31/01/14 |   Florestas e silvicultura  Recursos naturais

Dia de Campo na TV - Sistemas agroflorestais na Amazônia

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Este programa foi ao ar no dia 31 de janeiro de 2014.

O Sistema Agroflorestal, também chamado de SAF, promove a integração de florestas com agricultura para produção de alimentos numa mesma área. A legislação brasileira estimula a utilização dos SAFs para a recomposição florestal e recuperação de áreas degradadas. Com isso, a adoção da tecnologia tende a aumentar em todo o País.

SAFs que se destacam no Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia são enfocados neste Dia de Campo na TV - DCTV, com depoimentos de agricultores, técnicos, pesquisadores e representantes de cooperativas e de agroindústrias, totalizando 14 entrevistados. A reportagem principal tem 15 minutos de duração, dividida em duas partes intercaladas por debate em estúdio com os pesquisadores Osvaldo Ryohei Kato e Tadário Kamel de Oliveira, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) e Embrapa Acre (Rio Branco/AC), respectivamente. Além destes centros de pesquisa, outros dois, Embrapa Amapá (Macapá/AP) e Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM) também produziram este DCTV em parceria com a Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF).

Os sistemas agroflorestais são aplicáveis em qualquer bioma de qualquer região do Brasil, em pequena ou em grande escala produtiva. No maior bioma do Brasil - a Amazônia -, os SAFs se firmam como alternativa de produção sustentável na região. Além de promoverem a conservação ambiental, tornam possível melhorar a qualidade de vida das comunidades rurais, com segurança alimentar e geração de trabalho e renda o ano todo.

Outros benefícios podem ser citados. SAF é sistema de emissão de baixo carbono. Promove serviços socioambientais, conserva a biodiversidade, recupera áreas alteradas, diminui gases de efeito estufa, reduz o avanço do desmatamento e das queimadas, melhora a qualidade do solo, diminui a incidência de pragas e doenças, reduz o uso de defensivos e permite a produção de alimento mais saudável.

CENÁRIOS

Na Amazônia, o encontro dos saberes tradicionais com a criatividade dos agricultores e a pesquisa científica produz cenários agroflorestais com arranjos produtivos altamente diversificados e vantajosos - tanto no aspecto socioeconômico como no ambiental.

No Pará estão os SAFs mais antigos da Amazônia, iniciados por descendentes de imigrantes japoneses como alternativa aos monocultivos da pimenta-do-reino atacados por fusariose - doença causada por fungo detectado no solo dos pimentais do Pará no final dos anos 1950. Os primeiros SAFs foram implantados na década seguinte, em Tomé-açu, município onde extensas coberturas agroflorestais dominam a paisagem.

Outros SAFs se destacam na Amazônia, como no Amazonas, entre assentados rurais que recuperam áreas degradadas; nas várzeas do estuário amazônico no Amapá; em Rondônia, onde migrantes adotaram os SAFs para conseguirem se fixar no campo; entre os agricultores familiares paraenses que fazem extensão dos quintais e investem em serviços ambientais. Experimentos com orgânicos também se sobressaem, assim como o cooperativismo e o investimento em agroindústria para agregação de valor aos produtos cultivados em sistemas agroflorestais.

RECOMENDAÇÕES

Uma agrofloresta tem arranjos produtivos que variam conforme a região, a viabilidade econômica das espécies e a preferência do agricultor. "Mas o produtor precisa conhecer o mercado do produto de sua preferência pra poder ter a garantia de que vai produzir e vai gerar renda daquela atividade. Além disso, é importante se utilizar material conhecido, indicado pela pesquisa. Se para alguma espécie ainda não existirem resultados de pesquisa, o agricultor vai utilizar os materiais de maior potencial de produção que ele próprio já conhece no desenvolvimento da atividade", ressalta o pesquisador Osvaldo Ryohei Kato, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA).

Por ser um sistema de uso permanente da terra, o SAF exige estratégia de implantação que permita produção o ano inteiro, desde o primeiro ano até a estabilização do sistema, com geração de renda a curto, médio e longo prazo.

"Dentre os fatores para reduzir o risco na implantação de sistemas agroflorestais está o planejamento. A escolha das espécies é muito importante para se garantir diversidade da produção e produção contínua ao longo do ano. Com isso, o produtor vai priorizar culturais anuais nos primeiros anos do sistema, posteriormente frutíferas e depois as espécies arbóreas, muitas vezes para exploração de madeira ou de produtos não-madeireiros, como óleo, sementes e produtos medicinais", orienta o pesquisador Tadário Kamel de Oliveira, da Embrapa Acre (Rio Branco/AC).

Saiba como sintonizar.

No site http://www.embrapa.br/diacampo você acessa a grade completa da programação, além de reportagens dos programas.

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

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