As conquistas da pesquisa em recursos genéticos para a agropecuária e os desafios futuros foram o tema da palestra da manhã desta quarta-feira (26), segundo dia de programação do II Congresso Brasileiro de Recursos Genéticos. O tema foi abordado pelo diretor-executivo de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que tratou das contribuições que agropecuária pode oferecer a uma futura economia verde.

Segundo o dirigente, as transformações e ganhos de produtividade alcançados pela agropecuária brasileira nas últimas décadas não deixaram de lado práticas conservacionistas. "Nesse aspecto, não conheço um país no mundo que consegui fazer essa revolução caminhando ou dando passos firmes na direção da sustentabilidade como o Brasil", afirmou. Como exemplo, Maurício Lopes citou como caso emblemático o sistema de plantio direto na palha, que saltou de quatro para 30 milhões de hectares de áreas cultivadas em 20 anos. Já para os desafios atuais de buscar uma intensificação sustentável da agropecuária e evitar a incorporação de novas áreas, um dos exemplos são os sistemas integrados de produção. "O que obviamente apresenta desafios à pesquisa sobre quais espécies, cultivares, características que devem ser levadas para esses sistemas mais complexos", enfatizou.

Em relação às preocupações com o futuro, Maurício Lopes apontou o cenário de mudanças climáticas, que devem ter maiores impactos nos trópicos, bem como a questão da água, que exigirá a busca de genótipos e materiais genéticos mais eficientes no uso desse recurso escasso. "Cerca de 70% da água utilizada hoje pela humanidade é consumida na agricultura", disse.

O II CBRG é promovido pela Embrapa Amazônia Oriental e pela Sociedade Brasileira de Recursos Genéticos. O evento segue com programação de palestras, mesas-redondas, minicursos até quinta-feira (27). Na sexta-feira (28), os participantes poderão optar por visitas técnicas à ilha do Marajó, aos bancos de germoplasma da sede da Embrapa Amazônia Oriental ou ao Museu Paraense Emílio Goeldi.