Uma das grandes inquietações da sociedade é com a sustentabilidade e com a segurança na produção de alimentos, além do desenvolvimento de tecnologias mais limpas e de baixo custo no país. Um dos grandes desafios do III Congresso Brasileiro de Rochagem, que se realiza até esta sexta-feira, dia 11, é avançar o conhecimento para atender a demanda de quem se dedica ao tema ou desperta interesse no assunto e auxiliar o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) nas orientações de uso e eficiência desses recursos naturais. O segundo dia do Congresso foi marcado pela exibição de resultados obtidos através de pesquisas relacionadas à rochagem. Um dos grandes destaques foi a participação de diferentes atores como agricultores, representantes de empresas de mineração, pesquisadores e estudantes, que se uniram para compartilhar conhecimento e troca de experiências. Na manhã da terça-feira (9), o tema central foi o Intemperismo de minerais e liberação de nutrientes. Um dos palestrantes foi o professor David Manning, da Newcastle University, da Inglaterra. Durante a palestra, David salientou a contemplação de visões multidisciplinares sobre minerais, microorganismos e plantas. Na sequência, o palestrante Antonio Azevedo, da Universidade de São Paulo (USP), falou sobre os modelos de liberação de elementos no solo pela rochagem. Segundo Antonio, a pesquisa desenvolve aspectos tecnológicos em relação às rochas, e dentro destes aspectos, a possibilidade de definir o tamanho e a forma do grão do pó de rocha para que possa reagir mais rápido e, consequentemente, se tornar fonte de nutriente às plantas. O coordenador do evento e pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Carlos Augusto Posser Silveira, afirma que um dos diferenciais em relação as outras edições do Congresso é o aprofundamento dos temas. "Hoje temos a possibilidade de conhecer mais sobre o assunto. E isso por conta, também, da lei aprovada entre a segunda e terceira edição do Congresso, que salienta que as rochas podem ser insumos para uso na agricultura", salienta Carlos Augusto. Contribuição da Embrapa Um dos estímulos da agricultura brasileira é prever a inclusão de variáveis, para então incluir novas tecnologias. A necessidade hoje é de quebrar o paradigma de que é preciso aumentar a produtividade e, sim melhorar a qualidade da cadeia alimentar. A Embrapa contribui com diferentes pesquisas que auxiliam no estudo científico brasileiro. No Congresso, a Embrapa intercede em diversas vertentes, sendo elas, a normatização que envolve a criação de uma rede interlaboratorial para análise de remineralizadores, prospecção de remineralizadores (agrominerais), intemperismo de minerais e liberação de nutrientes, avaliação agronômica e desenvolvimento de produtos a base de remineralizadores - aditivo para compostagem e veículo para micro-organismos. O evento acontece nas dependências da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), numa realização entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Embrapa- Unidades de pesquisa, Embrapa Clima Temperado e Embrapa Cerrados-, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Ministério de Minas e Energia e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Tem como apoiadores a Fapeg, o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Já os patrocinadores são a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Xisto Agrícola, Calcário Diamante, Yoorín Curimbaba, Fida, Mistél e Sólus.