09/05/14 |   Transferência de Tecnologia

Cultivares e tecnologias fazem parte da vitrine tecnológica montada na Agrobrasília

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Tecnologias consolidadas e novos materiais lançados recentemente e/ou recomendados, a exemplo da batata-doce Beauregard, estarão lado a lado na vitrine tecnológica montada pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) na 7ª edição da Agrobrasília, Feira Internacional dos Cerrados, que acontece no período de 13 a 17 de maio, na região do PAD/DF.

Considerada "a feira que mais cresce no Brasil e maior evento de tecnologia rural e negócios do Planalto Central", a Agrobrasília 2014 tem como tema "O mundo do agronegócio no coração do Brasil". Também localizada "no coração do Brasil", a Unidade Hortaliças se beneficia da visibilidade proporcionada pela vizinhança com a feira, de acordo com o agrônomo Francisco Herbeth dos Santos, da área de Transferência de Tecnologia. "A proximidade entre a nossa Unidade e a Agrobrasília é uma das principais vantagens, porque permite um melhor manejo e diversificação das cultivares apresentadas em nossa vitrine", atesta o agrônomo.

Nesta edição, serão mostrados cerca de 20 produtos, entre cultivares e tecnologias desenvolvidas por pesquisadores da Unidade, com ou sem a constituição de parcerias. Assistidos pelos agrônomos da Embrapa Hortaliças, os visitantes da feira vão ter oportunidade de obter informações a respeito dos materiais expostos, alguns já famosos pelas suas peculiaridades, como a bicolor abóbora Brasileirinha, e outros tantos pelas qualidades testadas e comprovadas.

ABÓBORA BRASILEIRINHA – em tempo de Copa do Mundo, nada melhor do que compor o pacote de tecnologias com uma abóbora que exibe as cores do Brasil. Cultivar que apresenta a casca dividida nos tons verde e amarelo, se insere no mesmo grupo varietal da abóbora tipo "menina", e é muito popular no mercado brasileiro. Lançada oficialmente em junho de 2006.

ALHO BRS HOZAN – livre de vírus, é uma cultivar do grupo comum seminobre. Produz bulbos semelhantes aos dos alhos nobres e não necessita de vernalização (quando o alho-semente fica armazenado por um período em câmara fria) para ser produzido em regiões tropicais. Seu ciclo é de 150 dias e tem produtividade média de 11 toneladas por hectare. Lançado em 2013.

BATATA-DOCE BEAUREGARD – cultivar desenvolvida pela empresa estadunidense Louisiana Agricultural Experiment Station chegou ao Brasil através do Centro Internacional de La Papa (CIP) do Peru. Após testes que comprovaram suas excelentes propriedades, como maior presença de carotenoides, característica que a qualifica como hortaliça biofortificada, seu plantio foi recomendado pela Embrapa Hortaliças. Estima-se que o consumo de 25 a 50 gramas diárias da Beauregard atende às nossas necessidades diárias de provitamina A.

BERINJELA CIÇA – híbrido resultante do cruzamento entre genótipos resistentes à antracnose e à podridão-de-fomopsis, doenças que causam severos danos à cultura. Além da resistência a doenças, Ciça apresenta boa adaptação a variações climáticas, uniformidade da planta e do fruto, e boa conservação pós-colheita. Em condições favoráveis, a cultivar apresenta uma produtividade de até 120 toneladas de frutos por hectare. Lançada em 1991.

CEBOLA ALFA-TROPICAL – o baixo custo de produção, maior produtividade e precocidade são as principais características da cultivar, que representa uma opção ao produtor no período da entressafra. Nesse período, a colheita antecipada permite abastecer o mercado, obter maiores lucros e, sobretudo, ombrear-se com as cebolas da Argentina, importadas em grandes quantidades durante a entressafra da hortaliça no Brasil. O período recomendado para a semeadura da Alfa-Tropical é de 15 de novembro a 15 de dezembro. Lançada em 2001.

CENOURA BRASÍLIA – o desenvolvimento da cultivar mudou o panorama do agronegócio de cenoura no Brasil, ao impulsionar a produção interna e regularizar o abastecimento, ao tornar possível o cultivo de cenoura em regiões como a do Nordeste brasileiro. De polinização aberta, apresenta resistência ao calor e à Requeima de Alternária, uma produtividade média de 30 toneladas por hectare e seu ciclo, da semeadura à colheita, é de 85 a 100 dias. Lançada em 1981.

CENOURA PLANALTO – a cultivar abriga rusticidade e qualidade de raízes, e é indicada para plantio de verão. Apresenta resistência à queima-das-folhas, a nematoides e tolerância ao florescimento, o que permite um maior período de plantio. A Planalto destaca-se pela cor laranja-intenso de suas raízes, resultante da alta concentração de betacaroteno, antioxidante que no organismo é convertido em vitamina A. Em testes de campos em Irecê (BA) e São Gotardo (MG), a cultivar apresentou produtividade média de 72,3 e 51,8 t/há, respectivamente. O seu lançamento foi em 2009.

