COP-18: agricultura sustentável como meta do REDD+
COP-18: agricultura sustentável como meta do REDD+
O relatório com informações científicas de importância mundial para o futuro climático do planeta e conservação das florestas, que foi finalizado em Belém (PA) há três meses, foi lançado na 18ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-18), que se encerra nesta sexta-feira (7) em Doha, capital do Catar.
O documento "Entendendo as relações entre biodiversidade, carbono, florestas e pessoas: a chave para cumprir os objetivos do REDD+" é fruto do trabalho de 24 cientistas internacionais integrantes do "Painel de especialistas em Biodiversidade, Manejo Florestal e REDD+", entre os quais a brasileira Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, onde ocorreu a reunião para redação final do relatório.
Joice é autora de dois capítulos, sendo um deles sobre intensificação sustentável da agricultura, considerada no relatório uma ação chave para o sucesso do REDD+, sigla mundialmente utilizada para o mecanismo de conservação de florestas denominado "Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação".
O REDD+ agrega um conjunto de ações de proteção de florestas com o objetivo principal de reduzir emissões de gases de efeito estufa e aumentar estoques de carbono em países em desenvolvimento. Criado em 2005, com a sigla RED, indicava apenas medidas para reduzir desmatamento. Depois passou a ser REDD (com um "d" a mais), considerando também degradação florestal. O sinal "+" foi acrescido para incluir medidas que acelerem a recuperação dos estoques do carbono, como manejo sustentável de florestas e a regeneração de florestas.
Os cientistas propõem a inclusão de programas de agricultura sustentável no conjunto de ações do REDD+. "A melhora das práticas agrícolas reduz a necessidade de novos desmatamentos e a degradação florestal", comenta a pesquisadora, ao salientar que não é mais possível pensar em conservar florestas sem considerar o fator agrícola como parte do problema e também da solução. A proteção da biodiversidade e a redução da pobreza nas comunidades rurais vêm também sendo incluídas nas metas do REDD+, expandindo assim o foco do mecanismo para além do carbono.
A interação entre estes diferentes fatores – carbono, biodiversidade e comunidades rurais - é o mote do relatório que considera essa visão múltipla essencial para o sucesso dos programas. O relatório - coordenado pela IUFRO, sigla em inglê para União Internacional das Instituições de Pesquisas Florestais - reuniu de forma integrada e completa informações científicas para subsidiar tomadores de decisao, políticos, bem como potenciais doadores e investidores financeiros do REDD+.
Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental
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