Agricultores, técnicos e estudantes conferem vantagens do uso conservacionista do solo
Agricultores, técnicos e estudantes conferem vantagens do uso conservacionista do solo
Apresentar tecnologias, práticas e conhecimentos disponíveis para o manejo conservacionista do solo para o cultivo de grãos e mandioca na agricultura familiar. Esse foi o objetivo do dia de campo sobre manejo conservacionista do solo realizado, no final de junho, na propriedade do Sr. Sebastião Nascimento, localizada no Ramal Pentecostes – Mâncio Lima/AC.
O evento contou com a presença de mais de cem participantes, entre agricultores, técnicos extensionistas do Juruá, estudantes de Agronomia da Universidade Federal do Acre (Ufac) e de Agroecologia e Agropecuária do Instituto Federal de Educação do Acre (Ifac).
O produtor Sebastião esteve no comando de uma das estações do experimento e ficou orgulhoso em demonstrar parte do resultado da pesquisa ao público. "Antes, eu não tinha conhecimento das práticas de manejo de solo para substituir a derruba e queima pra botar um roçado. Hoje, minha propriedade é um testemunho de que o plantio direto com outras práticas funciona e aumenta o tempo de uso do solo. Meu vizinho saiu daqui animado, com o propósito de fazer o mesmo no seu roçado", comentou.
Nas outras estações, o técnico Manoel Delson e o analista Marcelo Klein, da Embrapa Acre, apresentaram práticas de manejo de solos para recuperação de áreas degradadas e de mecanização de etapas de cultivo em plantio direto de milho e mandioca.
O secretário municipal da prefeitura de Mâncio Lima, Francisco Taumar, também, participou do evento. Para ele, é importante que o produtor conheça técnicas de uso sustentável do solo de baixo custo que possibilite o aumento da produção e a renda do agricultor. "Com certeza, o plantio direto é menos ofensivo ao solo. Temos usado a grade para arar o solo, mas constatamos que apenas a mecanização não resolve o problema", comentou. O aumento do retorno financeiro é um dos itens mais importante para que ocorra mudança de paradigma no modo de produção. Nas estações do dia de campo, nós constatamos isso", acrescentou.
Outro parceiro que marcou presença o extensionista Jorge Lima, representando a prefeitura de Cruzeiro do Sul. Segundo ele, os gestores do município acreditam nos benefícios da tecnologia que está sendo mostrada. "Para colocar em prática, já adquiriu novos implementos como triturador de capoeira, plantadeira mecanizada para grãos, que podem ser utilizados com microtratores ou máquinas de grande porte. O objetivo é fortalecer cada vez mais a agricultura no município. A Embrapa tem sido uma grande aliada", comentou.
A estudante do quinto período do curso de Agronomia da Ufac, Samara Lima Oliveira (20), acredita que é fundamental proporcionar ao agricultor acesso a novas tecnologias para aumentar a produtividade. "O que mais me chamou atenção foi poder conciliar conservação do solo e aumento da produção", enfatizou.
O dia de campo foi uma promoção da Embrapa Acre e contou com o apoio da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) e Secretarias de Agricultura de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima.
Solos fracos
Na região do Juruá predominam solos arenosos e com baixa fertilidade e a mandioca é a principal cultura, utilizada para produção de farinha. Nesse contexto, a Embrapa instalou, em 2006, um experimento na área do agricultor Sebastião Oliveira, com objetivo principal de avaliar alternativas ao sistema de derruba-e-queima para recuperação e manutenção da qualidade do solo e dessa forma diversificar a produção agrícola familiar. O uso do fogo, técnica largamente adotada por agricultores da região, está proibido no Acre desde 2010.
No experimento, foram adotadas técnicas como plantio direto, com mínimo revolvimento do solo, cobertura permanente do solo com plantas leguminosas e gramíneas e rotação de culturas. Os resultados mostraram que a produtividade de mandioca dobrou.
Atualmente, a área do experimento está cultivada com milho com diferentes tratamentos. O milho possui uma grande demanda na região, sendo matéria-prima da ração de peixes e aves, cadeias produtivas incentivadas por políticas públicas do governo do estado. A produção de milho no Acre ainda é pequena, se comparada com outros estados da região Norte, por isso o grão é valorizado no mercado. O Acre produziu 111 mil toneladas na safra 2012/2013, enquanto o estado vizinho, Rondônia, 501,6 mil toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mauricília Silva
Embrapa Acre
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