A fábrica Briquetes Vale do Açu (BVA) está instalada no Campus Ipanguaçu do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) e vai ser inaugurada na próxima quinta-feira (26).  A fábrica terá capacidade de produzir até 4.800 toneladas por ano de briquetes e foi construída com recursos do Programa Petrobras Socioambiental, através do Projeto Caatinga Viva.

O projeto, de autoria do pesquisador Sílvio Tavares, da Embrapa Solos, tem como objetivo propor mudanças na matriz energética das indústrias  do Baixo-Açu, hoje quase que totalmente dependentes da lenha e do carvão vegetal nos seus processos produtivos.  

As técnicas rudimentares de extração da madeira, aliadas ao crescimento da economia, estão intensificando o ritmo da devastação de um dos biomas mais raros do mundo – a Caatinga, que só existe no semiárido nordestino e que, no estado do Rio Grande do Norte, ocupa 48.700 km² do seu território.

As principais matérias-primas a serem utilizadas na fabricação dos briquetes na BVA serão os resíduos da produção de cera de carnaúba,  espécies vegetais plantadas com fins energéticos, como capim-elefante, sorgo biomassa, cana-fibra e outras culturas energéticas, além de restos de poda urbana.

"Ao oferecermos um combustível alternativo, de boa qualidade, com boa relação custo-benefício e sem necessidade de licença especial para ser adquirido, estamos ajudando de forma bem objetiva a amenizar a pressão antrópica sobre o Bioma Caatinga, além de gerar outras oportunidades de ocupação e renda para a população local ", diz o pesquisador da Embrapa Solos Silvio Tavares.

Além da Embrapa, também atuam no Caatinga Viva o Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), a Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agronomos (ANEA) e a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).