01/02/17 |   Agricultura familiar  Agroecologia e produção orgânica

Ações no Anuário Brasileiro de Agricultura Familiar 2016 abordam agroecologia

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Foto: Katia Braga

Katia Braga - Abelha sem ferrão.

Abelha sem ferrão.

O Anuário Brasileiro da Agricultura Familiar 2016 é uma publicação que fornece informações sobre políticas públicas e tecnologias voltadas à área rural com o objetivo de auxiliar técnicos e produtores. Em sua 5a. edição foram incluídas duas ações em agroecologia desenvolvidas pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP).


Sistema agroflorestal em assentamento paulista

Aborda a Unidade de Referência (UR) instalada na área de produção coletiva da Associação Acoterra, sistema que combina e integra a produção agroecológica de espécies hortaliças, frutíferas, florestais, de húmus de minhoca e minhocas, ou SAF-Horta com minhocário, como foi popularmente batizado no Assentamento.

Essa Unidade de Referência (UR) instalada na área de produção coletiva da Acoterra, combina e integra a produção agroecológica de hortaliças, frutíferas e florestais. A UR Sistema Agroecológico Hortifrúti Florestal com Minhocário tem como objetivo viabilizar a geração, adaptação, validação e demonstração de sistemas agrícolas biodiversos aplicáveis ao processo de transição agroecológica. Nesse sentido, a agroecologia é uma ciência integradora que agrega conhecimentos de outras ciências, além de saberes populares e tradicionais provenientes das experiências de agricultores familiares, de comunidades indígenas e camponesas.


Meliponicultura como opção econômica, social e ambiental

A criação de abelhas sem ferrão (ASF), denominada Meliponicultura, é uma atividade milenar, iniciada pelos indígenas presentes na América Central e do Sul, antes da colonização europeia. Essas abelhas, que pertencem ao grupo Meliponini, são encontradas nas regiões tropicais e subtropicais, e constituem mais de 400 espécies no mundo. Os estudos realizados pelos pesquisadores na Embrapa Meio Ambiente avaliam o potencial econômico, social e ambiental destas abelhas.

Diversas espécies podem ser criadas comercialmente em colmeias ou caixas racionais de madeira, porque, quando no ambiente natural, elas constroem seus ninhos em cavidades pré existentes, principalmente, em ocos de árvores. Uma espécie muito conhecida e criada comercialmente é a Jataí. Ela produz um mel saboroso e muito valorizado pelas pessoas, em geral. O mel das ASF apresenta altíssima qualidade e um sabor diferenciado. Dependendo da espécie de abelha e da florada da região onde suas colmeias estão instaladas, a produção de mel por colônia pode chegar a até 5 litros por ano. Infelizmente, essas abelhas estão em sério risco de extinção por causa do desmatamento, das queimadas e da ação predatória do homem. Dessa forma, a criação racional também pode contribuir para a conservação das diferentes espécies de ASF existentes no Brasil.

A prática da meliponicultura integrada a uma produção agrícola diversificada e que considere a manutenção dos ambientes naturais, além de propiciar melhorias na produtividade das culturas, pode ser mais uma opção de renda para os Agricultores Familiares ao disponibilizar inúmeros produtos com alto valor agregado (mel, pólen e própolis).

Essa atividade também poderá enriquecer a dieta das famílias pelo consumo do mel e do pólen e integrar mulheres e jovens no processo produtivo. Criadores mais tecnificados terão ainda outras opções de geração de renda, como a comercialização de colônias e, em um futuro próximo, o aluguel de colmeias para serviços de polinização.

Cristina Tordin (MTB 28499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

Telefone: 19 3311 2608

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/