Dia de Campo da Embrapa Semiárido apresenta potencial de produção de caqui no Nordeste
Dia de Campo da Embrapa Semiárido apresenta potencial de produção de caqui no Nordeste
Buscando oferecer alternativas aos agricultores de áreas irrigadas do Nordeste brasileiro, a Embrapa Semiárido apresenta a cultura do caqui como nova potencialidade para a região. Resultados promissores de pesquisas com a fruta foram apresentados no III Dia de Campo sobre o Cultivo do Caquizeiro no Vale do São Francisco, que aconteceu no Campo Experimental de Bebedouro da Empresa, em Petrolina (PE).
De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido Paulo Roberto Coelho Lopes, responsável pelos experimentos, uma das principais vantagens que o cultivo apresenta para a região é a possibilidade de produzir em qualquer época do ano. No Sul e Sudeste, onde a fruta é tradicionalmente cultivada, as condições climáticas somente permitem a safra nos meses de março a julho. "Depois dessa época, nós entraremos com esse caqui produzido aqui no Vale do São Francisco, conseguindo melhores preços e maior rentabilidade para os produtores", afirma.
A pesquisa permitiu ainda observar que é possível promover um desenvolvimento mais rápido das plantas no Nordeste. De acordo com o pesquisador, um caquizeiro de dois anos nessa região apresenta o mesmo estágio de uma planta de quatro anos nas outras regiões produtoras. Isso significa que, no Semiárido, o caquizeiro leva menos tempo para começar a produzir.
Outra vantagem da cultura na região é a baixa incidência de pragas e doenças, o que reduz o uso de agrotóxicos. Segundo Paulo Roberto Coelho, até agora não houve ocorrência de doenças, e as pragas que apareceram são de fácil controle. Já no caso do Sul e Sudeste há grande incidência devido à alta umidade relativa do ar.
Pesquisa - Os experimentos com a cultura estão sendo realizados pela Embrapa Semiárido em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e outras instituições. O objetivo é introduzir e avaliar o desempenho de novas espécies na região, viabilizando a diversificação de culturas nos perímetros irrigados.
De acordo com o pesquisador, a primeira etapa consistiu na introdução da cultura, avaliando a possibilidade de produção na região. Com os bons resultados obtidos até o momento, na próxima etapa se buscará refinar mais a pesquisa, acompanhando o desenvolvimento vegetativo das plantas e fazendo, por exemplo, avaliação de níveis de adubação e de irrigação.
Sobre esses aspectos, visto que ainda não foram geradas informações específicas para a região, ainda estão sendo utilizados os parâmetros definidos para o Sul e Sudeste. "Nas novas áreas que estaremos instalando a partir desse ano, teremos condições de desenvolver um sistema de produção do caqui para a condição semiárida tropical e fazer as recomendações para que os produtores venham a cultivar essa espécie aqui na região", afirma o pesquisador.
Fernanda Birolo (MTb/AC 81)
Embrapa Semiárido
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