18/07/14 |   Produção animal

Artigo: Sintomas, prejuízos e medidas preventivas sobre tuberculose bovina

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A tuberculose bovina é uma doença causada por Mycobacterium bovis que afeta, principalmente, bovinos e búfalos. Ela se torna crônica nos animais e é transmissível para o homem. Nos bovinos, a doença causa lesões em diversos órgãos e tecidos, como pulmões, fígado, baço e até nas carcaças. Podem ser encontradas também lesões no úbere das vacas. Dependendo da fase da infecção, os animais podem exibir emagrecimento acentuado e tosse, mas, muitas vezes, as alterações da tuberculose não são perceptíveis aos produtores.
 
No homem, a maioria dos casos ocorre em jovens e resulta da ingestão ou manipulação de leite contaminado. Os trabalhadores rurais podem se infectar inalando perdigotos (aerossóis) de bovinos infectados, desenvolvendo a tuberculose pulmonar. 
 
A doença causa diversos prejuízos ao pecuarista, dentre eles a queda na produção de leite. Em casos avançados de tuberculose, há perdas também na produção de carne. Outra perda relevante refere-se à condenação de carcaças com lesões de tuberculose no abatedouro. 
 
Embora não seja quantificável, um aspecto importante é a estigmatização das propriedades com tuberculose, já que existe um receio (justificável) das pessoas em consumirem produtos de fazendas em que foi comprovada a presença de tuberculose. 
 
Para quem exporta produtos de origem animal, a tuberculose é um grande problema, porque crescem as exigências sanitárias dos países importadores, que impõem, cada vez mais, restrições às propriedades com tuberculose. Estima-se que as perdas anuais com a tuberculose bovina no mundo girem em torno de 3 bilhões de dólares. 
Medidas Preventivas
 
Não existe vacina nem tratamento para a tuberculose bovina, portanto a prevenção da entrada da doença é a chave do controle.
 
O produtor deve ter o cuidado de adquirir apenas animais negativos ao teste intradérmico para tuberculose. Quando os animais não tiverem esse teste, o produtor deve solicitar o exame a um médico veterinário habilitado antes de realizar a compra.
 
Controle da tuberculose bovina mediante a normativa do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal, com a identificação e eliminação de animais infectados.
 
Em propriedades em que for diagnosticada a tuberculose, o proprietário deve fazer o teste nos animais, mediante um médico veterinário habilitado, o qual efetuará a marcação a ferro candente no lado direito da cara dos animais positivos com um "P", a notificação à defesa sanitária e o descarte dos mesmos, em até 30 dias, segundo a legislação vigente, em estabelecimento sob serviço de inspeção oficial, indicado pelo serviço de defesa oficial federal ou estadual.
 
Na impossibilidade de sacrifício em estabelecimento sob serviço de inspeção oficial, indicado pelo serviço de defesa oficial federal e estadual, os animais serão destruídos no estabelecimento de criação, sob fiscalização direta da unidade local do serviço de defesa oficial, respeitando procedimentos estabelecidos pelo Departamento de Defesa Animal.
 
Não se deve ingerir leite e derivados crus. Esses são veículos de diversas doenças, incluindo tuberculose.
 
Para saber mais 
Consulte o manual técnico do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) disponível no endereço abaixo:
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20sanidade%20brucelose/Manual%20do%20PNCEBT%20-%20Original.pdf
 
 

Flábio Ribeiro de Araújo
Embrapa Gado de Corte

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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