VII Encontro de Pequenas Frutas e Frutas Nativas fecha discussão técnica com indicações para saúde
25/11/16
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VII Encontro de Pequenas Frutas e Frutas Nativas fecha discussão técnica com indicações para saúde
Foto: Paulo Lanzetta
Participantes do VII Encontro conheceram a área experimental de sistema de plantio de morango,amora-preta e mirtilos.
O VII Encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul encerrou nesta quinta-feira (24) com um dia de campo ao envolver uma visita técnica à area experimental da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e uma visita à agroindústria familiar. No fechamento da programação técnica no final da tarde de quarta-feira (23) foram destacados os avanços científicos e tecnológicos como indicação das pequenas frutas e das frutas nativas como potenciais à saúde humana. O evento contabilizou a participação de cerca de 220 pessoas.
O dia 23 foi marcado pela apresentação da organização da produção de pequenas frutas pelo conferencista do Centro Py ME ADENEU/ Argentina, Anibal Caminiti. Após o pesquisador da Embrapa Clima Temperado Carlos Augusto Posser Silveira falou das possibilidades de manejo da adubação e fertilidade do solo para produção de mirtilos e morangos e Gilmar Nachtigall, da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS) falou sobre o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação para Estimativa dos níveis cítricos de nutrientes em folhas.
As palestras da tarde(23) iniciaram primeiramente com a pesquisadora mexicana, Tânia Nuñez Rios da empresa Planamerica (México), que apresentou a cultivar de amora BRS Tupy, seu manejo e dados de produção, desenvolvida em conjunto com a Embrapa Clima Temperado. Em seguida, os pesquisadores da Embrapa Clima Temperado, Maria do Carmo Bassols Raseira e Sandro Bonow apresentaram os programas de melhoramento genético das cultivares de amora e de morangos.
E encerrando o dia o professor da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da UFPel, Cesar Rombaldi e o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), Ricardo Elesbão Alves, discorreram sobre os Avanços, Perspectivas Científicas e Tecnológicas e os Potenciais de Inovação para Frutas e Frutas Nativas.
Sobre as palestras de potenciais de inovação para frutas
A Comissão organizadora do VII Encontro buscou apresentar duas visões sobre o consumo de frutas e frutas nativas como benéficas à saúde. O professor Cesar Rombaldi falou da necessidade de consumo de frutas e hortaliças pelo homem para prevenir a incidência de doenças crônico-degenerativas como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares, entre outras. Mostrou números, através de uma pesquisa, realizada em todo o país, com cerca de 3.500 mil entrevistados, onde apontou uma situação, considera por ele, alarmante: "o Brasil não está consumindo e não aumentou o seu consumo de alimentos saudáveis; a parcela que se preocupa hoje em comer de forma adequada é o perfil de mulheres, com 55 anos", revelou Rombaldi. "Isso denota que as pessoas que tem essa preocupação, já estavam engajadas há muito tempo, enquanto que o restante dessa população, que não tem essa preocupação, como irá ficar?", provocou o professor Rombaldi. O professor fechou sua fala ao mostrar estudos de frutas nativas potentes para saúde, desenvolvidos em conjunto com a Embrapa, que são o araçá, o butiá e a guabiroba.
O pesquisador Ricardo Elesbão Alves, embora com experiência larga em frutas tropicais, também mostrou dados de estudos, pois teve dedicação à cultura da pitanga e outras mirtáceas que ocorrem no sul do país."O grande equívoco das pessoas, é enxergar o consumo de uma determinada fruta com propriedades exclusivas de cura para enfermidades. As frutas não podem ser vistas como remédios", disse Ricardo. Segundo ele, é importante que as pessoas tenham hábitos de ingestão de frutas e hortaliças como forma de prevenção à saude. "A melhor forma de garantia de saúde é compor um prato o mais colorido possível, pois as cores indicam compostos diferentes que vão fazer a diferença ao retardar o envelhecimento celular, inflamações, doenças degenerativas e outras complicações físicas que podem ser evitadas no futuro", pontuou Ricardo.
A visita técnica
Um grupo de 60 pessoas percorreu a área experimental da Embrapa dedicada às pequenas frutas e frutas nativas. Foram quatro pontos de visita: sistema de cultivo de morangos fora do solo; diferentes sistemas de manejo de amora-preta (sem arame, com aramado e com aramado trançado); área de seleções genéticas da amora-preta; e sistema de cultivo de mirtilo.
O extensionista da Emater/RS-Ascar, Eduardo Pagot, contribuiu ao falar aos participantes sobre os dados de produção e de produtividade para pequenas propriedades que se dedicam à cultura da amora-preta, por exemplo. Pela sua experiência em Vacaria, RS em uma área de três mil plantas, menos de 1 hectare, é possível que com mão-de-obra familiar (cerca de quatro pessoas), se alcance uma renda de 40 mil reais, o que garantia um salário minimo por integrante, além de trabalhar com alimentos que serão revertidos à saúde das pessoas e à qualidade do meio ambiente. "Mas, o grande desafio de produção é referente a época da colheita, um único período de oferta, que através da pesquisa, já é possível conhecer variedades precoces e tardias", ponderou Pagot.
Motivados em conhecer o manejo das pequenas frutas e frutas nativas, o agricultor Lucas Ramson, de Turuçu,RS com propriedade dedicada à batata-doce, estava participando da recorrida à campo como curioso, pois a sua intenção é investir na produção de physallis, e agora, amora. Já o agricultor de morangos Alfredo Zitzke, também de Turuçu,RS veio a primeira vez à Embrapa com a ideia de diversificar sua propriedade. "Quero entrar na fruticultura", falou Alfredo como quem deseja intensamente cuidar das pequenas frutas.
Cristiane Betemps com colaboração de Letícia Eloi Pinto (MTb 7418-RS)
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