09/12/16 |   Produção animal  Agricultura de Baixo Carbono

Carta ao leitor - Pecuária sustentável

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Durante cinco anos, mais de 350 cientistas da Embrapa e de instituições parceiras, nacionais e internacionais, que integram a rede de pesquisa Pecus, estudaram a dinâmica de gases de efeito estufa na pecuária em cada um dos biomas brasileiros − Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. 

Os resultados dos estudos mostram que, ao contrário do que é propagado, a atividade emite menos Gases de Efeito Estufa (GEEs) do que o estimado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). E mais: sistemas com animais têm se tornado cada vez mais sustentáveis e são capazes, até mesmo, de retirar carbono da atmosfera se manejados com técnicas adequadas.

Esta edição da revista   XXI – Ciência para a Vida traz outra boa notícia para a pecuária. Um antibiótico nanoestruturado é a nova arma descoberta por pesquisadores para o combate às bactérias causadoras da mastite em rebanhos leiteiros. Acredita-se que uma em cada quatro vacas seja acometida pela doença pelo menos uma vez ao longo da sua vida produtiva, e os impactos – produção reduzida, descarte do leite e de animais e custos com tratamento – chegam a alcançar até 10% do faturamento das propriedades.  Para os pesquisadores, inimigo de tal natureza precisava mesmo de um opositor forte como o oferecido pela nanotecnologia, que tem revolucionado a farmacologia, dentre várias outras áreas.

Assim como a emissão de GEEs preocupa cientistas da Rede Pecus, também tem mobilizado outros dispostos a entender os efeitos das mudanças climáticas na produção e na qualidade do café arábica. No caso específico, investigam como o aumento da concentração do dióxido de carbono (CO2) e a escassez de água interferem no crescimento vegetativo e reprodutivo da planta. Os estudiosos têm como base o fato de que o aroma e o sabor do café são atribuídos a compostos formados durante o desenvolvimento dos grãos e a qualidade é afetada por fatores ambientais.

Como conviver com altas temperaturas e falta de água? Na matéria da editoria Sustentabilidade, não são as mudanças climáticas o foco, e sim a capacidade de sobrevivência das plantas da Caatinga em condições tão adversas. Suas estratégias de adaptação, como um ensinamento, atraem a atenção da ciência interessada em ampliar o conhecimento sobre o bioma e identificar potencialidades para novos usos da biodiversidade, de forma sustentável.

A busca por alternativas que beneficiem a agroindústria e a história de um inventor movido pela inquietação preenchem também as páginas da revista. No primeiro caso, a parceria entre um pesquisador e um industrial resultou no desenvolvimento de novos produtos de qualidade para o consumidor final.  No segundo, em um sistema automático para irrigação por gotejamento, que depende, para seu funcionamento, apenas da luz do sol.

Inquietação talvez possa definir também a trajetória profissional do nosso entrevistado, o cientista-chefe da IBM, Fábio Gandour, que deu vazão à sua veia de pesquisador e hoje se aprofunda na compreensão de um mundo desenhado pela revolução digital. Fechando as páginas da edição, Emilson Queiroz, editor da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), comemora os 50 anos do periódico, testemunha de outra revolução, a da agricultura brasileira nas últimas décadas, possível graças àqueles que se dedicaram a fazer ciência.

Boa leitura!

—— Os editores

Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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