Ao contrário do que pensam muitos produtores brasileiros, os fundamentos da técnica chamada de Agricultura de Precisão (AP) podem ser empregados em pequenas propriedades, como mostra neste sábado (02/08), às 10h30, o pesquisador Ricardo Inamasu, no auditório da Agrifam,  em Lençóis Paulista (SP).

"É um equívoco considerar que o sistema  é destinado só a grandes grupos. A técnica pode ser empregada em pequenas propriedades, porque o produtor pode usar como ferramenta apenas uma prancheta na mão", diz o coordenador da Rede de Agricultura de Precisão e pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP).

A AP é encarada como um sistema de gestão da lavoura que leva em conta a variabilidade espacial da propriedade para aumentar o retorno econômico e reduzir o impacto ao meio ambiente. Além do conceito,  Inamasu vai apresentar o conceito da técnica adotado pela Embrapa, história e traçar um panorama do emprego no Brasil, além das pesquisas realizadas pela rede.

Um levantamento realizado pela Embrapa, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), e divulgado em maio deste ano apontou que 53% dos responsáveis por propriedades rurais das principais regiões agrícolas do Brasil empregam a técnica de AP. Os questionários foram aplicados a 301 participantes de seminários sobre Agricultura de Precisão, promovidos pelo Senar, entre 10 de setembro e 13 de novembro de 2012.

A sondagem revelou, entre outros, que o produtor  é cultivador de grandes extensões de terras, com as propriedades variando de tamanho, de acordo com a região do país, sendo a menor acima de 250 ha no Sul e a maior, acima de 5.500 ha no Nordeste. "Já está na hora dos agricultores, mesmos os de escala familiar perceberem que também podem adotar a agricultura de precisão como forma de gestão e obter o benefício do conhecimento, pois é baseado no bom senso", afirma Inamasu.

Rede AP

A Embrapa criou, em 2009, a Rede Agricultura de Precisão, envolvendo 20 Centros de Pesquisa da Empresa e mais de 50 parceiros, como empresas, instituições de pesquisa, universidades e produtores rurais. São mais de 200 pesquisadores e 15 unidades experimentais distribuídas nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, com pesquisas em 11 culturas perenes e anuais e cerca de 100 atividades de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação.

Os campos experimentais envolvem as culturas anuais de milho, soja, algodão, arroz e trigo, e perenes como silvicultura (eucalipto), fruticultura (pessegueiro, macieira, laranja e videira), cana-de-açúcar e pastagem.

Em setembro de 2013, a Embrapa inaugurou, em São Carlos (SP), o Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre) O espaço, inédito no Brasil, é utilizado para pesquisar e desenvolver equipamentos, sensores, componentes mecânicos e eletrônica embarcada, em um único local.