23/11/16 |   Transferência de Tecnologia

Equipes propõem soluções em TI no 1º Hackathon Embrapa – Edição Campinas

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Foto: Nadir Rodrigues

Nadir Rodrigues - Maratona de programação é realizada na Embrapa Informática Agropecuária

Maratona de programação é realizada na Embrapa Informática Agropecuária

Soluções tecnológicas propostas no 1º Hackathon Embrapa – Edição Campinas vão apoiar pesquisas para o diagnóstico automático de doenças em cultivos agrícolas. A maratona de programação foi realizada na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), em 19 de novembro. O desafio dos participantes foi desenvolver propostas de aplicativos móveis capazes de capturar, processar e/ou armazenar imagens digitais para esse diagnóstico.
 
As doenças de plantas produzem impactos econômicos e sociais significativos no sistema de cultivo agrícola, causando aumento no custo de produção, queda de produtividade e inclusive abandono de atividade produtiva devido aos prejuízos financeiros diretos e indiretos. Também representam uma barreira na exportação agrícola de um país. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para reduzir as perdas.
 
"É importante que o produtor saiba o que está ocorrendo para poder tomar medidas de controle", diz a pesquisadora Kátia de Lima Nechet, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). "Isso terá um impacto na nossa alimentação e na nossa segurança alimentar", afirmou Kátia durante uma apresentação que fez para os participantes sobre o desafio do diagnóstico de doenças em cultivos agrícolas a partir de imagens digitais.
 
As imagens, aliadas a outras técnicas aplicadas em laboratório, contribuem para que os fitopatologistas identifiquem o patógeno causador da doença, que pode ser um fungo, vírus ou bactéria. "A ideia é diagnosticar de forma rápida, precoce e correta, e tomar a medida certa de controle, pois isso vai beneficiar o produtor e impactar todo o sistema de produção", esclarece a pesquisadora.
 
Fazer o diagnóstico correto de doenças em plantas é um problema bastante difícil, de acordo com o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Jayme Barbedo. "Nós queremos atacar esse problema usando imagens digitais para automatizar o processo, aproveitando a evolução das tecnologias móveis", explica. Um dos principais desafios é conseguir imagens suficientes para desenvolvimento adequado de um algoritmo que auxilie o trabalho.
 
A expectativa na realização do evento, segundo Carlos Meira, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Informática Agropecuária, foi contar com um grande esforço das equipes participantes para que por meio de boas ideias estas desenvolvessem resultados extremamente positivos visando ajudar especialmente os fitopatologistas, os profissionais de TI e os produtores rurais.
 
O Hackathon também teve como propósito aproximar o público jovem para que conheça um pouco dos desafios da Empresa e possa ajudar na solução de problemas, especialmente com foco em um contexto mais tecnológico e conectado, de acordo com a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, Silvia Massruhá.
 
Premiação
 
A equipe TurtleIT, representante do IFSP-Campinas, composta por Bruno Henrique Galerani, Gabriel Viseli Barzagli, Tiago José de Carvalho e Vinícius Maimone Rossi classificou-se em primeiro lugar, com o aplicativo Embrapa Share. Em segundo lugar ficou a equipe ECAUnicamp, formada por Gustavo Villela Taufic, Lucas Martins Juviniano, Matheus Araujo Rodrigues e Matheus Gustavo Alves Sasso, com o DFinder. E, em terceiro, a equipe Time Limit Exceeded USP integrada por Camila Nardi Pinto, Gabriela Pitolli Lyra, Gustavo Voltani von Atzingen e Marcello Vinícius da Silva Ferreira, com o Agrovisão.
 
O primeiro lugar recebeu quatro kits de Arduíno e Raspberry Pi, quatro carregadores power bank e quatro pendrives; para o segundo lugar foram dois kits de Arduíno, quatro power bank e quatro pendrives; e o terceiro lugar recebeu um kit de Arduíno, três power bank e quatro pendrives. Os estudantes também ganharam exemplares do livro "Tecnologias da informação e comunicação e suas relações com a agricultura", publicado pela Embrapa, e um programa de capacitação em Design Thinking, ferramentas de Internet das Coisas (IoT) e técnicas de processamento de imagens.
 
As propostas criadas durante a maratona foram avaliadas a partir de critérios como utilidade do aplicativo proposto, aplicabilidade da solução ao setor agropecuário, interface e experiência do usuário, criatividade, inovação e originalidade da solução proposta, e qualidade do código, que envolve clareza, modularização, facilidade de manutenção e documentação. Empregados da Embrapa e das empresas e instituições parcerias no concurso estiveram presentes como mentores para orientar as equipes.
 
"Para a gente foi uma experiência excelente, porque você está trabalhando em um problema real, que desafia os seus limites", descreveu Tiago José de Carvalho. Ele elogiou a interação do time organizador com os participantes e sugeriu que eventos futuros envolvam mais faculdades da região. Já o estudante Gustavo Villela Taufic contou que foi a primeira vez que participou desse tipo de competição e gostou muito, embora considere que deveria haver mais tempo para o desenvolvimento das propostas.
 
Para Fernanda Pelegrini, do Sidi-Samsung, a iniciativa é importante para apoiar a comunidade acadêmica no desenvolvimento de software, difundindo esse conhecimento entre os estudantes e as startups. Além de integrar o público da universidade, as maratonas possibilitam conseguir infraestrutura e recursos para o desenvolvimento e, principalmente, estabelecer contatos com grandes empresas, conta.
 
O especialista em TI da PCA Rogério Saran disse que a maratona foi interessante porque partiu de assuntos bastante complexos, como é o caso do processamento de imagens para identificação de doenças de plantas, levando a uma aplicação prática. Segundo ele, a expectativa é que em breve os estudantes estejam desenvolvendo produtos e tecnologias para o mercado.
 
Saran afirma que reunir pessoas de universidades e empresas para a competição é um desafio, pois ainda há uma grande distância entre as instituições de pesquisa e o mercado privado no Brasil. "A Embrapa promovendo isso favorece o aprendizado ao mesmo tempo em que fortalece esse contato", acredita.
 
O 1º Hackathon Embrapa – Edição Campinas contou com apoio da Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp), Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), CoaShe, Informática Municípios Associados S/A (IMA), Baita Aceleradora e Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais - PCS/USP. Teve patrocínio da Agrosmart, PCA Engenharia de Software Ltda., Plataforma Eugênio da PromonLogicalis, Samsung Instituto para Desenvolvimento da Informática (Sidi-Samsung), CI&T e SP Ventures.
 

Nadir Rodrigues (MTB/SP 26.948)
Embrapa Informática Agropecuária

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