02/09/11 |

Áreas desflorestadas na Amazônia são ocupadas em sua maioria por pastos

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O projeto Terraclass, realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) – e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Centro Regional da Amazônia/Inpe, apresenta resultados inéditos do uso e cobertura da terra nas áreas desflorestadas da Amazônia Legal. A partir do monitoramento do desflorestamento da região (Prodes/Inpe), o projeto realizou a qualificação dessas áreas indicando sua situação quanto ao uso e cobertura. 

Dentre os resultados obtidos, o relatório aponta que nas áreas desflorestadas na Amazônia até o ano de 2008, correspondente a 719 mil quilômetros quadrados, a cobertura de maior abrangência  está associada às áreas de pastagem. Elas totalizam aproximadamente 447 mil quilômetros quadrados, distribuídos em 335 mil de Pasto Limpo (áreas de pastagem em processo produtivo com predomínio de cobertura de espécies gramíneas), 63 mil de Pasto Sujo (áreas de pastagem em processo produtivo com predomínio de vegetação herbácea e cobertura de espécies gramíneas associada à vegetação arbustiva), 48 mil de Regeneração com Pasto (áreas que estão no início do processo de regeneração da vegetação nativa, caracterizadas pela alta diversidade de espécies vegetais) e 594 quilômetros quadrados de Pasto com Solo Exposto (áreas que apresentam uma cobertura de pelo menos 50% do solo exposto).

Nas áreas desflorestadas do Estado de Rondônia está a maior concentração de áreas de pastagens quando comparada aos outros Estados, cerca de 80% da cobertura florestal transformada.

As áreas de vegetação secundária, ou capoeiras, correspondem a 151 mil quilômetros quadrados. Elas encontram-se em processo avançado de regeneração da vegetação arbustiva e/ou arbórea, ou foram utilizadas para a prática da silvicultura (plantio de árvores) ou agricultura permanente com o uso de espécies nativas ou exóticas.   

Na calha norte do Rio Amazonas as áreas de capoeira são predominantes no cenário desflorestado. Isso em função da forte presença da agricultura itinerante na região, onde as áreas regeneram naturalmente depois dos ciclos agrícolas.

Outro resultado importante apontado pelo Terraclass são os 35 mil quilômetros quadrados de Agricultura Anual nas áreas desflorestadas da Amazônia Oriental. Nessas áreas (agricultura anual) predominam culturas de ciclo anual, como grãos, com emprego de padrões tecnológicos elevados, tais como o uso de sementes certificadas, insumos, mecanização, entre outros. A atividade tem destaque no Estado do Mato Grosso, onde as áreas desflorestadas foram substituídas por agricultura anual em 15%, enquanto que no comparativo geral da Amazônia este percentual é de apenas 5%.

Nas áreas desflorestadas no Estado do Pará, o predomínio é de áreas com coberturas por pastagens com 62% (o mesmo da Amazônia), mas vale destacar que do total de áreas mapeadas como mineração na Amazônia, quase a metade delas encontra-se no Pará. O Estado do Amazonas é proporcionalmente e em números absolutos, o que apresenta maior área de floresta amazônica.

Todos os números e mapas apontados pelo projeto Terraclass serão distribuídos em mapas digitais detalhados, permitindo a avaliação do uso da terra em diferentes recortes espaciais (regional, estadual, municipal), informação segura para a formulação de políticas públicas para a região.

Ana Laura Lima(MTb 1268/PA)Embrapa Amazônia Oriental(91) 32 041000

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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