21/11/12 |   Produção vegetal  Transferência de Tecnologia

Embrapa lança projeto com dez tecnologias para a pipericultura

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A cultura da pimenta-do-reino (pipericultura) no Pará (maior produtor e exportador nacional) vai receber uma "injeção" tecnológica concentrada, com as atividades de um novo projeto da Embrapa Amazônia Oriental, a ser lançado em Bragança (PA), nesta sexta-feira (23).

O projeto reúne dez boas práticas já existentes e recomendadas pela pesquisa. No conjunto, as tecnologias disponíveis aumentam a produção e a longevidade do cultivo, além de melhorarem a qualidade do produto final, tornando a pipericultura mais rentável e competitiva para exportação.

O líder do projeto, pesquisador Oriel Filgueira de Lemos, informa que o projeto "Adoção de boas práticas para aumento da produtividade e qualidade da pimenta-do-reino no Estado do Pará" será executado pela Embrapa em estreita parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará - Emater/PA, que fará a tansferência de tecnologia diretamente ao agricultor familiar.

O trabalho contará com a participação dos órgãos fiscalizadores Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará - Adepará e Secretaria Federal da Agricultura, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao qual a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa também é vinculada. Há parceria também com a Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Pimenta-do-reino (Abep) e dos próprios agricultores familiares onde as unidades de transferência de tecnologia serão instaladas. 

As capacitações técnicas vão ocorrer nos três pólos principais de produção de pimenta-do-reino no Pará (Baião, Capitão Poço e Tomé-Açu). A publicação de cartilha e de mini-fôlderes de cada tecnologia, além de programa radiofônico e vídeo, vão apoiar a divulgação e transferência das dez tecnologias.

Panorama da pipericultura

O Brasil é um dos principais produtores de pimenta-do-reino (Piper nigrum L.), oscilando entre o terceiro e o quarto lugar entre os outros três países produtores: Vietnam, Indonésia e India. No período de um ano entre agosto de 2011 e agosto de 2012, as divisas brasileiras com a cultura ultrapassaram 200 milhões de dólares, com 50 mil toneladas exportadas e área plantada de 20 mil hectares. 

O Pará representa 80% da área plantada no País, sendo o maior produtor nacional, antes do Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, mas a média de produtividade é inferior a 2,5 quilos de pimenta preta por planta.

"No entanto, já existem tecnologias disponíveis que permitem obter uma produção superior a 3,5 quilos de pimenta preta por planta e aumentam a longevidade de cultivo. Esta realidade expressa a necessidade de toda a cadeia produtiva adotar práticas agrícolas que aumentem a produtividade e a qualidade do produto", argumenta Oriel Lemos.

Quanto à qualidade, a pesquisadora Marli Poltronieri, integrante do projeto, lembra que a adoção de boas práticas na colheita e pós-colheita, em etapas como processamento (debulha), secagem, armazenamento e comercialização, evitam a depreciação do produto por contaminações físicas, químicas e biológicas. "Isso torna a pimenta-do-reino mais competitiva e livre de barreiras comerciais perante o mercado internacional", ressalta a pesquisadora.

A partir destas constatações, a Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA) desenvolveu o projeto "Adoção de Boas práticas para aumento da produtividade e qualidade da pimenta-do-reino", envolvendo órgãos governamentais e entidades de classe vinculados à cadeia produtiva.

A equipe do projeto é composta por pesquisadores, analistas e assistentes da Embrapa, técnicos da Emater-PA, fiscais de defesa agropecuária da Adepará e da SFA/Mapa, representantes da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Pimenta-do-reino (Abep) e produtores.

Izabel Drulla Brandão (MTb 1084/PR)
Embrapa Amazônia Oriental

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