Alho livre de vírus da Embrapa Hortaliças premia produtor baiano
Alho livre de vírus da Embrapa Hortaliças premia produtor baiano
O nome na carteira de identidade é José Borges, mas ele é chamado de Waldez na cidade baiana de Cristópolis, onde produz alho, cultura responsável por sua premiação no "Soja de Ouro" de 2011. Instituído desde 1986, o prêmio é concedido a empresas, profissionais e personalidades que contribuem para o desenvolvimento do oeste da Bahia, no setor doagronegócio. Apontado como destaque na agricultura familiar, Waldez faz questão de compartilhar o mérito com a Embrapa Hortaliças: "Graças à sementetratada repassada pelos pesquisadores, a minha produtividade praticamente triplicou".
A boa performance do produtor é fruto do programa de alho-semente livre de vírus desenvolvido pela Unidade desde 1994. Por meio do programa, foram instalados no ano de 2002 os primeiros experimentos em áreas de pequenos produtores de Cristópolis, entre eles o agricultor premiado. Waldez conta que sua produção pode ser medida antes e depois das sementes daEmbrapa Hortaliças. "A minha colheita de alho não passava de 3,5 a 4 toneladas por hectare, e hoje produzo 14 toneladas", comemora.
No sentido de disponibilizar aos agricultores o material livre de vírus e de fornecer ferramentas para torná-los produtores de suas próprias sementes, a Embrapa Hortaliças desenvolveu um sistema progressivo demultiplicação do alho-semente de alta qualidade que é conduzido na área plantada.
"O programa de alho-semente livre de vírus foi originalmente concebido para atender áreas de até um hectare, uma vez que no início contava apenas com as cultivares Amarante e Cateto Roxo, bastante utilizadaspor pequenos produtores", informa o pesquisador Francisco Vilela. Ele acrescenta que após os testes em Cristópolis, seguidos por experimentos emFrancisco Sá, Minas Gerais, o sistema de multiplicação de alho-semente livre de vírus já está sendo adotado por todas as principais regiões produtoras dealho comum da Bahia.
Francisco lembra que o programa também prevê ações de capacitação dirigidas aos produtores, e que envolvem cursos, palestras e dias de campo,quando é enfatizada a necessidade de melhorar o sistema de produção para permitir a exploração de todo o potencial de alho-semente livre de vírus. Apartir desse fundamento, segundo ele, além do aumento da produtividade, verifica-se o crescimento da renda do produtor.
"O preço médio recebido pelos produtores de Cristópolis esteve ao longo de quase toda a década de 2000 na faixa de R$ 1,00/kg, bastante inferior ao da média do produtor baiano e nacional. Entretanto, nos últimos dois anos ultrapassou a faixa da Bahia e do Brasil, mostrando-se superior a R$ 4,00/kg", acentua.
O agrônomo Werito Fernandes, integrante do programa, destaca que atualmente o trabalho junto a agricultores já não está restrito apenas acultivares de alho comum. "Hoje, além de trabalhar com as cultivares Cateto Roxo, Amarante e um outro material, ora em fase de testes, também temos ascultivares nobres Chonan e Quitéria. Nos próximos anos, teremos outros materiais comuns e nobres, a exemplo de San Valentin, cultivar mais plantadano sul do País", acentua.
Anelise CamposEmbrapa Hortaliçascontatos: 61 33859105
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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