Setor florestal se reúne para discutir pragas florestais e as formas de controle
Setor florestal se reúne para discutir pragas florestais e as formas de controle
Uma das principais pragas presentes nos plantios florestais de pínus, atualmente, é a vespa-da-madeira. No Brasil, aproximadamente 500 mil hectares de pínus estão tomados pela praga. Mas a vespa não é a única. Para apresentar maneiras de controlar essa e as demais pragas existentes, foi realizado nos dias 05 e 06 de agosto um workshop sobre pragas florestais. O encontro reuniu especialistas de empresas de base florestal, pesquisadores e técnicos para conhecer e discutir os programas de pesquisa e manejo de pragas em andamento e as alternativas para o uso de inseticidas. Na abertura, Carlos Mendes, secretário executivo do Fundo Nacional de Controle de Pragas Florestais (Funcema) e diretor executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), e Edson Tadeu Iede, Chefe Geral da Embrapa Florestas (Colombo/PR), deram as boas-vindas aos mais de 90 profissionais presentes, ressaltando a importância do evento. "A pesquisa tem que desenvolver os aspectos acadêmicos e científicos, mas a solução tem que poder ser aplicada lá na ponta, no dia a dia do usuário da tecnologia", declarou Iede.
Para Mendes, a intenção do workshop é traçar um panorama sobre os trabalhos que têm sido feitos, mostrando os cuidados e os resultados. "Hoje, temos outro ciclo de florestas, bem como um novo ciclo de pessoas. Por isso, é importante focar em programas de treinamento para as pessoas que trabalham nas empresas do setor florestal, porque é preciso fazer a reciclagem do pessoal. Esse tipo de treinamento teórico e prático é fundamental. Nesse contexto, o workshop foi uma grande oportunidade para os especialistas da área, porque trouxe trabalhos e alternativas que estão sendo usadas", ressalta.
Vespa-da-madeira
Susete do Rocio Chiarello Penteado, pesquisadora da Embrapa Florestas, foi a primeira palestrante do workshop de pragas florestais e abordou o tema vespa-da-madeira. Ela trouxe dados que revelam que a vespa tem causado grandes problemas em diversos países. Por isso, programas de manejo tiveram de ser implantados.
No Brasil, segundo a pesquisadora, a infestação começou em 1988, no Rio Grande do Sul. Em 1996, o Paraná teve danos muito severos por conta da presença da praga e, quando ela foi detectada, 40% dos plantios de pínus do Sul do país já estavam tomados. Para se ter uma ideia do nível econômico de danos, de uma única árvore emergiram 1.700 insetos, conforme constatou trabalho da Embrapa.
"No caso da vespa-da-madeira, um plantio atacado deve ser monitorado e controlado. A tendência dos danos é crescer em progressão geométrica. Em 1988, por exemplo, tínhamos 10% de ataque; em 1989, 30%; e em 1990, 60%. A progressão é muito rápida. Tem que haver controle para que a praga não tome o plantio inteiro", explica.
De acordo com Susete, existem algumas razões que tornam os plantios de pínus mais suscetíveis à infestação dessa praga. Plantios contínuos, manejo florestal inadequado, ausência de inimigos naturais, dispersão rápida, estressamento das plantas, plantios em sítios ruins, alta densidade de plantas e desbastes atrasados são alguns exemplos.
"Um plantio bem manejado é pouco atacado. Apenas com o desbaste é possível manter um ataque baixo da praga. O importante é detectar a vespa logo no início e começar o controle. Dessa forma, as empresas nunca terão grandes perdas. Investimentos foram necessários, mas com o programa de manejo integrado de pragas adotado, foi possível criar mecanismos de resistência ambiental e mantê-la sob controle. As ferramentas presentes no Brasil, hoje, estão bem desenvolvidas", garante.
Para Marcilio Martins Araújo, engenheiro agrônomo e gerente de sanidade vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o pínus é muito importante para o Paraná, já que o estado é um dos maiores produtores nacionais, daí a importância de manter as pragas sob controle, para garantir os empregos, os trabalhos e a exportação. Em 2013, o setor florestal paranaense foi o terceiro produto de exportação e gerou aproximadamente 112 mil empregos diretos.
"Onde tem pínus, tem vespa. O que precisamos saber é se o controle está sendo feito. O importante é que ela se mantenha em equilíbrio e não cause grandes estragos. O Paraná vem trabalhando em parceria com o setor produtivo, a Embrapa Florestas e o Ministério da Agricultura em busca dessa melhoria contínua. Novos avanços da tecnologia devem ser previstos e adotados para o controle", revela.
O evento
Durante os dois dias de palestras, o workshop de pragas florestais tratou de diversos assuntos pertinentes ao setor. No primeiro dia, os palestrantes falaram ainda sobre o caso de reinfestação da vespa-da-madeira na região do Green Triangle, na Austrália, e os riscos para o Brasil. Já no dia 06, os principais temas foram: programa de pesquisa de manejo do macaco-prego; atualização sobre o besouro serrador da acácia negra no Rio Grande do Sul; o controle de Bradisya em toras de pínus armazenadas em pátios de indústrias florestais; vespa da galha em eucalipto; percevejo bronzeado em eucalipto; programa de pesquisa em controle de formigas cortadeiras; atualização sobre o gorgulho do pínus; e registro emergencial e extensão de uso de inseticidas.
O evento foi uma realização da Embrapa Florestas, da Associação Sul Brasileira de Empresas Florestais (ASBR), que congrega a Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (Apre), a Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor) e a Associação Catarinense de Empresas Florestais (ACR), além do Fundo Nacional de Controle da Vespa-da-madeira (Funcema).
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