PIMENTA MARI – cultivar do tipo dedo-de-moça, apresenta alta produtividade e excelente uniformidade de planta e de frutos, altamente picantes, com conteúdo de capsaicina em torno d e 96.000 SHU (Unidades de Calor Scoville). Possui resistência múltipla a doenças e grande potencial para ser utilizada na produção de pimenta calabresa, o que a torna extremamente atrativa para a indústria de embutidos. Lançada em 2009.

PIMENTA MOEMA - cultivar pertencente ao grupo varietal conhecido como "biquinho", apresenta alta produtividade, uniformidade de plantas e frutos sem picância. Resistente ao nematoide-das-galhas e ao "potyvírus Pepper yellow mosaic vírus (PepYMV)", considerado um dos principais patógenos que afetam a cultura no País, a BRS Moema tem potencial tanto para o mercado de frutos frescos como para processamento – conservas para aperitivos e geleias, tendo em vista os seus frutos serem aromáticos, crocantes, saborosos e, principalmente, sem ardência. Lançada em 2010.

TOMATE BRS IMIGRANTE – considerado um dos mais importantes do mercado brasileiro, o segmento de tomate tipo salada ganhou mais um integrante com o seu lançamento do híbrido F1, para consumo in natura. O BRS Imigrante é um dos primeiros híbridos de tomate que combina tolerância contra o geminivírus e o Fusarium raça 3. Tem ciclo médio e potencial produtivos de até 480 caixas de 25 kg por mil plantas. E destaca-se pela firmeza e tamanho dos frutos, pelo sabor adocicado e pela durabilidade pós-colheita. Lançamento em 2014.

TOMATE BRS IRACEMA – do tipo cereja, o seu nome é referência aos "lábios de mel", tradução de Iracema em tupi-guarani, em razão do sabor adocicado de seus frutos. Sua colheita se inicia 80 dias após o transplante, com produtividade em torno de 08 a 10 quilos por planta, em cultivo protegido. É tolerante a espécies do nematoide-das-galhas e ao pulgão "Macrosiphum euphorbiae", além de interferir na biologia de alguns tipos da mosca-branca. Seus cachos são bem formados, com 08 a 16 frutos firmes e redondos, e que apresentam alto teor de sólidos solúveis e teores de licopeno em torno de 90mg/kg. Lançado em 2012.

TOMATE BRS ZAMIR - híbrido para consumo in natura, a nova cultivar do tipo cereja alongado (grape) é representante de uma nova geração de tomates nutricionalmente enriquecidos, ao mesmo tempo em que conserva todas as principais características típicas do segmento (textura, sabor e cor). Os elevados teores do carotenoide licopeno, em torno de 114mg/kg, conferem ao tomate maior quantidade do antioxidante tido como um dos mais eficientes na prevenção de doenças degenerativas e cardiovasculares. O seu lançamento foi em 2014.

TOMATE BRS SENA – os produtores de tomate para processamento contam com uma excelente opção de cultivo a partir do desenvolvimento do BRS Sena. Primeiro híbrido nacional de tomate para processamento, ele apresenta tolerância ao geminivírus e à mancha-bacteriana, principais problemas que afetam a tomaticultura no País. Por não existir no Brasil material disponível com essas características, a sua entrada no mercado deverá dinamizar a cadeia de produção e de oferta de sementes, hoje dependente de material importado. Apresentado aos produtores em 2012.

Além desses materiais, a vitrine também vai mostrar o Irrigas, tecnologia desenvolvida para garantir o pleno crescimento das plantas, através de um sistema que mostra quando e quanto irrigar; e ainda as tecnologias do Plantio Direto de Hortaliças e a do Alho Livre de Vírus.

PARCERIA

Tal como na edição do ano passado, a Agrobrasília 2014 conta com o Espaço de Valorização da Agricultura Familiar (EVAF), coordenado pela Emater-DF e com a parceria de diversas instituições, entre elas várias Unidades da Embrapa. O espaço mostra tecnologias de baixo custo e adaptadas aos pequenos produtores rurais.

Para o pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento, o espaço abre um leque de oportunidades para transferir aos agricultores familiares, acompanhados pela Emater-DF, tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças, com foco na sustentabilidade. E chama a atenção para a importância do EVAF, notadamente com relação a 2014, declarado pela Unesco como o Ano Internacional da Agricultura Familiar.

"Neste ano, o espaço assume ainda maior relevância, tendo em vista o papel fundamental da agricultura familiar no desenvolvimento da cadeia de produção de alimentos e estamos gratificados por participar dessa parceria", registra o pesquisador.

Anelise Macedo (2749/DF)
Embrapa Hortaliças

Contatos para a imprensa

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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