolerância a doenças que atacam o tomateiro, como pinta-bacteriana, mancha de estenfilio e as principais espécies do nematoide-das-galhas, entre outras. Já o tomate BRS Montese, lançado pelo Programa de Melhoramento Genético de Tomate da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) em 2012-2013, além dessas qualidades agrega mais dois importantes valores: maiores teores de vitamina C e o gene Sw-5, que confere resistência a todas as espécies de tospovírus que ocorrem na América do Sul. 

"O BRS Montese tem no seu pedigree os mesmos pais do híbrido San Vito, só que com essas duas novas características que foram agregadas. Todos os demais atributos do tomate San Vito foram preservados no BRS Montese", explica o pesquisador Leonardo Boiteux, coordenador do programa. Ele acrescenta que os trabalhos de pesquisa levaram em consideração as regiões mais vulneráveis ao vírus vira-cabeça-do-tomateiro (Sul de São Paulo, Serra gaúcha, Planalto catarinense), causado por várias espécies do gênero tospovírus, entre elas, o GRSV, tido como a espécie viral mais disseminada na cultura e responsável pelos grandes prejuízos econômicos que podem trazer à cultura. "A resposta ao plantio do BRS Montese nas três regiões tem sido bastante positiva e àqueles produtores que gostam de plantar o San Vito podem agora cultivar o BRS Montese com a segurança de contar com um tomate resistente a esses patógenos", recomenda Boiteux, para quem o BRS Montese seria a "Upgrade" do San Vito. Segundo o pesquisador, por manter o cultivo a céu aberto, essas regiões são mais suscetíveis ao ataque do vírus, ao contrário de outras localidades, onde o tomate é cultivado em estufa, com sucesso. 

MAIS VALORES AGREGADOS
Juntamente com o gene que possui resistência ao vira-cabeça-do tomateiro, foi também introduzido no BRS Montese um gene que aumenta em mais de 20% o teor de vitamina C (ácido ascórbico). E mais: "O BRS Montese também se destaca pelo alto teor de licopeno – 70 mg por kg – e elevada produtividade – 10 kg por planta. Além disso, a sua qualidade tem permitido a comercialização de frutos para produção de tomate seco e saborosos molhos caseiros", registra o pesquisador. 

Mas não são apenas essas as vantagens do BRS Montese. A cultivar apresenta ainda resistência à mancha de estenfílio, doença causada por dois fungos e cujo ressurgimento vem sendo observado nas principais regiões produtoras de tomate do Brasil. Como o cultivo de materiais resistentes é considerado o meio mais eficiente de controle, a ampliação do cultivo do BRS Montese, segundo Boiteux, seria uma alternativa para combater essa ameaça, tendo em vista o seu maior número de genes de resistência entre os grupos de tomate italiano.

Anelise Macedo (2749/DF)
Embrapa Hortaliças

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