08/12/16 |   Produção animal

PoloGen e Emater/RS promovem o II Encontro de Pecuaristas Familiares

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Foto: Fernando Goss

Fernando Goss -

Produtores rurais e técnicos da Emater/RS participaram do II Encontro de Pecuaristas Familiares realizado na quarta-feira (07/11) na Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS). Promovido pelo Polo de Excelência Genética em Raças Taurinas (PoloGen) e pela Emater/RS, o objetivo do evento foi apresentar resultados do projeto de apoio ao melhoramento genético entre pecuaristas familiares do estado do Rio Grande do Sul, além da capacitação dos produtores em temas relevantes para a produção pecuária.

 A pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul e coordenadora do PoloGen, Bruna Sollero, ressaltou que uma das estratégias do polo para disseminar as raças europeias é propiciar a pecuaristas familiares acesso a material genético de touros jovens destaques em programas de avaliação e provas de desempenho. Nesse sentido, em 2014 iniciou-se um programa de distribuição de sêmen para produtores familiares do município de Santo Antônio das Missões, em parceria com a Emater/RS. O material genético distribuído é de touros vencedores das Provas de Avaliação a Campo (PAC) da Embrapa das raças Hereford, Braford e Angus.

Posteriormente, o programa foi expandido para os municípios de Caçapava do Sul e Cacequi e nesta estação de monta, estão participando também produtores de Butiá, São Francisco de Assis, Santana do Livramento, São Borja e São Martinho da Serra. "Iniciamos o programa com a distribuição de 215 doses e nesse ano vamos chegar a mais de 1,8 mil doses entregues para produtores familiares", ressaltou Bruna. Além da distribuição de sêmen, a Embrapa e a Emater/RS propiciam a capacitação destes produtores, tanto para a inseminação artificial quanto para o acompanhamento dos terneiros nascidos. "O retorno dos dados pelos produtores é importante para a pesquisa e potencialmente para os programas de melhoramento genético das raças, pois podem abastecer o banco de dados com informações sobre as progênies desses touros jovens".

O programa está também avaliando o desempenho dos terneiros nascidos. Em 2015 foram acompanhados 71 terneiros e em 2016 mais de 100, de 16 propriedades que participam da iniciativa. Foi detectado ganhos médios de peso do nascer à desmama de mais de 800 gramas em algumas propriedades. "Percebemos que existe uma grande variação entre as propriedades, que são decorrentes principalmente de questões relacionadas ao ambiente, como nutrição e manejo sanitário. Um dos objetivos desse encontro foi justamente trazer mais informações sobre manejo, com o intuito de melhorar o trabalho nas propriedades", afirmou Bruna Sollero.

O produtor José Maria de Oliveiras, de Santo Antônio das Missões participa da iniciativa desde o seu início e já contabiliza resultados positivos. "Os terneiros comercializados da primeira inseminação, apresentaram em média 30 quilos a mais que o restante, representando mais lucro com a venda", disse o produtor. Com um rebanho de cerca de 80 vacas em uma propriedade de 200 hectares, Oliveira vai participar pelo terceiro ano do programa e garante que pretende continuar investindo no melhoramento genético de seus animais. Já o produtor Paulo Selso Pazinato Zago, de Caçapava do Sul, vai receber pela primeira vez o material genético do PoloGen nesse ano. A expectativa, além de aumentar o ganho de peso dos terneiros vendidos, é também padronizar seu rebanho com animais da raça Hereford. "Já participei de uma capacitação em inseminação artificial, da Emater e da Embrapa e espero melhorar o meu rebanho com o sêmen que vou receber".

Palestras – Durante o II Encontro de Pecuaristas Familiares, foram apresentadas palestras para produtores e técnicos, visando repassar informações de manejo que podem contribuir com um melhor desempenho da atividade pecuária. O pesquisador Fernando Flores Cardoso falou sobre melhoramento genético em rebanhos comerciais. Segundo ele, para se fazer um melhoramento em um rebanho é preciso considerar dois fatores, a genética e o ambiente. A interação entre esses dois fatores é essencial para o sucesso da pecuária, ressaltando que a genética vem de animais já testados e questões relacionadas ao ambiente, como alimentação e manejo sanitário, são fundamentais para melhorar o desempenho do rebanho. "Antes de fazer melhoramento, o produtor precisa saber o que precisa melhorar dentro do seu sistema de produção e também o que o mercado está demandando. Ou seja, antes de qualquer iniciativa é preciso planejamento", afirmou Cardoso.

Já o pesquisador Alessandro Minho, falou sobre o manejo sanitário em pecuária de corte. Segundo ele, as perdas causadas por problemas de sanidade, como os causados por endo e ectoparasitas, ainda são enormes e que se o produtor não tiver os cuidados necessários pode levar até a desistência da atividade. Uma das questões abordadas pelo pesquisador foi o uso correto de medicamentos, evitando que a resistência a antiparasitários se instale na propriedade. "Quanto menos medicamento melhor. O produtor precisa utilizar os princípios químicos existentes de forma adequada para que eles tenham a eficiência esperada e não causem a resistência".

O manejo de espécies forrageiras foi outro tema abordado, com a palestra da pesquisadora Márcia Silveira. Segundo ela, o produtor tem que saber atender as exigências das plantas para que os animais tenham disponibilidade de alimentos de acordo com as suas necessidades. "A escolha de forrageiras adequadas a sua região e clima, o manejo de entrada e saída de animais em pastagens, o descanso do campo nativo em certos períodos, são algumas práticas de manejo que o produtor deve utilizar para maximizar o desempenho dos animais".

Para finalizar o evento, o analista da Embrapa Roberto Collares falou sobre as Provas de Avaliação a Campo (PAC) realizadas na instituição. O objetivo da PAC é comparar, dentro de um mesmo ambiente físico, reprodutores de diferentes criatórios do sul do Brasil, com a finalidade de identificar animais superiores em termos de genética, para produção de carne em sistema de pastejo. Os animais permanecem nos campos experimentais por cerca de oito meses e convivendo em um mesmo ambiente e com mesma oferta de alimentos, tornando possível avaliar quais são superiores a partir de parâmetros pré-estabelecidos. "É o material genético dos touros vencedores dessas provas que produtores familiares estão recebendo. Ou seja, sêmen de touros jovens de elite e já testados a campo", finalizou Collares.  

Fernando Goss (MTBb 1065- SC)
Embrapa Pecuária Sul

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