05/10/16 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica  Biodiversidade

Primeiro congresso sobre o Bioma Pampa busca exemplos de conservação ambiental e formas legais de proteção

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Segundo dia de paineis do I Congresso do Bioma Pampa concentrou-se nas discussões sobre os riscos do uso de agrotóxicos e práticas agrícolas. A quinta-feira, 6, será destinada as potencialidades e produtos oriundos do Bioma

Segundo dia de paineis do I Congresso do Bioma Pampa concentrou-se nas discussões sobre os riscos do uso de agrotóxicos e práticas agrícolas. A quinta-feira, 6, será destinada as potencialidades e produtos oriundos do Bioma

 
 
A Embrapa atua em vários projetos de conservação da flora e da fauna do Bioma Pampa, como a Rota dos Butiazais e práticas sustentáveis de produção pecuária como a indicada no entorno do Taim
 
Uma forma de mapear a cobertura vegetal no Brasil foi identificá-la através dos biomas brasileiros. Criado em 2004, e relativamente novo, o Bioma Pampa traz diversas discussões sobre sua importância, desde as espécies e ambientes que existem, a importância de serem conservados, até a aplicação de determinadas leis e a criação de políticas públicas sobre o tema. Diante destas e outras abordagens, umfoi realizado o I Congresso sobre o Bioma Pampa: Reunindo Saberes, que uniu diferentes instituições e o público interessado. O evento se iniciou nesta segunda-feira (03), no Auditório Ailton Raseira, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS). A programação se estende até esta quinta e é promovida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Embrapa.
O objetivo do congresso é proporcionar reflexões sobre o Bioma Pampa, além de debater os impactos que as alterações podem ocasionar no meio ambiente e na sociedade. O evento abriga mini-cursos, paineis e palestras, além de debates. Os mini-cursos foram realizados durante todo o dia 3 de outubro. De 4 a 6, o Congresso foi voltado à programação técnica.
 
Abertura
 
O evento se iniciou com a presença do chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon; do diretor do Instituto de Biologia da UFPel e presidente do congresso, Althen Teixeira Filho; da diretora do Departamento de Biodiversidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Liana Tissiane; do chefe da regional Sul da Fundação Estadual de Proteção Ambiental, Paulo Duarte, e do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento Edmundo Gastal (FAPEG), Laércio Nunes e Nunes.
 
"É necessário destacarmos a importância da sustentabilidade. Hoje, temos informações oficiais de que houve um aumento de 1,4 graus na temperatura. As mudanças climáticas preocupam os agricultores. Além de a sociedade estar em busca de uma alimentação saudável, com propriedades nutricionais, funcionais e saudáveis que tragam qualidade de vida. São cobranças fortes da sociedade para as instituições e organizações, públicas e privadas. Temos que criar um espaço para gerar valor com olhar sustentável, dando sentido econômico e social. Que tenhamos uma ótima discussão, com todos conhecimentos, e que geramos encaminhamentos para reposicionar nossas idéias e nosso bioma pampa que precisamos olhar com carinho, pois tem sofrido uma imensa fragilidade", afirmou Pillon ao dar início a primeira edição do Congresso. 
 
A coordenadora do evento e pesquisadora Lilian Sosinski ressaltou que o evento quer abordar temáticas que exemplifiquem o que é este Bioma: se é sustentável, se utiliza práticas conservacionistas, se há e como são os riscos da utilização dos agrotóxicos no Bioma e a troca de uso da terra. Estes assuntos foram abordados em algumas das palestras durante o evento até esta quinta-feira (06).
 
Palestras
 
Na primeira manhã do evento foi tratada a abordagem sobre a Caracterização do Bioma Pampa e a Geodiversidade do Pampa Gaúcho.  A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Ilsi Boldrini destacou que é necessário respeitar as particularidades de cada ambiente, além disso abordou em sua fala a formação vegetacional basicamente campestre do Pampa. "A vegetação é impermeada por florestas, florestas ribeirinhas, butiazais, enfim, diferentes formações vegetacionais. Se os campos fossem bem manejados, com pecuária extensiva, bem trabalhada, poderiam capitalizar muito mais do que hoje ela estão capitalizando. Evidentemente que, dentro do Bioma Pampa,  temos áreas que deveriam ser cultivadas. Qualquer propriedade deveria funcionar como uma empresa, onde há áreas para cultivo, para diferentes propósitos, mas respeitando as potencialidades de cada local", afirma Ilsi Boldrini.
 
A tarde ficou reservada para troca de práticas conservacionistas, como o caso das práticas sustentáveis realizadas na zona de amortecimento da Estação Ecológica do Taim e a experiência da Alianza del Pastizal. 
 
Na quarta-feira (05), toda a discussão se deteve no uso de agrotóxicos e nas práticas agrícolas adotadas no espaço rural, tendo como caso a mortandade de abelhas e outras perdas de biodiversidade.  Além desses impactos, o Congresso pontuou sobre os riscos da mineração e sobre quais políticas de incentivo e de desincentivo para áreas do Bioma Pampa são colocadas em prática.
 
O Congresso se encerra nesta quinta-feira (06), abordando as potencialidades e os produtos do Bioma Pampa ao destacar o turismo ecológico, cultural e o turismo de esporte e aventura, além de identificar a existência de iniciativas legais do Estado para proteção do Bioma Pampa.
 

Leticia Eloi (Colaboradora)
Embrapa Clima Temperado

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