07/11/16 |   Agricultura familiar  Mudanças climáticas  Segurança alimentar, nutrição e saúde

Encontro técnico promove o uso racional da água

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Foto: Sandra Brito

Sandra Brito - Bomba d'água movida à energia solar

Bomba d'água movida à energia solar

Boas práticas para conservação da água e do solo e o cultivo da mandioca biofortificada foram os temas apresentados no Encontro Técnico "Uso Racional da Água", promovido pela Embrapa Milho e Sorgo e pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), em Santana de Pirapama-MG.

O evento, realizado em 21 de outubro, na Escola Municipal da Tibuna, reuniu agricultores e técnicos extensionistas de Baldim, Jaboticatubas, Jequitibá e Santana de Pirapama, todas cidades de Minas Gerais. Também compareceram o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Jason de Oliveira Duarte, e o pesquisador Ramon Costa Alvarenga.

Segundo o técnico extensionista da Emater-MG, Tarcísio Raimundo Coimbra, o manejo inadequado do solo e da água gera danos ambientais, econômicos e sociais. Os prejuízos mais comuns são a perda de solo por erosão, a perda de água por escorrimento superficial, a baixa infiltração de água no solo e a redução da cobertura vegetal.

"Antes de pensar nas perdas, temos que pensar em preservar e conservar a água. Há cinco anos passamos por períodos de seca e esta situação está nos preocupando muito. É função da Emater levar estas informações para tentar reverter esta situação", ressaltou Tarcísio.

Tarcísio explicou que o cercamento de nascentes, usando curva de nível, para a recuperação de pastagens e a preservação nos topos de morros e nascentes são alternativas para amenizar os prejuízos. "Outras boas práticas de conservação são a adubação verde, com as leguminosas; o plantio direto; o terraçamento para controle da erosão; e as bacias para captação de água de enxurradas, também conhecidas como barraginhas. As barraginhas permitem a infiltração da água no solo", pontuou o técnico da Emater.

O cultivo de mandioca biofortificada foi apresentado pelo engenheiro agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, Ivênio Rubens de Oliveira. O tema foi escolhido porque, na cidade de Santana de Pirapama e regiões vizinhas, boa parte da produção da mandioca é destinada para alimentação na merenda escolar. A mandioca biofortificada é mais rica em vitamina A, um importante nutriente para prevenir problemas de saúde, como a cegueira noturna.

Outra preocupação dos produtores, dessa região, é a falta de água para irrigar a lavoura. E nesta questão, a mandioca leva uma vantagem, pois, desde que o cultivo seja bem planejado, vai precisar de menos água. "É possível aproveitar melhor a água e dobrar a produção da mandioca", afirmou Ivênio Oliveira, explicando que é preciso também planejar a comercialização do produto.

Energia solar para captação de água

Outro recurso apresentado para os produtores foi uma bomba que utiliza energia solar para captação de água. É uma alternativa para áreas que não têm energia elétrica.

O agricultor e prestador de serviços, Wagner Moura Campelo, conhecido como Waguinho, instalou uma bomba de energia solar na fazenda onde trabalha. Ele comentou que havia muita necessidade de água para o gado e o córrego estava secando. O sistema instalado permite captar a água de uma cisterna, ou poço, de 22 metros de profundidade.

"A placa de energia tem aproximadamente 1 m por 1,70 m. A energia solar mantém a bomba funcionando e a água é suficiente para manter o rebanho. E, se preciso, a água pode ser usada para irrigar uma horta, usando o gotejo da bomba", comentou Waguinho. Ele ressaltou que foi um desafio usar o gotejamento para irrigar uma área de plantação de mandioca, cultivada em agosto deste ano. "O gotejamento evitou a perda da lavoura", frisou.

O coordenador regional da Emater, Walfrido Albernaz, considera interessante a iniciativa do Waguinho. "É um equipamento novo, mas, hoje em dia, é muito importante melhorar a captação da água e usar a energia solar", disse.

"Existem bombas solares para variados tipos de projetos, pequenos ou grandes. Para quem usa combustível é vantajoso migrar para a energia solar", explicou o técnico Leonardo Castro, da empresa Minha Casa Solar. Para fazer o projeto é necessário saber de onde a água vai ser captada e qual a distância para puxar água.

Alimentos biofortificados

A produção de mandioca biofortificada integra ações do projeto da Embrapa "Alimentos biofortificados: preparando o caminho para levar mais saúde à mesa do brasileiro". O principal objetivo é fornecer uma alimentação balanceada para as crianças, para que tenham um bom desenvolvimento físico e intelectual. Em Minas Gerais, além da mandioca biofortificada, o projeto promove o milho, a batata-doce, o feijão e o feijão-caupi.

Sandra Brito (MG 06230 JP)
Embrapa Milho e Sorgo

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