Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas faz readequações em 2016 e planeja mudanças para safra 2017/2018
28/12/16
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Manejo Integrado de Pragas
Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas faz readequações em 2016 e planeja mudanças para safra 2017/2018
Foto: Paulo Lanzetta
A população de mosca-das-frutas nesta safra foi considerada alta, embora se mantenha estável. A preocupação da pesquisa está na disposição do inseto em ocupar outros hospedeiros, no caso, outras frutíferas que virão à frente no período de outono-inverno de 2017
O programa Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas - monitoramento da presença do inseto nos pomares de pessegueiro da Metade Sul - coordenado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) e instituições parceiras, encerrou seu período de divulgação de dados nesta semana. Uma avaliação das atividades foi feita pelo pesquisador Dori Edson Nava, um dos responsáveis pela atividade, que falou das readequações enfrentadas em 2016 e, também, da programação planejada para 2017.
O programa de monitoramento Sistema de Alerta da Mosca-das-Frutas para a cultura do pessegueiro, no seu sexto ano de funcionamento, sofreu, nesta edição, uma readequação em sua estratégia de atuação: as unidades de observação foram reduzidas, de 11 para quatro, devido a um corte de recursos financeiros e de mão-de-obra. "Contamos, neste ano, com produtores que fazem o monitoramento e se responsabilizam pela coleta e contabilizam os dados", explicou o pesquisador.
Nesta edição, o Sistema de Alerta oficialmente atuou nas estações instaladas no Rincão da Cruz, na Colônia Santa Áurea, ambas em Pelotas/RS; na Colônia Colorado, em Morro Redondo/RS; e nos campos experimentais da Sede da Embrapa Clima Temperado.
Outra modificação foi feita quanto à forma de divulgação dos dados. Diferentemente de outros anos, os boletins informativos foram divulgados pela internet e redes sociais, não tendo distribuição impressa.
Resultados
Quanto a avaliação do controle de insetos, os resultados até o mês de novembro passado indicam que a população ficou bem reduzida, mas após a chegada do mês de novembro, as moscas reagiram com maior intensidade. "Este aumento está mais relacionado ao clima, aos fatores abióticos em relação às moscas. Outro detalhe está na presença de temperaturas baixas, mesmo após o término do período de inverno", observou Dori Edson. Segundo ele, nesta época, os insetos se mantiveram com a população alta, chegando a coletar cerca de 300 mosca-das-frutas por armadilha numa semana. "A população está estável, mas a quantidade de insetos capturados é considerada alta", reforçou o pesquisador.
Para Dori Edson a preocupação está voltada de como será o foco para a próxima safra, já que ao ter um novo período de inverno à frente, a população de moscas existente é preocupante para início da safra 2017/2018. "A mosca-das-frutas usa a sucessão de hospedeiros, ou seja, ela é capaz de passar de uma frutífera para outra, e nos meses de outono-inverno temos em produção butiás, araçás, pitangas, nêsperas e citros que estarão em alta e poderão ser alvo do ataque desse inseto", falou o pesquisador. Por isso, ele chamou a atenção para que o agricultor permaneça com seu manejo de monitorar e aplicar isca tóxica, quando necessário.
Embora a população de mosca-das-frutas tenha se mantido alta, os frutos não foram perdidos por estarem "bichados". Isso indica também que o agricultor utilizou o controle e o manejo necessários.
Mesmo atingido o sexto ano de funcionamento do programa, e com muitas coisas a melhorar, a relação de parceria é apontada pelo pesquisador Dori Edson com um ponto forte de comprometimento das secretarias municipais de Canguçu, Pelotas e Morro Redondo, dos sindicatos rurais desses municípios, dos escritórios municipais da Emater-RS/Ascar; da UFPel, e dos representantes das associações de produtores rurais e da indústria conserveira.
As estimativas de produção de frutos, nesta safra 2016/2017, está prevista entre 55 e 60 milhões de latas de pêssegos. "Uma produção considerada alta, mas os frutos considerados com tamanhos reduzidos pelo fato de que os agricultores não conseguiram fazer o manejo do raleio no período recomendado", antecipou Dori Edson. Os preços pagos, em geral, ao agricultor pela indústria giraram em torno de 1 real/kg do pêssego tipo B; e 1,2 reais/kg o pêssego tipo especial. "A produção de 55 milhões de latas será absorvida pelo mercado interno brasileiro e possivelmente não haverá concorrência com o pêssego importado, devido à alta do dólar. Provavelmente também haverá pequenas quantidades sendo exportadas para países da América do Sul", analisou Dori Edson.
Planejamento safra 2017/218
O programa Sistema de Alerta Mosca-das-Frutas para a cultura do pessegueiro irá realinhar algumas atividades ao contar com um maior apoio das secretarias municipais dos municípios envolvidos com a finalidade de ter maior inserção nos pomares das propriedades rurais. "Vamos dedicar um esforço para dar acesso aos agricultores de uso de um aplicativo com dados de comportamento da mosca-das-frutas e de orientações para realização de tratos fitotécnicos", esclareceu o pesquisador. No primeiro trimestre de 2017 será feita uma avaliação junto aos agricultores e instituições participantes do programa Sistema de Alerta e será proposto fazer uma grande reunião de atualização dos agricultores sobre o manejo da mosca-das-frutas na cultura do pessegueiro.
Cristiane Betemps (MTb 7418-RS)
Embrapa Clima Temperado
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