01/12/16 |   Agricultura familiar  Transferência de Tecnologia

Oficina alinha ações do projeto Embrapa/Fundo Amazônia no Pará

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Foto: Vinicius Kuromoto

Vinicius Kuromoto - Oficina reuniu representantes de diversas instituições

Oficina reuniu representantes de diversas instituições

Durante oficina de concertação realizada nos dias 29 e 30 de novembro no município de Marabá, sudeste do Pará, a Embrapa Amazônia Oriental deu mais um grande passo rumo à consolidação da participação paraense no Projeto Integrado para a Amazônia a ser executado pela Empresa com recursos do Fundo Amazônia (BNDES). O resultado foi à construção colaborativa da indicação de cidades e assentamentos na região de Marabá que serão beneficiados pelas ações do projeto, assim como quais instituições serão parcerias na execução em cada uma das atividades previstas.

O encontro deu continuidade a uma oficina anterior que levantou as demandas da região, área de influência do Núcleo de Apoio a Pesquisa e Transferência de Tecnologias (NAPT Sudeste do Pará), da Embrapa, realizada no mês de setembro. De acordo Sílvio Brienza Júnior, chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Amazônia Oriental, um grande diferencial dessa construção do projeto é que todas as decisões, das demandas de ações e tecnologias às formas de execução, passando pela escolha do território, público alvo e parceiros, estão sendo construídas de forma participativa com todos os atores sociais da região. "Não é um projeto da Embrapa, mas um esforço conjunto de unir ações e as potencialidades das diversas instituições e movimentos sociais estabelecidos e atuantes na região, para promover soluções tecnológicas e fortalecer ações concretas para o desenvolvimento local", explicou Brienza.

Desta forma a Embrapa fortalece sua atuação em Marabá e a aproximação das instituições e setor produtivo local, valorizando ainda o trabalho desenvolvido pelo NAPT e a interiorização da Empresa.

A oficina de concertação para a formalização de parcerias institucionais apresentou as demandas elencadas em setembro em cada um dos quatro arranjos contemplados pelo Projeto Integrado para a Amazônia, sendo eles: monitoramento do desmatamento e da degradação florestal e serviços ecossistêmicos; restauração, manejo florestal e extrativismo; tecnologias sustentáveis para a Amazônia; e aquicultura e pesca.

Para cada um dos arranjos, foram eleitas ações prioritárias que serão alinhadas ao projeto e respectivos parceiros. Um dos consensos do grupo foi que para além de trazer soluções tecnológicas da Embrapa, os projetos devem incidir na valorização e fortalecimento de atividades e instituições que já existem na região, como a validação de tecnologias locais, o diálogo com os saberes tradicionais, entre outros.

Um exemplo dessa articulação foi a indicação da adaptação de projetos de hortaliças desenvolvidos pelo Campus Rural do Instituto Federal do Pará de Marabá (IFPA) em Unidade de Aprendizagem (UA), unindo as tecnologias em curso, com as preconizadas pela Embrapa. O campus existe há oito anos na região e está localizado dentro de área de assentamento, tendo como alunos, em sua grande maioria, filhos dos trabalhadores rurais assentados.

O professor do IFPA Claudionisio Araújo explicou que o instituto atua direta e indiretamente com cerca de 150 dos mais de 500 assentamentos que existem na região e lembrou que o sudeste paraense abriga o maior numero de assentamentos do Brasil. "Trabalhamos com a pedagogia da alternância, na qual os alunos tem o tempo escola, tempo propriedade, e desta forma, conseguimos disseminar as tecnologias, adapta-las às realidades locais e ao mesmo tempo, captar as demandas regionais", enfatizou o professor. A instituição é uma das dezenas de parcerias potenciais, entre órgãos governamentais, Sebrae, secretarias municipais, ONGs e representações de trabalhadores rurais, que estão participando da construção dos projetos.

Próximos passos

Alinhadas as demandas e parceiros após dois dias de intensos debates, a próxima etapa é a formalização dos projetos, em cumprimento aos protocolos internos para Embrapa, para se possa então acessar os recursos disponibilizados pelo BNDES via Fundo Amazônia, explanou Sílvio Brienza Júnior.

Ele avaliou com otimismo a participação de um grande e significativo número de instituições nas oficinas, em especial, instituições de ensino, como as universidades, Escola Família Agrícola e IFPA, pois nesses espaços que ocorrem a formação dos futuros profissionais, permitindo a potencialização dos recursos em treinamentos, como cursos de capacitação e dias de campo, mas com uma perspectiva de maior efetividade de adoção e disseminação das tecnologias.

Projeto Integrado da Amazônia

A Embrapa e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram em abril deste ano um acordo de cooperação técnica para a promoção do desenvolvimento da região Amazônica. O BNDES repassará para o Projeto Integrado da Amazônia R$ 33 milhões provenientes do Fundo Amazônia, visando à disseminação de tecnologias para o desenvolvimento da região a partir de atuação coordenada de 12 centros de pesquisa da Embrapa.

O Fundo Amazônia atua para a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável no bioma amazônico.

As 12 unidades da Embrapa envolvidas no projeto, além das atuantes no Norte, envolvem as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. São elas: Embrapa Acre, Embrapa Amapá, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Rondônia, Embrapa Roraima, assim como Embrapa Pesca e Aquicultura, Embrapa Meio Norte, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Cocais, Embrapa Monitoramento e Embrapa Meio Ambiente.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

Contatos para a imprensa

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Mais informações sobre o tema
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