Mais um curso - o sétimo de uma série iniciada em 2007 e o segundo de uma nova fase - de capacitação em sistemas de tecnologia agroflorestal começou neste domingo (18), no Pará. Com duração de 20 dias e participação de técnicos de quatro países da Pan-Amazônia, as atividades vão transcorrer em Belém e outros seis municípios: Santa Bárbara, Mosqueiro, São Domingos do Capim, Castanhal, Vigia e Tomé-Açu.

O modelo de cultivo conhecido como Sistema Agroflorestal (SAFs) representa, basicamente, a junção de espécies florestais e de culturas agrícolas em um mesmo sistema de cutivo. É considerada alternativa estratégica de uso sustentável da terra em propriedades rurais na Amazônia.

"De tão demandadas por técnicos dos países da Pan-Amazônia,  pela importância do tema e pelo sucesso obtido nas primeiras cinco edições, ao final do convênio o próprio órgão internacional financiador fez questão de manter a parceria e desde 2011 entramos em uma nova fase de capacitaçãoes", situa o pesquisador Delman Gonçalves, que, até o ano passado, havia coordenado o evento seis vezes.

A pesquisadora Socorro Ferreira, atual coordenadora, destaca o efeito de intercâmbio multiplicador do curso. "Este ano teremos alunos do Peru, Equador e Colómbia, além do Brasil. Todos relatam experiências pessoais com SAFs, absorvem o que vêm na prática de campo e estudam na teoria. A troca de saberes é concentrada e intensa e, de volta a seus locais de origem, os técnicos podem dar continuidade à transferência de tecnologias junto a produtores, disseminando cada vez mais os conceitos e as práticas em torno dos SAFs, facilitando a sua adoção", diz ela.

Os técnicos salientam, também, a necessidade de desenvolver políticas públicas que promovam a adoção desses sistemas de uso da terra na Amazônia, pois são recomendados para a recuperação de áreas alteradas na região, contribuindo para o desenvolvimento rural e, ao mesmo tempo, para redução do desmatamento.

A programação deste "2º Curso Internacional de Capacitação em Sistemas de Tecnologia Agroflorestal" prevê visitas técnicas a propriedades com sistema de permacultura (em Santa Bárbara), manejo de SAFs na agricultura familiar (São Domingos do Capim), pastagem ecológica (Castanhal), SAFs comerciais e experimentais (Tomé-Açu), entre outras práticas de campo.

O curso é financiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), órgão do governo japonês, em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, planejado e executado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com apoio da Universidade Federal da Amazônia (UFRA).