Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia celebra 42 anos e intensifica parceria com o setor produtivo
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia celebra 42 anos e intensifica parceria com o setor produtivo
Foto: Claudio Bezerra
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, e o presidente do Grupo Ourofino, Norival Bonamichi, assinam contrato de cooperação para utilização de ativos biológicos no controle de pragas agrícolas.
"Madura, mas revigorada, energizada e cada vez mais de acordo com o seu lema, que é preservar o passado e antecipar o futuro. Vida longa à Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia". Assim, o chefe-geral da Unidade, José Manuel Cabral, encerrou o seu discurso durante a solenidade em comemoração ao 42º aniversário da Unidade, realizada hoje (29/11) com a presença do presidente da Embrapa, Maurício Lopes; do diretor-presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF), Wellington Lourenço; do diretor da Ourofino Agronegócio, Norival Bonamichi; e do diretor de P&D da Embrapa, Ladislau Martin Neto, entre outras autoridades, representantes de instituições parceiras, chefes de unidades centrais e descentralizadas e empregados da Embrapa.
A capacidade da Unidade de se adequar ao atual modelo de consumo e atender às exigências da sociedade por uma agricultura mais sustentável e de baixo impacto foi ressaltada pelo chefe-geral e pelo presidente da Embrapa, Maurício Lopes, em seu discurso que encerrou a solenidade. Para Maurício, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia tem mostrado grande potencial de resiliência não apenas com as pesquisas que desenvolve em suas quatro grandes áreas de atuação – recursos genéticos, biotecnologia, controle biológico e segurança biológica – como também na forma de entregar esses resultados à sociedade.
Unidade intensifica parceria com o setor produtivo
Prova disso foram as três parcerias formalizadas durante a solenidade. A primeira foi a partir de um acordo de cooperação assinado com a Ourofino Agronegócio para desenvolvimento de produtos biológicos (bioinseticidas e bioherbicidas, entre outros) para controle de pragas agrícolas. A empresa atua na área de saúde animal (Uberaba, MG), na qual é a terceira maior em faturamento no Brasil e na área de defensivos agrícolas (Ribeirão Preto, SP). Para o diretor da Ourofino, Norival Bonamichi, os produtos biológicos representam o futuro da agricultura. "Apesar da grandeza do agronegócio brasileiro, a nossa dependência de agroquímicos hoje é absurdamente grande. Somente em 2015, importamos 300 milhões de litros desses produtos", enfatizou Bonamichi.
Ele compara o Brasil a um "gigante com pés de barro" porque apesar da riqueza que representa para o País, o agronegócio é altamente dependente de defensivos desenvolvidos, em sua maioria, por empresas internacionais e que, portanto, não estão adaptados à agricultura tropical. "A parceria com a Embrapa é a resposta da Ourofino para tentar reverter esse quadro. Queremos ser a contraparte da Embrapa na formulação de produtos biológicos que cheguem rápido e com capacidade de atender às necessidades dos produtores nacionais de forma sustentável. Vamos aproveitar o conhecimento acumulado pela Empresa ao longo dessas mais de quatro décadas e contribuir para que encurtar o caminho entre o laboratório e o campo", complementou Bonamichi.
A outra parceria foi a assinatura de um acordo com as empresas C4 Científica e a C4 Biotecnologia, especializadas na importação, exportação e comércio de produtos e equipamentos para laboratórios, para licenciamento do sistema de biorreatores para clonagem de mudas, desenvolvido e patenteado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Resultado de mais de 15 anos de pesquisa, o sistema de biorreatores pode ser comparado a uma fábrica biológica de plantas, pois é capaz de multiplicar mudas de forma automatizada em larga escala, a partir de um sistema de frascos de vidro interligados por tubos de borracha flexível, pelos quais as plantas recebem ar e solução nutritiva por aspersão ou borbulhamento.
O funcionamento automatizado do equipamento reduz custos com mão-de-obra, acelera o ciclo de produção e garante muito mais higiene, segurança e qualidade final às mudas produzidas, pela pouca necessidade de manipulação ao longo do processo de produção.
Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia João Batista Teixeira, "trata-se de uma tecnologia feita sob medida para a agricultura do Século XXI, pois ao mesmo tempo em que garante a produção de mudas de alta qualidade (mais uniformes e vigorosas), prioriza bases sustentáveis, com economia de energia elétrica e de outros recursos, aliando produtividade e sustentabilidade".
A terceira assinatura reforça uma parceria que já existe entre a Embrapa e a Energia Sustentável do Brasil S/A desde 2008, na construção da futura hidrelétrica de Jirau no rio Madeira, em Porto Velho, RO. A cooperação abrange estudos de inventário florístico, resgate de plantas e monitoramento da flora. Entre os principais resultados, destacam-se: o incremento no conhecimento sobre a diversidade vegetal da região, a incorporação de 3.500 espécies ao acervo do herbário da Embrapa e o resgate e conservação de recursos genéticos vegetais nativos da região amazônica.
Para o presidente da Embrapa, a formalização dessas parcerias é uma prova contundente de que a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia está inserida na agenda de pesquisa e desenvolvimento contemporânea, que vislumbra o desenvolvimento de projetos limpos e sustentáveis.
Lançamento de tecnologia
Durante a solenidade, foi lançada também uma tecnologia pioneira no Brasil, com enorme potencial para ser muito bem recebida pelo setor produtivo: a TIFOI (transferência intrafolicular de ovócitos imaturos). Trata-se de uma biotécnica que agrega todas as vantagens da fecundação in vitro (FIV), que é a técnica de reprodução mais utilizada no Brasil hoje na área de reprodução animal, com um benefício a mais: o fato de não precisar de laboratório para ser realizada.
A nova tecnologia foi apresentada pela pesquisadora responsável pelo seu desenvolvimento, Margot Dode. Segundo ela, apesar de o Brasil possuir o maior rebanho comercial do mundo, com aproximadamente 209 milhões de bovinos, a taxa de produtividade - cerca de 20% - ainda é baixa quando comparada a outros países, como Estados Unidos e Austrália, nos quais chega a 35%.
Por isso, uma das prioridades da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é oferecer ao mercado animais mais produtivos. Para isso, investe em pesquisas com embriões, que representam a forma mais rápida e eficiente de desenvolver animais geneticamente superiores. Hoje, o Brasil é o protagonista na produção de embriões no mundo, com cerca de 60% do mercado global.
Saiba mais sobre a TIFOI no link.
Fernanda Diniz (MTB/DF 4685/89)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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